Como evitar "cansaço mental" em treinos longos?
comentada em 27/02/2022 14:02

@Natz so tem um jeito
resistir
mas nao tem nada demais dar umas paradas
conforme sua forma for melhorando vc vai parar menos
nao se exija tanto nem fique obcecado pelo pace
apenas corra
se tirar este stress vc acaba parando menos
tente aproveitar mais a corrida, parar de olhar relogio, meditar

@Bastter Boa, vou tentar aproveitar pra meditar quando tiver assim.

Esqueci de citar que tô fazendo tudo na esteira e o tédio na esteira parece bem maior que na rua

@Natz eu sempre tento pensar em quanto já foi e vou me enganando kkkk

Uma coisa que sempre lembro quando a cabeça começa a me sabotar é a frase do Murakami sobre as corridas. Segundo ele, o que ele quer escrito na lápide quando ele morrer é:

“Pelo menos ele nunca caminhou”

Acho que o relógio tem que ser esquecido. 
Na rua é mais fácil nesse sentido porque você sabe seus pontos de referência e sente menos necessidade de olhar o relógio antes de chegar a eles.
Eu penso assim: se não vou parar não tem porque eu olhar o relógio.
É como cotação: se não vou vender qual é mesmo a razão pra olhar?

Pratique resistir como o bastter falou. Com o tempo isso melhora.

(Outra possibilidade é dar pause no Garmim. Pessoal vai me xingar muito aqui )

Olhar relógio é uma das coisas que mais ferram meu desempenho na corrida. Costumo correr na esteira após o treino de musculação e quando coloco uma toalha na frente do relógio vou bem mais longe e resisto mais.

@thrsa eu faço isso com os números da esteira também. Coloco alguma coisa em cima pra também a distância e o tempo SEMPRE, mas não tinha pensando em cobrir o relógio, parece um boa estratégia!
Vou tentar usar aquelas munhequeiras em cima dele pra não cair na tentação de olhar.
Outra estratégia é colocar um podcast bem longo do YouTube na TV e só parar de correr quando o episódio acabar, sem olhar o quanto falta

@Natz Eu aproveito para pensar na semana que passou, medito e corro em lugares que ainda corri para apreciar a paisagem. Hoje eu corri pela cidade velha ( Bairro de Belém-PA) e me deparei com lugares nunca antes visitados. Um verdadeiro passeio histórico.
Escolher lugares com bom visual ajuda muito, vc esquece o que o corpo está sentindo.  

correr muito tempo leva a dor, desespero, a mente pedindo para parar toda hora, as vezes você chora, agonia, enjoo, porque eu estou aqui, porque eu faço isso, é a última vez, etc

nada disso acaba
profissionais tem isso

a única coisa igual desde o primeiro ao ultimo é que todos sofrem

tudo muda quando você para de combater estas coisas e passa a abraçá-las

Embrace the pain

e parem de olhar relogio, pace, etc

apenas corram

e continuem a despeito de tudo isso

postado por @Natz em 26/02/2022 13:34:50

thrsa eu faço isso com os números da esteira também. Coloco alguma coisa em cima pra também a distância e o tempo SEMPRE, mas não tinha pensando em cobrir o relógio, parece um boa estratégia!
Vou tentar usar aquelas munhequeiras em cima dele pra não cair na tentação de olhar.
Outra estratégia é colocar um podcast bem longo do YouTube na TV e só parar de correr quando o episódio acabar, sem olhar o quanto falta

Na verdade estava falando do cronômetro da esteira, até porque não uso relógio no pulso, mas a ideia da munhequeira serve muito bem também.

postado por @Lodbrok em 26/02/2022 11:39:31

Natz eu sempre tento pensar em quanto já foi e vou me enganando kkkk

Uma coisa que sempre lembro quando a cabeça começa a me sabotar é a frase do Murakami sobre as corridas. Segundo ele, o que ele quer escrito na lápide quando ele morrer é:

“Pelo menos ele nunca caminhou”

Boa!!!

Para mim, quando corro na rua / parque etc, é muito mais fácil se preocupar só em seguir em frente pois vejo outras pessoas, a paisagem, trânsito, enfim, é tanta coisa ao redor que nem sobra tempo para ficar neurótico com pace ou algo assim. Sò vou levando e prestando atenção e curtindo o trajeto. Longas distâncias na rua são, para mim, muito mais prazerosas que na esteira!
Falando nela, na esteira, busco fazer o oposto, normalmente escolho um disco que gosto e seja bem longo, ideal que tenha o tempo mais ou menos igual ao treino, deixo a música rolar e daí busco trabalhar mais a questão do ritmo, porque consegue controlar a velocidade. E daí como não preciso me preocupar com nada além de correr, fico fazendo contas malucas de pace x velocidade, quanto tempo vai levar, etc só para distrair a mente, e divido a corrida em vários blocos menores, um trecho mais rápido, outros mais lentos, etc. variando o ritmo.
Para mim vem funcionando bem, mas é ótimo ver outras formas de lidar com a questão!

