Guardei um NFT por 19 anos! Vamos entender um pouco sobre direito autoral e propriedade nos NFTs?
comentada em 15/01/2022 18:54

Pergunta: - O que impede de eu salvar um NFT e registrar ele como meu ?
Resposta: Tecnicamente, nada te impede. Assim como nada te impede de baixar um filme da Disney e criar um torrent.
Mas fazendo isso, você não se torna dono do filme porque tem arquivo. Nem dos direitos autorais, de imagem, de distribuição, etc. E com exceção de vender algumas cópias em camelos, você nunca vai poder vender todos esses direitos para a população geral e gerar receita de $milhões anualmente. É a mesma coisa com reigstrar NFT de coisa que não é sua.

Pergunta: Dá para registrar NFT em blockchains diferentes, o mesmo arquivo. Quem é o dono?
Resposta: Dá para registrar vários torrents e colocar em vários sites diferentes. O dono do filme continua sendo dono de todos direitos relacionados. O dono da música também. É possível registrar seu filme para distribuição e venda em mais de 100 países diferentes, cada país tem uma sistemática diferente. Mesma coisa com NFT, cada blockchain tem um sistema diferente, e a tendência é que no futuro elas se comuniquem assim como países e sistemas jurídicos de países diferentes se comunicam, mas cada um tem sua independência.
E em todos lugares, o dono continua sendo o mesmo: o dono legal do conteúdo.

Pergunta: GRAVEI MIRANHA NO CINEMA E REGISTREI COMO NFT ANTES DA SONY. COMO ELES VÃO ME IMPEDIR DE SER DONO?
Resposta: Assim como você poderia, tecnicamente, fazer isso com um torrent, não importa o meio do registro, você nunca vai poder (legalmente) falar que algo é seu "só porque registrou primeiro" algo que existia no meio físico. Você só pode ter direito digital de algo que você criou ou comprou legalmente.
Mesma coisa com NFT.

Pergunta: porque alguém compraria NFT?
Resposta: Porque alguém compraria arte na vida real?
Eu sei a resposta para meu caso, não sei a resposta para todo mundo, assim como não sei os variados motivos pelos quais as pessoas compram as coisas. Se você não vê vantagem para comprar algo, talvez você não seja o público alvo do produto.

Pergunta: O arquivo não fica registrado na blockchain, a imagem/arquivo fica num site da internet normal. Então porque isso é novidade?
Resposta: Quando você registra um imóvel, ele não fica lá no cartório de imóveis. Só as características que identificam ele são gravadas no livro. A blockchain é apenas um livro público, versão digital, então não faria sentido guardar o arquivo lá.
Na prática, em pouco tempo o tamanho de qualquer blockchain seria equivalente a ter todo youtube, todo instagram, todos serviços armazenados, em duplicidade, o que é tecnicamente inviável - cada serviço/pessoa teria que ter uma cópia disso tudo para poder verificar.

Pergunta: qual a legalidade disso? Posso registar meu imóvel só na blockchain do ETH?
Resposta: primeiro a coisa surge, depois a legislação corre atrás. Quando carros surgiram, a legislação era sobre carroças. Quando a internet surgiu comercialmente, a legislação era sobre telefones. A legislação ainda está engatinhando sobre isso, mas só para reforçar, registro de imóveis no Brasil precisa ser em cartório. A legislação ainda não reconhece NFT como posse - mas, no caso de mídia, a legislação sobre direito autoral continua valendo.
O que você pode fazer, em teoria, é registar em ambos. Mas se/quando a legislação chegar nos NFTs, será que o padrão que você registrou estará correto?

Pergunta: Isso parece coisa de outro mundo, não consigo entender!
Resposta: Baixar música e filme no computador em 2003 também parecia coisa de outro mundo para quem nunca teve contato com a tecnologia. Enquanto você não utilizar a tecnologia, é difícil entender. E quando você utilizar, não vai ficar pensando sobre os detalhes técnicos o tempo todo - você só clica e acabou. Em partes, é por isso que a utilização de criptos, blockchains e serviços em geral ainda é complicado.

