Estava fazendo mestrado em 2014 quando meu pai infelizmente faleceu. Na semana em que ele se foi estava na reta final de uma disciplina e por conta do ocorrido, não pude apresentar o seminário que era exigência do programa.
No dia seguinte ao enterro, mesmo arrasado, peguei estrada e dirigi mais de 500 kms até a universidade somente para avisar pessoalmente ao professor do ocorrido e que não iria apresentar o seminário. Eu não estava pedindo mais prazo ou um “ajeito” para que pudesse apresentar depois. Conhecia bem o regulamento do programa e sabia que isso não era opção. Estava simplesmente assumindo a reprovação e a responsabilidade de minha decisão e ponto final. Tudo certo, e no semestre seguinte, a disciplina foi ofertada novamente e pude cursá-la sem maiores problemas.
Hoje, sob a condição de professor, vejo que falta esse tipo de atitude por parte dos alunos. Inventam mil desculpas esfarrapadas e não assumem o prejuízo de forma alguma, querendo forçar a barra para uma aprovação totalmente sem condições. Como diz o @Bastter, não sou bedel de marmanjo. Cumpro meu papel de professor. Estou nessa há 19 anos. Oriento, tento dar exemplo, sou flexível, escuto e tento compreender a situação de cada um, mas não dou mole pra aluno que não quer ser minimamente responsável.
Projetando isso para outros segmentos da vida, observo pessoas distantes e até próximas agindo da mesma forma diante de diversos percalços que a vida nos impõe. Fico pensando até que ponto a pessoa realmente acha que pode agir de forma irresponsável e ficar incólume.