É um paradoxo das criptos realmente?
comentada em 22/02/2022 23:40

postado por @Louie em 21/02/2022 13:42

Isso é uma das coisas que me mantém longe das criptos. Mesmo as mais tradicionais como bitcoin, quem garante que tem um limite mesmo? Sei lá, ninguém sabe o que acontece nos bastidores. Basta o criador decidir emitir mais moeda, e ele emite. Ou não?

Nesse sentido, confio mais nos bancos centrais e nas moedas tradicionais. Sim, existe emissão de moeda o tempo todo, e sim, isso gera inflação. Mas, querendo ou não, é um sistema já tradicional, usado há séculos. Não é perfeito, mas a gente já sabe mais ou menos o que esperar dele.

Enquanto as criptos, em última instância, acho que se os ONREVOGs quiserem, basta um decreto pra proibí-las e empurrá-las ao mercado negro, não? Enfim, é uma viagem minha, posso estar errado. Respeito quem gosta e tal, entendo os motivos de quem vê valor nelas, mas não é pra mim.

postado por @PlotTwist em 21/02/2022 13:57

Mesmo que existisse apenas uma criptomoeda e que sua quantidade fosse limitada, não haveria a proteção contra inflação da forma como as pessoas entendem. Há quem entenda inflação simplesmente como a emissão de mais moeda, mas a realidade é que as pessoas estão preocupadas apenas em manter seu poder de consumo com o dinheiro que têm. O Bitcoin foi desenhado para ter um limite de 21 milhões de unidades, mas não há qualquer aaaagarantia de que o Bitcoin preservará o poder de compra dos seus detentores. O Bitcoin e qualquer criptomoeda são apostas, podem valer 1 milhão de dólares amanhã, mas também podem valer zero.

postado por @Giovanni em 21/02/2022 13:59:26

Sobre esse paradoxo

19387109865 moedas e NFTs: É uma situação parecida com o pré bolha.com onde existiam 194361309461 domínios valendo uma fortuna, depois disso só uma parte continuou.
O que parece, e aí estou falando da minha opinião e não de um fato técnico, é que projetos que complementam e trazem novas soluções não destroem valor dos existentes:

1 - BTC: Referência como primeira cripto, primeira moeda de troca descentralizada digital, primeira blockchain, etc.
2 - ETH - Referência como plataforma de smart contracts, NFTs e serviços descentralizados. As soluções que tornam ETH famoso e usado (à parte de especulação) são as que não existem no BTC
3 - Outros projetos que ligam blockchains como a chainlink e outros, complementam esses serviços. Monero complementa privacidade para quem valoriza isso. Blockchains L2 ajudam a aumentar a escala da lentidão do BTC, ETH, e mais. Chia resolve o problema da energia do BTC mantendo consenso de Nakamoto, ao contrário do ETH, e pretende servir grandes organizações (ONREVOGs e empresas) vs "anarquia" que outros projetos pretendem ter. Etc.

Se olhar TODOS projetos provavelmente vai ter um monte de projetos iguais. Será que vai ter mercado para todos? só o tempo e o mercado vão dizer.
Enquanto um projeto for lançado para resolver um problema que existe e é percebido pelos participantes de outros projetos, não está destruindo valor ou gerando inflação dos projetos originais

dá para imaginar que cada projeto/blockchain é um país, e assim como no mundo real existem diversos países com suas economias e moedas, alguns bem sucedidos, outros não, alguns já existiram e não existem mais; outros tem divisões internas querendo separar e criar outro país, etc.

postado por @Bastter em 21/02/2022 14:03

Giovanni o q me incomoda eh q estas pessoas sao seres humanos
e eu nao confio em seres humanos

banco centrais = seres humanos
criptomoedas = seres humanos

a mesma coisa exata

postado por @User3 em 21/02/2022 14:16
Essa história de "projetos" é outra coisa que me incomoda, inicialmente todo mundo falava em "moedas" aí como o termo moeda não se sustentou migrou para "reserva de valor" agora está indo para "projetos".

