É estranho pensar que o lugar onde as pessoas mais se autodeclaram burros, é um dos que produz a maior quantidade de conteúdo de qualidade, logo, gera inteligência.
Dá pra citar o paradaxo socrático do só sei que nada sei ou o da dicotomia de Zenão de Eléia pra entender que o movimento, em suma, não existe. E essa consciência gera a capacidade de questionar, entender e continuar mesmo sabendo que não sairá do lugar ou que não saberá absolutamente nada de nada, nunca.
Mas a jornada gera experiência e fortalece.
Assim como o burrinho que carrega carga e vai ganhando musculatura, vamos criando uma inteligência corporal-cinestésica que nos preenche ao longo da busca por algo que no fundo nem sabemos o que é, e tampouco se vamos chegar perto.
Mas no fundo é irrelevante.
Se o aprendizado está na jornada e não na linha de chegada, melhor ainda que ela não exista e que tenhamos plena consciência de que permanecemos burros e que corremos, corremos, mas não saímos do lugar.