Um paralelo com smartphones:
- Já existia touch e telas responsivas há um bom tempo;
- Já existia palmtop, windows mobile, e outras coisas
- Já existia internet via celular;
No entanto, smartphones começaram a estourar nos moldes que são hoje em dia só quando uma empresa simplificou tudo isso em um produto, o iPhone em 2007. Dane-se o que você pensa sobre o produto hoje, estamos falando sobre a importância que ele teve em 2007 para a adoção em massa desse tipo de produto e o sucesso.

Criptos, mesma coisa, enquanto não surgir uma "Apple" que simplifique e massifique os produtos, continuará sendo produto de nicho

Giovanio vem se mostrando o moderador mais difícil de ser lido/compreendido!

¡No entendí nada! ¡Esperaré a que el OXE hable!brunocrg63 posts

Entendi, NFT é igual a bolsa = nada
O que importa mesmo é o material original que está digitalizado, o NFT é só um paranaue tecnico sobre propriedade com ajuda da blockchain, mas uma foto ainda segue as regras de fotos, um filme de filmes e receitas de bolinhos de aipim não segue regra nenhuma pois é dado ao aipim ser selvagem

Que aula! Muito obrigado!

Outra coisa é a questão de que, mesmo quando você compra um NFT original, não necessariamente você adquire os direitos autorais sobre aquilo que foi transformado em NFT.

Quando NFTs entraram em moda, as manchetes eram "primeiro tweet vendido por sei lá quanto", "meme X vendido por milhões".

Acontece que o que foi vendido não foi o tweet ou o meme, foi o NFT do tweet/meme. Um artigo único, colecionável. Os direitos autorais continuam com a pessoa autora se eles não forem transmitidos junto com o NFT.

@Dogoncio

Também existe direito autoral sobre receita culinária.

P.S.: exceto se for aipim geneticamente modificado por vc, de preferência com um terminator pra não saírem reproduzindo por aí, nem precisa de receita culinária. Até pq nem comprador vai ter se souberem quem inventou isso sabe-se lá como.

Excelente analogia com o torrent

Até eu que sou burro entendi

Acho que agora eu entendi, só não sei exatamente o que é um torrent kkkkkk

Se o NFT não transmite ao detentor os direitos de uso comercial sobre a obra, não vejo muito sentido. Ter a obra de arte física original faz sentido pra mim. Entretanto, ter uma obra de arte digital original não faz a menor diferença, já que não existe qualquer distinção entre a dita imagem original e as cópias dela, todas são literalmente a mesma coisa.

Sei lá, eu já tinha aperto no coração de comprar as casinha do banco imobiliário com dinheiro de mentira. Imagina comprar as coisas de mentira com dinheiro de verdade kkkkk. 
Esse negócio ainda não é pra mim mas achei muito boa a explicação. 

postado por @Noob1 em 13/01/2022 18:18

Sei lá, eu já tinha aperto no coração de comprar as casinha do banco imobiliário com dinheiro de mentira. Imagina comprar as coisas de mentira com dinheiro de verdade kkkkk. 
Esse negócio ainda não é pra mim mas achei muito boa a explicação. 

Vc usa cartão de débito?

Pq eis um segredo: aqueles numerozinhos que estão sendo descontados da sua conta não são dinheiro de verdade. O banco não tem um enorme cofre em algum lugar onde a quantia equivalente em dinheiro está lá parada, é dinheiro de mentira também XD

@giovanni quando vc fala de direito vc ta falando do q a galerinha la do NFT combinou neh
nada a ver com o mundo real e as leis no mundo real neh?



XONGASBastterOrigem do Selo1 post

@Bastter Então, não existe "direito do NFT" pq não existe um NFT sozinho, flutuando no vacuo. O que existe é o direito das coisas que estão sendo vendidas - uma foto, um video, um jogo. E essas coisas tem leis do mundo real sobre elas.

Se alguém pegar uma foto sua e sair vendendo sem a tua autorização o direito cobre isso. Se o cara tá vendendo como NFT, imprimiu e colocou pra vender na banquinha de camelo ou usando uma impressora 3D pra fazer retratos 3D do Bastter, isso é o de menos.

é a "novidade" não é nem o resgistro mas o local onde se registra, a descentralização e a aagarantia dos smart contracts que trazem a ideia de "novo" pras NFTs

Até onde entendo, blockchains, NFTs e criptomoedas são faroeste (ainda, pelo menos). Então não vejo como a justiça vai reconhecer o direito de alguém sobre "ativos" registrados em coisas tipo blockchain.