Parece as pirâmides financeiras que sempre colocam um "produto" por trás para justificar que não é uma pirâmide. Olha aqui o rastreador de carro é o "projeto" que vai sustentar tudo isso.

A real é que a grande maioria desses "projetos" podem até serem legais, mas não precisam ser feitos com base em cripto, a maioria deles funcionam tão bem quanto ou até melhor com uma moeda fiduciária qualquer.

O mais comum que vejo é moeda de jogos, só que as pessoas já movimentavam dinheiro em jogos muita antes do "projeto" em cripto, ou seja, a criptomoeda é dispensável no "projeto".

postado por @PlotTwist em 21/02/2022 14:26

Há um fato interessante que a maioria dos entusiastas de criptomoedas desconhece ou ignora voluntariamente quando toma conhecimento. Em agosto de 2010, um hacker conseguiu criar, de maneira válida, mais de 184 bilhões de Bitcoins na blockchain. Após a correção da vulnerabilidade que permitiu violar a blockchain do Bitcoin, a solução encontrada para o estrago foi reverter todas as transações até apagar o registro dos mais de 184 bilhões de Bitcoins.

Se algo assim acontecer em um cenário com elevado nível de descentralização da rede e volume de transações - ou seja, em um cenário em que o Bitcoin se tornou o que almejam os entusiastas -, provavelmente a vaca vai pro brejo. Aí a inflação do Bitcoin vai ser pior do que a da nossa moeda na época do Sarney. Descentralização e imutabilidade trazem muitos benefícios, mas também um risco elevado.

postado por @Giovanni em 21/02/2022 14:38
Não conhecia e fui pesquisar:
On August 15 2010, it was discovered that block 74638 contained a transaction that created over 184 billion bitcoins for two different addresses. This was possible because the code used for checking transactions before including them in a block didn't account for the case of outputs so large that they overflowed when summed. A new version was published within a few hours of the discovery. The block chain had to be forked. Although many unpatched nodes continued to build on the "bad" block chain, the "good" block chain overtook it at a block height of 74691. The bad transaction no longer exists for people using the longest chain.

Até aí tudo .... normal?
Velho problema dos Generais Bizantinos onde alguns comandantes são espiões/maliciosos, outros não, e você não sabe quem é malicioso ou não - como continuar a sincronia no meio da incerteza?

Consenso de Nakamoto resolve isso:

A blockchain é validade pelos nodes. Se uma única entidade maliciosa faz uma coisa assim, é só os nós atualizarem para corrigir essa vulnerabilidade - automaticamente, os nós rodando o software atualizado vão ver esse bloco como INVÁLIDO e seguir a nova cadeia mais longa que não considera esse bloco como válido. Isso não altera nada do passado antes desse bloco; o que pode ter sido afetado são as transações feitas desse bloco em diante até o consenso dos novos nós serem atualizados - e então, bastaria refazer as transações (é por isso que é prudente aguardar vários blocos antes de dar uma transação como "final")

Enquanto a maioria dos nodes estiverem rodando o consenso sem o bug, o consenso de nakamoto resolve agentes maliciosos em um meio de incerteza.

A maioria poderia optar por manter esses 184 bilhões? Sim!
Existe incentivo para todo mundo sair se beneficiando de uma exploração de bug? Não. Apenas a pessoa/grupo que explorou ele.

1 agente malicioso vs rede de nodes com consenso atualizado = reorganização do consenso em prol da continuidade sem malícia

postado por @PlotTwist em 21/02/2022 14:54
O texto que você mencionou fez uma simplificação. A atualização dos nodes, por si só, não resolveu o problema. Foi necessário fazer um rollback para eliminar o problema. O ataque de 51% foi realizado para o benefício da própria rede. Agora, imagine o tamanho do estrago se a partir dessas 184 bilhões de moedas fossem realizadas várias transações de boa-fé
posteriores.