Geometria Sagrada
comentada em 24/01/2022 10:13

o que é geometria sagrada?

@Bastter galera que acredita que há poderes e significados metafísicos nas formas geométricas. Tipo astrologia, só que são desenhos geométricos no lugar de posicionamento de corpos celestes

@Bastter Iniciada por Pitágoras. Se houve alguém antes dele, nada documentado.

Tipo proporção áurea?

@CharlesDarwin

Sabe quando você tá vendo anime ou lendo HQ, aí o personagem mago desenha uma parada tipo essa debaixo e você pensa "agora ele tá soltando magia". É tipo isso.


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@Bastter

bem, é pseudociência mágica. Tipo tarot, fadas, astrologia, alquimia, análise gráfica... 

Dos que eu li, e que realmente têm conteúdo, sugiro o livro Os Símbolos da Ciência Sagrada, de René Guénon. 

Nos livros de René Guénon, Frithjof Schuon, Ananda Coomaraswamy, William Stoddart, Seyyed Hossein Nasr e Titus Burckhardt (entre outros autores dessa escola) você encontra muita coisa sobre geometria sagrada.

postado por @oxe em 21/01/2022 19:16:30

Bastter

bem, é pseudociência mágica. Tipo tarot, fadas, astrologia, alquimia, análise gráfica... 

Algumas das quais pariram ciências como astronomia e química.

Nietzsche escreveu que foi um erro de Voltaire (salvo engano, Voltaire) ter dito "eu não desprezo quase nada". Para entender o seromando nada pode ser desprezado. Nada.

@Charlito

Eu sou agnóstico, não pretendo saber de tudo. Talvez haja alguma razão em qualquer dessas coisas, ou em todas. Sinceramente não sei. 

O que eu sei é que as pessoas muitas vezes se perdem na busca de atalhos, mas todos temos uma noção mais ou menos clara do que é bondade. Então, em vez de me valer de sortilégios duvidosos, prefiro focar meus esforços em pensar coisas boas e fazer coisas boas. Talvez esse seja um caminho mais lento e doloroso, mas também me leva mais seguramente aonde quero chegar.

Mas claro que eu não sou a régua do mundo e não me cabe julgar o caminho espiritual dos outros. 

@oxe

Sou cético. Não creio que saberei de algo, qualquer coisa, no tempo desta vida. Suponho que existo, e tento me manter no caminho do meio enquanto me parecer que há um caminho.

O mundo humano é todo feito de simbolismo. Mesmo o agnosticismo, o ceticismo e toda e qualquer forma de teoria, doutrina, crença, filosofia ou religião estão baseadas em símbolos. Aliás, hoje, como em qualquer outra época, tudo é direcionado por símbolos. Quanto mais discreto, aceito e de difícil identificação e conceituação seja um símbolo, maior sua eficácia e alcance.

"Talvez haja alguma razão em qualquer dessas coisas"

Acho, apenas acho, que havia uma busca sincera por alguma verdade. Diferente de astrologia de jornal, era uma tentativa de entender o mundo com o que tinham para o momento.

Tateando no escuro foram indo, tateando, do tudo é água, tudo é apeiron (ar, respiração) , tudo é átomo, nada é, tudo o que é, é.. Grosso modo falando.

Sempre haverá a curiosidade, sempre haverá a dúvida, sempre haverá a incerteza, sempre haverá a perseverança.

E tb sempre haverá um sofista em cada esquina vendendo cursos sobre como alcançar a virtude, hoje conhecida como riqueza material.

postado por @MarkFord em 21/01/2022 20:51:42

O mundo humano é todo feito de simbolismo. Mesmo o agnosticismo, o ceticismo e toda e qualquer forma de teoria, doutrina, crença, filosofia ou religião estão baseadas em símbolos. Aliás, hoje, como em qualquer outra época, tudo é direcionado por símbolos. Quanto mais discreto, aceito e de difícil identificação e conceituação seja um símbolo, maior sua eficácia e alcance.