@Charlito

No Brasil e na maior parte do mundo, a opinião majoritária é de que uma receita culinária não tem originalidade e, por isso, não é protegida por direitos autorais. Acho, pois faz anos que não trato do tema, que livros de receitas, sim, são protegidos, devido ao caráter original da organização do conteúdo.

@PlotTwist

Eu também não vejo muito sentido, mas não é correto dizer que todas, cópia original e demais, são exatamente a mesma coisa. Se fossem, uma não seria original e as demais, não. O valor para as pessoas envolvidas se encontra justamente no status de originalidade.

Seria como eu lançar uma nova edição de um livro antigo com status de colecionador. Ainda que eu use o mesmo papel, método de fabricação, tipologia, enfim, ainda que a cópia seja igual por todos os elementos, a edição original tende a ser mais valorizada justamente pelo status de originalidade, que tem valor para colecionadores. O valor não está no fim a que se imagina para a obra, pois, por exemplo nesse caso do livro, é possível que a cópia seja até mais eficiente que o original no seu fim (leitura, no caso, basta imaginar que geralmente é melhor ler um livro novo que um arcaico). É um valor totalmente intangível e impossível de ser mensurado objetivamente.

Não à toa que o mercado de arte, assim como o de joias e outros que envolvem bens de luxo, muitas vezes é utilizado para lavagem de dinheiro. Os detratores dizem que ocorreria o mesmo aqui com os NFT. Vai saber. 

Esse tempo todo eu estava achando que o NFT que lia ocasionalmente aqui no fórum tinha algo relacionado a futebol americano ou jogo de corrida de play station.. Só agora que vi que não.. doideira.

Mas concordo com o que foi dito, que algo que não seja relevante hoje pra mim pode transformar a vida das pessoas algum dia.. inclusive a minha vida..

postado por @oxe em 13/01/2022 20:23

Charlito

No Brasil e na maior parte do mundo, a opinião majoritária é de que uma receita culinária não tem originalidade e, por isso, não é protegida por direitos autorais. Acho, pois faz anos que não trato do tema, que livros de receitas, sim, são protegidos, devido ao caráter original da organização do conteúdo.

PlotTwist

Eu também não vejo muito sentido, mas não é correto dizer que todas, cópia original e demais, são exatamente a mesma coisa. Se fossem, uma não seria original e as demais, não. O valor para as pessoas envolvidas se encontra justamente no status de originalidade.

Seria como eu lançar uma nova edição de um livro antigo com status de colecionador. Ainda que eu use o mesmo papel, método de fabricação, tipologia, enfim, ainda que a cópia seja igual por todos os elementos, a edição original tende a ser mais valorizada justamente pelo status de originalidade, que tem valor para colecionadores. O valor não está no fim a que se imagina para a obra, pois, por exemplo nesse caso do livro, é possível que a cópia seja até mais eficiente que o original no seu fim (leitura, no caso, basta imaginar que geralmente é melhor ler um livro novo que um arcaico). É um valor totalmente intangível e impossível de ser mensurado objetivamente.

Não à toa que o mercado de arte, assim como o de joias e outros que envolvem bens de luxo, muitas vezes é utilizado para lavagem de dinheiro. Os detratores dizem que ocorreria o mesmo aqui com os NFT. Vai saber. 

Eu entendi o seu ponto de vista. Mas itens físicos possuem diferenças entre si. Uma cópia de arquivo digital, por outro lado, é exatamente igual ao original, possui o mesmo hash, não há qualquer distinção.

@PlotTwist  

O NFT não é o arquivo. As cópias dos arquivos são idênticas, mas quem é dono do NFT não é dono do arquivo, é dono do NFT do arquivo. O NFT é um registro único em uma blockchain que está vinculado a algo (uma imagem, por exemplo), e há pessoas que enxergam valor nesse registro único criado por alguém.

postado por @PlotTwist em 13/01/2022 21:41


Eu entendi o seu ponto de vista. Mas itens físicos possuem diferenças entre si. Uma cópia de arquivo digital, por outro lado, é exatamente igual ao original, possui o mesmo hash, não há qualquer distinção.