Pq nunca vai ser o suficiente, e nunca tem um proposito claro, ou você abraça o propósito da busca ou vai ficar sempre brigando.

A dor é racional, se tivesse um tigre atrás de você você não estaria pensando em desistir, nem sentiria da dor.
Não tem para que correr.
O irracional é correr.
Então não busca racionalidade.
Pq eu escalo? Pq é importante, pq eu quero, pq eu posso.
Mas tem risco, dói e você se estrupia todo.
Sim, mas é importante, eu quero e eu posso.
E eu vou fazer essa merda. Nem que seja escalando pela corda mas eu vou subir essa porra.
E quando chegar lá?
Desce.
É irracional.

Engraçado, eu vejo tanta gente falando pra não olhar o relógio porque atrapalha e tal. Mas eu devo ser exemplo de exceção pq olhar o relógio é o que mais me faz apertar o passo, é a minha maior motivação...frequentemente quando estou meio distraído na corrida olho o relógio e vejo que o pace está devagar, aí eu acelero!

@Paulo eh isso
nao eh racional
nao tem sentido correr 17km
entao ou faz pq faz
ou nao faz
fazer e ficar atras de racionalidade
eh doideira

@Natz

eu fico pensando nos meus projetos, trabalhos, aulas, chats etc...

quando nao aguento mais, comeco a fazer conta.
aeh nao consigo fazer pois estou MUITO cansado a ponto de nao conseguir mesmo fazer algo com "milhares" que normalmente faço com facilidade.

se eu consigo fazer contas normalmente, eh que to me sabotando, pois nao to cansado suficiente para ter que descansar, hahaha...

Amigo, pratico ciclismo na rua, então não tem a ver com corrida, mas tem a ver com olhar o relógio: olho só por curiosidade, pra saber os kms e o tempo de atividade. Quando saio, planejo a rota e cumpro. Se levar uma hora a mais que o planejado, danesse, sou amador e "fazer tempo" não tem a mínima importância.
Boas corridas! Não desista! Força aí!

Sempre lembro desse Bode e agradeço ao Bastter por isso. Tirei muitas lições dele.

Bode do Bastter - #41 - Enfiaram ciência onde não precisa e tiraram de onde é fundamental!

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episodio 12

@Bastter

Tava aqui no banho, e pensei que essa conversa tem muito com a nossa discussão do conforto.
Nesse sentido, eu entendo a sua pira de "desconforto permanente", afinal, como diabos achar conforto no Quilometro 35, a subida, de uma maratona. Se não sabe lidar com o desconforto, não vai rolar. Se buscar conforto nisso, a cama é melhor, andar é melhor, parar é melhor. Qualquer coisa vai ser melhor.
E eu entendo. Eu concordo contigo nisso. Eu discordo do papel da dor como motivador, pq gera o padrão de vício nos mecanismos de opioides que a gente falou meses atrás.

Eu acho que dá para aceitar motivadores de longo prazo, ao invés dos de curto prazo. Que dá para fazer buscas incríveis apesar da dor.

Difícil, tudo é. Correr ou ficar fodido no sofá obeso com ansiedade. Também é um merda, e precisa fazer o esforço da superação. A gente pode escolher o longo prazo. Justamente por tudo ter dor, a dor em si não pode ter valor na equação. Elas se "cancelam".

Mas eu insisto no conforto. O conforto não precisa ser na hora. Precisa ser em saber que tem comida em casa, água quente, família, amor. Que quando essa merda toda acabar a gente vai ter para onde voltar.
A gente não precisa ter conforto toda a hora, eu disse logo acima que buscar conforto numa situação dessas é irracional. Precisa saber ser maluco quando precisa. Mas é importante ter a certeza do conforto depois.

É importante saber construir essas ilhas de conforto, a base que permite que a gente se lance nesses abismos, sofra, se divirta e sinta todo o espectro de emoções humanas sabendo que o amanhã não está em perigo.
Saber que a gente tem conforto "certo" em algum lugar.

Sem isso as pessoas começam a ficar erráticas e fazer maluquices. Vira um dia de fúria, e eu tenho pavor disso, eu já vi isso vezes demais para não me preocupar. Aqui na bastter.com a gente vê isso. Gente que construiu uma vida boa mas vive miserável. Que não consegue ter a percepção de conforto e vivem eternamente no Quilometro 35, a subida, sem conseguir parar.
Aí não é saber ser doido, é ser doido.

@Bastter Duh... essa conversa toda. Meses e meses.

A melhor analogia é a reserva de emergência. O papel dela é gerar conforto para poder fazer as outras coisas.

@Paulo concordo
e eu sempre to com isso no pensamento
depois vou cair na piscina, tomar banho
comer
colocar a perna para o alto, etc