A Patrística chamaria de "abstrações", Ronald. Dada nossa capacidade limitada, qualquer coisa da mais diversa forma chamamos de mesa. A mesa não existe. É uma palavra, uma invenção de consenso que cobre infinitas coisas em si, até a mesa que o blastter sobe de bike (diz ele, a ver)..

O pensar humano é simbólico pq se não fosse seria impossível abarcar todas as variáveis.

E nem é um simbólico universal. Estados sólidos da água consigo nomear uns 2 ou 3 (granizo, gelo de geladeira, gelo de neve que nunca vi mas acho que sei que existe). Entre esquimós são muitos mais nomes que não nos servem. Água gelada amarelada por contaminação por urina de animal, gelo que se vc pisar vai quebrar e dar ruim, gelo de derreter e beber, gelo de fazer iglu..

Quem não gosta não é obrigado a participar aqui.
A pessoa fez o post para quem quem tem referências no assunto.

@Charlito

Disso não tenho dúvidas, todos os corpos de conhecimento surgiram da necessidade humana de compreender e ordenar o mundo. E geralmente há sabedoria prática naquilo que sobrevive ao teste do tempo.

@MarkFord

Você está certo e essa sua apresentação me é cara, já que, além de agnóstico, sou retórico e os símbolos são o centro do que penso em termos de Filosofia.

Mas a questão é que há uma diferença entre observar que nada participa da mente humana se não através de um símbolo, de um lado, e imaginar que os símbolos carregam um peso metafísico, de outro.

Além disso, tudo indica que o significado dos símbolos seja uma experiência subjetiva, ainda que compartilhada culturalmente, então o salto para a conclusão da existência de símbolos objetivos, que se imporiam à mente humana através do tempo e espaço independente da compreensão e crença individuais, também não está evidente pra mim. 

Penso que no fim das contas todas essas teorizações só são úteis como ferramentas para uma vida ética e tranquila. E, para esse objetivo, acredito mais na vivência direta. Para fazer o bem, mais vale fazer o bem como se sabe e aprender com os erros para se fazer melhor em seguida.

De qualquer forma, eu sou essencialmente ignorante sobre isso, assim como sobre todo o resto. Não estou julgando quem pensa diferente. 

@oxe

Para embalar a noite..



P.S.: e silenciar a alma inquieta.

@oxe, se essa questão lhe é cara, sugiro, se entender por bem, dar uma lida nesses autores que mencionei. É o que há de melhor sobre o assunto.

@MarkFord lerei sim, vou olhar o que você indicou de Guénon. 

Tem uma palestra sobre simbolismo da filosofa Lucia Helena Galvao. Explica bem. Todo simbolismos abre a "magia" dentro do ser humano. Exitaçao/depressão. Bondade/maldade. As claviculas de salomão ou as chaves de salomao, salvo engano, retrata bem o simbolismo grafico exotérico. 
Mas sempre falo que o homem é uma aberraçao sobre a terra... tudo dominou sendo o ser mais "vazio" dentre todos os animais. Entao algo ha de metafisico. 

@Cherife   veja se isso faz sentido pra vc? Top 10 Documentaries for Spiritual Awakening / Enlightenment Advaita - YouTube

@oxe

"Além disso, tudo indica que o significado dos símbolos seja uma experiência subjetiva, ainda que compartilhada culturalmente, então o salto para a conclusão da existência de símbolos objetivos, que se imporiam à mente humana através do tempo e espaço independente da compreensão e crença individuais, também não está evidente pra mim."

Teoria da Ideias, de Platão. Interessante, mas apenas uma retórica bem construída e cheia de convicções.

Tenho pra mim que o que está além do que os sentidos alcançam e a ciência explica e toma por verdade (sempre provisoriamente) entra no campo da fé. Pode-se afirmar por convicção. Tem menos ou mais valor do que uma afirmação científica? Como medir isso? É um componente da cosmogonia individual.

Quando falo que sou cético o entendimento geral é de negação do além do mundo. E não é isso. É só um jeito talvez pedante de dizer "sei lá, não afirmo nem nego". E esse é um componente de minha cosmogonia. A realidade sensível é o muro até onde minha vista alcança. E não me ocupo de imaginar o que tem do outro lado do muro. Nem se há outro lado do muro. Já tem chão demais pra explorar nesse pequeno espaço que minha vista alcança.