Nem sempre itens físicos têm diferenças físicas, visíveis, entre si.

Imagina que um artista famoso usou uma camiseta básica da Hering em um show e deu ela pra alguém. A camiseta é igual a qualquer outra vendida na loja, mas passa a valer mais porque é a camiseta que o artista usou no show. Tornou-se única.

Imagina que esse artista deu de presente para um fã, presencialmente, um CD. Esse CD é idêntico ao vendido em lojas, até o hash dos dois vai ser igual, mas só um desses CDs foi dado pelo próprio artista, o que o torna único.

Se o fã que recebeu o CD tiver uma prova disso (uma foto recebendo o CD do artista), provavelmente vai conseguir vender por um preço maior, e quem comprar vai querer algum registro dessa transação pra conseguir provar, depois, que comprou esse CD especial, e não outro qualquer de uma loja.

O NFT é algo parecido. Por mais que a imagem/vídeo/obra vinculada ao NFT não seja diferente das que estão disponíveis por aí, o NFT é algo único, emitido pelo autor dessa coisa, e tem gente que enxerga valor nisso. O registro em blockchain só torna mais fácil de verificar sua originalidade, já que todas as transferências, desde a sua emissão, ficam registradas.

postado por @Catullus em 13/01/2022 22:14

PlotTwist  

O NFT não é o arquivo. As cópias dos arquivos são idênticas, mas quem é dono do NFT não é dono do arquivo, é dono do NFT do arquivo. Você pode copiar o arquivo quantas vezes quiser, mas o NFT é único, e há pessoas que enxergam valor nessa coisa única criada por alguém.

Vou tentar comparar com coisas físicas:

Imagina que um artista famoso usou uma camiseta básica da Hering em um show e deu ela pra alguém. A camiseta é igual a qualquer outra vendida na loja, mas passa a valer mais porque é a camiseta que o artista usou no show. Tornou-se única.

Imagina que esse artista deu de presente para um fã, presencialmente, um CD. Esse CD é idêntico ao vendido em lojas, até o hash dos dois vai ser igual, mas só um desses CDs foi dado pelo próprio artista, o que o torna único.

Se o fã que recebeu o CD tiver uma prova disso (uma foto recebendo o CD do artista), provavelmente vai conseguir vender por um preço maior, e quem comprar vai querer algum registro dessa transação pra conseguir provar, depois, que comprou esse CD especial, e não outro qualquer de uma loja.

O NFT é algo parecido. Por mais que a imagem/vídeo/obra assONciada ao NFT não seja diferente das que estão disponíveis por aí, o NFT é algo único, emitido pelo autor dessa coisa, e tem gente que enxerga valor nisso. O registro em blockchain só torna mais fácil de verificar sua originalidade, já que todas as suas transferências, desde a emissão, ficam registradas.

Eu entendo que pessoas enxerguem valor no NFT, mesmo que o NFT não dê o direito de uso comercial da obra ao detentor. O que não tem valor pra mim pode ter pra outros. Apenas não vejo muito sentido no NFT.

Quanto ao CD, cada mídia física é diferente da outra, ainda que sejam cópias. O CD autografado pelo artista é único. Mas se o mesmo artista enviasse, por exemplo, um autógrafo em JPG a alguém, não haveria qualquer diferença entre o JPG enviado pelo artista e as cópias eventualmente realizadas posteriormente.

@Gregorovich

essa é a versão não sardinhagem/não muito técnica com exemplos da vida real hehehe, mas se puder vamos simplificar mais

@dogoncio

a meu ver é isso mesmo, enquanto algum órgão oficial/empresa grande adotar NFT como meio de comprovação de alguma coisa, é só nicho. Uma aplicação "real" é jogo NFT, o NFT tem valor só dentro do jogo e independe das regras reais porque, bem, não existe cavalo digital fora do jogo.
Mas para coisas que já existiam ANTES de NFT existir, ainda precisa ser dono dentro e fora do universo da blockchain.

