Meu primeiro filho vai nascer em menos de um mês e felizmente comecei a entender o que o Bastter falava sobre mentalidade de miséria...Sempre fui de avaliar "custo x benefício" de tudo. Do supermercado ao restaurante.
Não chegava a ser o cara que comprava só coisas ruins. Mas admito que sentia orgulho de gastar 3 horas pra fazer uma compra com desconto + cashback + blablablá, e economizar 20 reais. Sendo que nesse mesmo tempo eu faria 10x esse valor trabalhando.
Durante os últimos cinco anos mantive esse pensamento, juntei um bom dinheiro as custas de alguns sacrifícios bobos. Especialmente na hora de pra comprar algo pra mim mesmo.
Eu literalmente me tratava como um custo. Tudo o que eu comprava pra mim tinha que ser meio de segunda mão, de marca diaba ou ser uma oportunidade de economizar.
Era inaceitável comprar um bom celular ou uma boa camisa. "Pra que?! Dinheiro jogado fora!!", eu dizia.
Até que um dia no supermercado minha esposa veio orgulhosa até mim me mostrar que tinha escolhido uma azeitona de uma marca que parecia ser horrível, dizendo que usou a "minha técnica pra ver o melhor preço".
Ali eu percebi o quanto era tosco esse pensamento de "analista de custo x benefício". E o quanto isso tava afetando outras pessoas também.Devolvi a azeitona e peguei uma melhor. Falei pra ela: "não é a azeitona que vai nos enriquecer". E ela pareceu ainda mais satisfeita com essa resposta do que estava até então.
Agora que ela está no nono mês de gravidez tivemos que tomar várias decisões sobre gastos. Da equipe particular do parto com a médica que ela sonhava em ter, até ter uma fotógrafa no parto.
Só essas duas coisas seriam em teoria "desnecessárias" pro bebê nascer, poderíamos usar a própria equipe de plantão do hospital e eu mesmo tirar as fotos. Mas o fato de poder optar por elas estão conseguindo trazer uma alegria pra nós que qualquer lote de fundo imobiliário traria.
Enfim, queria apenas compartilhar um relato pq sei o quanto as vezes nos sentimos ultra espertos economizando em coisas desnecessárias, mas que as vezes trazem uma alegria e uma satisfação principalmente pra quem tá na nossa volta e não tem culpa por sermos assim.
Tinha faltado parar pra olhar disso de outra forma, e os bodes do Bastter foram fundamentais pra isso.
Ficam minhas lições dessa história:1. Que não tratemos a nós mesmos como um custo.
2. Que não sejamos o detalino do custo benefício. Tem horas que temos que dar o foda-se mesmo.
3. Não sejamos extremistas, nem da economia, nem do esbanjamento.
Abraço!