Icarus Deception - Seth Godin
"were you prepared to admit that the problem was unsolvable? Because an unsolvable problem is almost as good as a solved one. An unsolvable problem means that you can declare defeat and move on. It means you can eliminate this excuse from your almanac of excuses, because your goal is unrealistic. No, I will never be able to become invisible or fly or even sing opera. But I accept these limits, and I’ve lived my life around them. Life without a bag filled with unsolved problems is a lot lighter, and you can get a lot more done."
"One of the lizard’s most pernicious tactics is to push you to fall in love with the impossible project, with the impossible dream, with the worthy but ultimately doomed mission.
After all, if your quest is one that can’t possibly be achieved, how can anyone blame you for not achieving it?
Making change is difficult, and it requires the artist to lean in, to violate norms, to persist against the status quo. Sometimes that makes you a leader and an agent of change, and sometimes it makes you an annoying gadfly.
Is there a substantive difference? Isn’t this just history calling the winners one thing and the losers another? Was Dennis Kucinich a crank while Daniel Ellsberg was a prescient hero?
I think there’s more to it than merely the judgment after the fact. It comes back to prajna , to the ability to see the world as it is. By all means, we need people who will tilt at windmills, but the essence of Don Quixote was that, at some level, he knew they were windmills. The fearless agent of change isn’t waiting for a miracle; she’s building alliances and gaining stepwise support in an orderly approach to making the change she seeks. The artist on a mission makes progress, converts a few, and builds a tribe. The gadfly, on the other hand, is in love with his role as an underdog who is not responsible for much and in fact shies away from the compro[REMOVIDO] that would ultimately lead to real impact."
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Eu falo muito sobre propósito aqui, não é na busca de um propósito DE vida ou no propósito DA vida.
O sentido que eu trago é:
A responsabilidade individual pela busca.
Nesse texto, e no livro inteiro, ele fala da nossa tendência a evitar o sofrimento da busca da arte e dá tendência a aceitar pedaços da realidade em busca de conformidade e segurança. Em abrir mão daquilo que queremos para o mundo, e aceitar a "aaaaaaaagarantia" de um mundo posto.
"Se eu trabalhar direito", "Se eu formar em curso X", "Se eu tiver mais dinheiro", "Se...".
Do que eu conheço, não tem caminho sem sofrimento, e tentar fugir dele é uma busca complicada. Se você não tolera algum grau de sofrimento, vai ter dificuldade em se manter no lugar que está bom. Sempre vai ter algum sofrimento, se você é especialista em fugir dele, fatalmente vai ter dificuldades em estar em um lugar bom apesar dele.
Tudo em algum momento vai dar errado. Ficar na mesma empresa dificulta o crescimento, empresas tem hierarquia piramidal, não tem vaga para todo mundo. Mudar de empresa envolve não criar vínculos estruturais suficientes e algum tipo de instabilidade.
Ambas tem prejuízo, risco e problemas. É da característica dos sistemas. Não tem solução. Não adianta lutar contra o moinho de vento.
Ter casa própria exige alto investimento, dificulta a mobilidade, e um aumento de risco pelo capital alocado em um só ativo. Alugar gera insegurança, gasto adicional, negociações com imobiliárias ou proprietários.
Carros usam gasolina e IPVA.
Não adianta brigar com o sistema. Não é da responsabilidade do caminho agradar todas as suas necessidades. Você tem responsabilidade por ter pego o caminho, que pode ou não atender necessidades X, Y, Z. É preciso aceitar a incerteza do mundo.
Basta abrir a porta e olhar pessoas na rua para saber que o seu caminho não é o único nem o perfeito. Só é o seu caminho. Com as as dores e as delícias deles, como diria Caetano. E que os gigantes são os moinhos de vento da paisagem.
Brigar com os caminhos é certeza de sensação de injustiça, reatividade, frustração.
Sair dessa lógica exige criatividade (o tema do livro), que você tome ações fora do sistema para gerar progressão da carreira, ou estabilidade, abrir mão do carro, aumentar a reserva de emergência, poupar para a casa própria ou focar em quarto e sala sem se preocupar com a casa própria apenas com "imóveis.
As soluções estão fora do sistema. Em buscar novos caminhos para atender suas necessidades.
O problema é que: Ser criativo gera sensação de injustiça, reatividade, frustração.
Coisas dão errado, sempre vão dar, a ilusão de um caminho perfeito só existe no final da história. Quando sabemos que o herói dá um fechamento a trama do filme. O filme para ali justamente para não aparecerem mais erros, problemas e conflitos.
O caminho não é perfeito, e o presente não é perfeito. Mas existem buscas que podem ou não fazer sentido para cada um de nós. Aceitando a realidade, entendendo quando temos lutas importantes, quando queremos mudar coisas importantes, quando precisamos brigar com regras inúteis para um futuro que seja importante para nós.
Só vamos dar sentido a isso quando chegarmos lá, quando o filme acabar. Não dá para entender o sentido antes do caminho. Depois que a coisa está feita, todos sabem que ela é possível, mas alguém precisa fazer primeiro. Basta fazer ITA, aí tudo fica fácil. O ovo de colombo (outra metáfora que ele usa no livro).
Ao culpar o caminho, só entregamos a responsabilidade para o sistema. Assim atendemos a nossa necessidade de segurança do ego. Eu posso falar mal do sistema, assim não falam de mim. O sistema é errado, assim eu não preciso lidar com meus erros. As coisas são ruins, assim eu não sou ruim.
Temos a sensação de quando algo bom acontece, era fácil, porque foi a ideia de outra pessoa. Ela fez o esforço para você. O seu ganho é colateral do ganho dela. Você não viu a dor no caminho.
A perda é equivalente: sensação de injustiça, reatividade, frustração
O ganho não. A busca do que importa, apesar das perdas, traz sentidos que não somos capazes de compreender no presente mas somos capazes de sonhar.
A casa própria, o carro, o título de gerente, o diploma, o mestrado, o final da corrida, levantar peso X, emagrecer, viver sóbrio etc. E só vamos entender o significado quando chegarmos lá.
Para isso, precisamos desistir dos caminhos "fáceis" e aaaaaagarantidos. É preciso aceitar a realidade de hoje. Ou buscamos o sentido, ou algo vai dar sentido às nossas vidas, sem sabermos o que queremos.
Só podemos buscar o sentido, errando e seguindo na busca que escolhemos para nós.
Assim como uma pessoa de 1900 não compreenderia o nosso presente. Apenas que viveu ou nasceu na revolução tecnológica percebe a interconexão entre todas as coisas. E reclama do presente.
O presente não é o lugar de. satisfação. Antes de fazer é difícil, somente depois de fazer, ou alguém fazer, vamos dizer que era fácil. Só podemos ter paz na busca, mas não satisfação.
Nós ainda não chegamos no futuro, não temos como ser felizes com o desconhecido, mas podemos aprender a fazer, vivenciar e apreciar a busca. Passo a passo. Com as frustrações e as felicidades de um caminho, seja o seu, ou o que escolheram para você.