@catullus

não adquire a propriedade intelectual, apenas direito de comercialização
propriedade intelectual é só do artista (cirador do tweet, jogador, criador de meme)
Pai_Naldo por exemplo tem propriedade intelectual sobre os memes dele, mas a gente pode postar livremente

@hume
tem muita semelhancia com torrent, desde a parte técnica do hash, até por sofrer com pirataria

@noob1 vc nunca usou limewire, kazaa, shareaza, ares, utorrent, bitorrent, qbitorrent? (alguns são antes da tecnologia torrent, mas o conceito é parecido)

@plottwist direito de comercialização transmite sim, não tem direito intelectual sobre a obra

se você comprou um NFT de um time de futebol, autêntico criado pelo time, pode comercializar para outros fans sem o time dar pitaco. Mas não pode transformar a bandeira de um time em outro, por exemplo

postado por @Dogoncio em 13/01/2022 18:53


Vc usa cartão de débito?

Pq eis um segredo: aqueles numerozinhos que estão sendo descontados da sua conta não são dinheiro de verdade. O banco não tem um enorme cofre em algum lugar onde a quantia equivalente em dinheiro está lá parada, é dinheiro de mentira também XD

se fosse cripto, não teria isso
... a menos que for USDT, que teoricamente tem paridade com dólar, mas que toda hora tem polêmica por criar reservas do nada. Hábitos antigos são difíceis de largar...

postado por @Bastter em 13/01/2022 19:22




XONGASBastterOrigem do Selo1 post

se for coisa que só existe nesse mundo novo, então só vale o que tem no contrato do NFT. Exemplo, nossos cavalos. Eles são smart contracts com características próprias e que ninguém consegue mudar nem tirar da gente.

Qualquer outra coisa que esteja no mundo real, ou mesmo que seja criado apenas no mundo digital como uma obra de arte, um meme, o artista tem direito intelectual sobre aquilo e valem as regras "do mundo antigo"

Comprar casa e registar SÓ em NFT é igual registrar casa brasileira em cartório de outro país: provavelmente não vale de nada aqui e só adiciona burocracia e etapas a mais

postado por @andrehgdias em 13/01/2022 19:51

é a "novidade" não é nem o resgistro mas o local onde se registra, a descentralização e a aaaagarantia dos smart contracts que trazem a ideia de "novo" pras NFTs

exato, para coisas que só existem no universo da blockchain, smartcontracts são excelentes e uma experiência bacana de ver em funcionamento
pena que provavelmente vai ficar conhecido para sempre por "registar JPG que eu posso printar" até que alguém ache um uso mais "legítimo" que se popularize

postado por @Johnnie.Lean em 13/01/2022 20:07

Até onde entendo, blockchains, NFTs e criptomoedas são faroeste (ainda, pelo menos). Então não vejo como a justiça vai reconhecer o direito de alguém sobre "ativos" registrados em coisas tipo blockchain.

RF reconhece cripto e NFT mais ou menos da mesma forma, um ativo digital. É preciso reconhecer como algo com valor para poder tributar, então esse passo já foi dado na maior parte do mundo

postado por @Catullus em 13/01/2022 22:14

PlotTwist  

O NFT não é o arquivo. As cópias dos arquivos são idênticas, mas quem é dono do NFT não é dono do arquivo, é dono do NFT do arquivo. O NFT é um registro único em uma blockchain que está vinculado a algo (uma imagem, por exemplo), e há pessoas que enxergam valor nesse registro único criado por alguém.Nem sempre itens físicos têm diferenças físicas, visíveis, entre si.

Imagina que um artista famoso usou uma camiseta básica da Hering em um show e deu ela pra alguém. A camiseta é igual a qualquer outra vendida na loja, mas passa a valer mais porque é a camiseta que o artista usou no show. Tornou-se única.

Imagina que esse artista deu de presente para um fã, presencialmente, um CD. Esse CD é idêntico ao vendido em lojas, até o hash dos dois vai ser igual, mas só um desses CDs foi dado pelo próprio artista, o que o torna único.

Se o fã que recebeu o CD tiver uma prova disso (uma foto recebendo o CD do artista), provavelmente vai conseguir vender por um preço maior, e quem comprar vai querer algum registro dessa transação pra conseguir provar, depois, que comprou esse CD especial, e não outro qualquer de uma loja.