@Charlito

O que você chama de ceticismo me parece uma forma de agnosticismo. Ou talvez o agnosticismo seja uma forma de ceticismo, a depender de como as palavras são definidas.

Eu guardo o "talvez" muito próximo a mim, desde criança. Se afirmam algo, digo "assim lhe parece" e penso "digamos que seja, como desenvolver o raciocínio? Quais consequências são úteis e quais não são, em que contextos e para que pessoas?".

Ou seja, a verdade das proposições não me importa tanto quanto a razão para que elas sejam propostas. Foco mais na coerência, coesão e impacto das histórias. E, por pressuposto lógico, valorizo muito o próprio direito de contá-las, não apenas no sentido formal ("defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo"), mas também no material, que inclui o dever de escuta e de esforço pela empatia. Da forma como vejo, negar a história é negar o humano.

Especificamente no campo religioso, vejo pessoas que afirmam, ou negam, o Divino, de diferentes formas, e não praticam virtudes, tais como caridade, temperança e compaixão. Vejo pessoas que afirmam, ou negam, o Divino, de diferentes formas, e praticam virtudes por força dessa afirmação ou dessa negação. De onde concluo que cada um conta a história que lhe convém e que a virtude não decorre propriamente da história, mas do convir buscar ser virtuoso.

Contudo, não há convir sem história, pois não há humano sem história - é ela que dá textura e significado ao que se pensa e faz. E por isso me entristecem os intolerantes, categóricos, fanáticos, "destruidores" de metafísica e quem se dedica a viver uma guerra contra as histórias alheias. Penso que sempre há algo a se aprender com as histórias alheias.

Em suma, para mim, assumir o "talvez" implica em assumir a própria ignorância, se esforçar por praticar a própria humildade, e por consequência aceitar com tranquilidade todos os diferentes matizes de "sins" e "nãos" enquanto instâncias particulares da mesma ignorância humana. Até porque mesmo afirmar o "talvez" exige uma certa dose de convicção. Pelos exemplos que vejo por aí, a ausência radical de convicção não parece levar à iluminação intelectual, mas à desesperança e à apatia.

Ou seja, o "talvez" é só a história que eu conto a mim mesmo para tentar ser mais virtuoso. Uma história tão válida quanto as demais.

@Charlito

Esse seu comentário me lembrou Belchior

@oxe, quando você começar a ler esse autores, sobretudo René Guénon e F. Schuon, independentemente de concordar ou não com eles, vai perceber o nível absurdamente alto de erudição que possuem. René Guénon tem um perfil parecido com o seu: muita capacidade analítica e domínio amplo e interdisciplinar dos mais variados assuntos.

@oxe não é uma negação, é um estado de incerteza Socrática do nada sei, mas não contrária ao amor fati.

E eu procurei por toda parte esse além do mundo. Nas casas, nas ruas, nas praças, na estrada, nas igrejas, nos terreiros, no hospício, na academia, em mim e nos outros. Se há um além do mundo, fracassei na busca. Se valeu a pena? Mesmo uma desventura é uma aventura para contar aos filhos no tempo certo.

À parte: Muito boa essa letra.

@oxe, sobre essa questão do simbolismo, o livro O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos, de René Guénon, também é muito elucidativo e explica porque a fragmentação da mente humana está cada vez mais acentuada nos últimos séculos, assunto sobre o qual conversamos outro dia. 

A metafísica e a fé me encontraram ainda na minha infância por experiências individuais. Vendo o debate dos nobres colegas lembrei-me de um colega que me alegava “não creio pela mesma razão que você crê”

o que vocês pensam sobre isso? A fé não é de todos? Ou cada um crê confirme significado que atribui aos seus valores e existência?

aprendi a crer na própria fé como algo externo a mim que me atingiu vindo do Divino que acredito e sei que há sinceras buscas e compreensões diferentes da minha

@Cherife

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