O NFT é algo parecido. Por mais que a imagem/vídeo/obra vinculada ao NFT não seja diferente das que estão disponíveis por aí, o NFT é algo único, emitido pelo autor dessa coisa, e tem gente que enxerga valor nisso. O registro em blockchain só torna mais fácil de verificar sua originalidade, já que todas as transferências, desde a sua emissão, ficam registradas.

exemplo muito bom!
autógrafo é um exemplo de NFT do mundo real. A diferença é que você precisa comprovar que é legítimo, enquanto no NFT é só pegar o hash e verificar automaticamente por um smart contract.

postado por @PlotTwist em 13/01/2022 22:27


Eu entendo que pessoas enxerguem valor no NFT, mesmo que o NFT não dê o direito de uso comercial da obra ao detentor. O que não tem valor pra mim pode ter pra outros. Apenas não vejo muito sentido no NFT.

Quanto ao CD, cada mídia física é diferente da outra, ainda que sejam cópias. O CD autografado pelo artista é único. Mas se o mesmo artista enviasse, por exemplo, um autógrafo em JPG a alguém, não haveria qualquer diferença entre o JPG enviado pelo artista e as cópias eventualmente realizadas posteriormente.

haveria diferença se o artista autografar e criar um NFT para enviar
NFT é o autógrafo digital

@PlotTwist


A camiseta e o CD do meu exemplo não são autografados
 
A ideia era exemplificar como coisas iguais podem ter valores diferentes por algo externo a elas (a camiseta foi usada pelo artista, recebi o CD das mãos do artista).
 
Mas isso não se aplica tanto aos NFTs porque cada NFT é único e existe por si só: foi criado por um endereço específico, num momento específico, e consta em um bloco específico de uma blockchain.
 
Normalmente os NFTs de arte contém o hash de uma imagem ou vídeo, mas um artista poderia muito bem criar um NFT "vazio", não vinculado a nada, e, dependendo do porte do artista, poderia ter gente vendo valor nisso, pois foi essa pessoa quem criou. 
 
E outro NFT vazio, criado antes ou depois desse, seria outro NFT.
 
No seu exemplo, como o Giovanni falou, o artista teria que criar um NFT do autógrafo digital para torná-lo único e facilitar a posse e transferência.

@Giovanni Quando eu falei que o NFT não dá ao detentor o direito de uso comercial sobre a obra, fiz uma diferenciação entre o NFT e a obra. Entendi que o NFT é uma espécie de certificado de originalidade da obra. Entretanto, apesar de o NFT poder ser comercializado pelo detentor, este não possui o direito de exploração comercial sobre a obra.

Agora, se o NFT pode ser confundido com a própria obra, como no exemplo do NFT que seria o próprio autógrafo digital, pra mim faz menos sentido ainda. Se o NFT é a própria obra e tem valor por si só, ele independe de qualquer criação artística ou intelectual prévia.

@Catullus Acho que estou entendo mais ou menos as explicações de vocês. Mas a ideia do NFT não parece fazer muito sentido pra mim. Eu sei que isso não quer dizer nada, que outras pessoas veem valor. E talvez um dia a minha visão mude. Quando eu ouvi falar em Bitcoin pela primeira vez, achei que fosse pirâmide e nem quis saber. Só que um dia, muito antes de conhecer a Bastter.com, eu quis viajar pro exterior no modo sardinha, economizando 13 reais, e vi que dava pra carregar um cartão em Euro fazendo transferência de Bitcoin. Aí eu percebi que tinha bastante utilidade. Pode ser que um dia eu descubra alguma utilidade no NFT.

postado por @Catullus em 13/01/2022 22:14
 
[...]

Se o fã que recebeu o CD tiver uma prova disso (uma foto recebendo o CD do artista), provavelmente vai conseguir vender por um preço maior, e quem comprar vai querer algum registro dessa transação pra conseguir provar, depois, que comprou esse CD especial, e não outro qualquer de uma loja.

Nesse teu exemplo o NFT seria a foto do Artista dando o CD para o Fã. Onde você pode identificar alguma marca no CD(tipo o amassado no encarte, ou a posição q o artista tava segurando bate com a impressão digital, por exemplo)?

postado por @PlotTwist em 14/01/2022 12:42

Giovanni Quando eu falei que o NFT não dá ao detentor o direito de uso comercial sobre a obra, fiz uma diferenciação entre o NFT e a obra. Entendi que o NFT é uma espécie de certificado de originalidade da obra. Entretanto, apesar de o NFT poder ser comercializado pelo detentor, este não possui o direito de exploração comercial sobre a obra.

Agora, se o NFT pode ser confundido com a própria obra, como no exemplo do NFT que seria o próprio autógrafo digital, pra mim faz menos sentido ainda. Se o NFT é a própria obra e tem valor por si só, ele independe de qualquer criação artística ou intelectual prévia.

se a obra existe no mundo físico e é criado um NFT digital, são coisas diferentes

se eu fizer um desenho no paint e registrar como NFT, então NFT = Obra

NFT pode ser qualquer coisa, não há limitação, é uma tecnologia. O que dá valor ou não para ele são os compradores. Se eu criar um NFT dessa resposta, quem compraria ?

postado por @Abra em 15/01/2022 11:18



Nesse teu exemplo o NFT seria a foto do Artista dando o CD para o Fã. Onde você pode identificar alguma marca no CD(tipo o amassado no encarte, ou a posição q o artista tava segurando bate com a impressão digital, por exemplo)?

Abra, sua dúvida é sobre como verificar isso no meio digital ou no meio físico ?
se for digital, NFT, dá uma olhada no vídeo que postei aqui essa semana

As empresas começaram ainda que timidamente a navegar nesse novo mercado, vendendo experiências individuais aos seus clientes ou aficionados (no caso de clubes de futebol)… quase impirateável 

postado por @Giovanni em 15/01/2022 11:50



Abra, sua dúvida é sobre como verificar isso no meio digital ou no meio físico ?
se for digital, NFT, dá uma olhada no vídeo que postei aqui essa semana

A dúvida é se eu tinha entendido a analogia.

Eu entendi o NFT como um certificado. Tipo aqueles selos que o cartório cola em algum documento, sabe?

O selo não é o documento. Mas, ele é um certifica alguns coisa, a autenticidade de uma assinatura por exemplo.

Daí associei a foto identificando o CD dado de presente como o equivalente no mundo físico do NFT. 

@Abra


O meu exemplo foi meio ruim, na verdade. No mundo físico, o valor está no objeto especial, e você tem que provar a autenticidade dele por meio de características físicas bem documentadas que o tornam único e do histórico de posse. Se o CD for literalmente idêntico a qualquer outro, sobra apenas esse histórico, fica tudo meio imaginário.
 
Mas o NFT é sempre único.
 
O artista cria o registro na blockchain e inclui o hash de uma obra de arte digital para dizer que esse NFT a representa. A emissão do NFT e todas as transferências ficam lá registradas de maneira imutável e perpétua enquanto existir essa blockchain.
 
Como saber qual NFT é o original?
 
O próprio artista pode divulgar num site próprio ou rede sONcial o hash da transação que criou o(s) NFT(s). Mais fácil ainda: pode ter conta verificada nos principais marketplaces de NFT.
 
Por isso que eu bati na tecla de que o NFT não é o arquivo da obra de arte, o NFT é o NFT.
 
No caso de um NFT de arte, faz mais sentido se você encará-lo como um selo ou card único no mundo, com autenticidade facilmente verificável.

Exemplo com NFTs reais na OpenSea (um dos principais marketplaces de NFT).

NFT do Nyan Cat: https://opensea.io/assets/0x3b3ee1931dc30c1957379fac9aba94d1c48a5405/219
 
A OpenSea lê na blockchain do Ethereum o contrato inteligente que "rastreia" a criação e as transações do(s) token(s) (a parte técnica é meio confusa pra mim, mas acho que é isso).

No caso desse NFT, o site mostra que só existe um exemplar dele, que foi criado há um ano e atualmente está na carteira com endereço começado em "7EB28B".
 
NFT do Pirate Nyan Cat: https://opensea.io/assets/0xb32979486938aa9694bfc898f35dbed459f44424/10055
 
O site mostra que foram criados 50 desses ("50 total"), e ali em baixo estão todas as transações feitas com os NFTs do Pirate Nyan Cat.
 
O primeiro é como se fosse um card único no mundo, e o segundo é como se fosse uma edição limitada com 50 unidades.
 
A conta na OpenSea é verificada e o artista divulgou ela no seu site e Twitter, então você tem indícios sólidos de que esses são os originais.

Não é indicação de compra de NFT, é apenas um exemplo