Abrir uma Clínica odontológica
comentada em 29/06/2022 14:58

eu sei la sabe
tenho muita preocupaçao com este tipo de coisa
especialmente pela briga na familia

Pessoalmente, acredito q sociedade é terrível, pior ainda é ter sociedade com família, se der problema na firma leva pra casa e ai ja viu. Não da pra ajudar sem por seu nome no negócio? 

Investimento em coisa que você não faz parte da operação é igual investimento em ação, você põe lá e esquece.

Quem tá tocando o negócio que sabe das coisas.
Você pega sua parte na divisão dos lucros da empresa, se tiver, e coloca na pilha do patrimônio.

Mas é muito difícil segurar a o dedo da msg pro RI quando você você é o RI.

Acho muito legal e bonita a intenção, mas como falaram, cuidado. Você mesmo diz que ela se sente "explorada"pela clínica atual, será que com o tempo também não se sentirá explorada por vocês por exemplo?
Também não entendi se irão comprar a clínica desta pessoa enrolada que não tem CNPJ ou abrir junto com ela.
Me dá muito medo ler palavras como "explorado" ou "bom demais para ser verdade", quase sempre é prenúncio de problemas.

Verifique a situação trabalhista dos funcionários da atual dona (se está tudo regularizado), haja vista que futuramente pode ser caracterizada uma sucessão empresarial. Ou seja, você poderá assumir eventual passivo. 

o que garante que os pacientes da clínica se manterão nela? Eu por exemplo, vou na minha dentista, independente de onde ela estiver atendendo, acho uma coisa muito pessoal.

@psergio88
1-Qual o ponto forte da clínica? Estrutura/localização/nome ou a dentista que está saindo?
2-Muito cuidado com eventual passivo trabalhista.
3-De modo geral, consultório medico/odontológico melhor começar devagar,com custo fixo mais baixo e ir crescendo. 
4-Sua irmã tem alguma experiência em gestão? Calcular hora clinica/etc?

5 - qual a experiência, formação e tempo de formada da tua irmã? Se sentir explorado com 2 anos de formado sem diferencial é diferente de se sentir explorado com 10 anos de experiência.

A parte que mais me assusta é essa:
"Como funcionária ela se sente muito explorada".

Me leva a crer que talvez ela tenha a cabeça de que dono é sinônimo de #pas... Pode descobrir na prática que a exploração do dono muitas vezes é bem maior... Ainda mais em prestação de serviço, atender público, lidar com fornecedores, impostos e funcionários (que acharão que ela os explora)!

Ainda tem o agravante aí da sociedade em família... Pode dar certo? Pode. Mas se der errado "acaba" com a família junto.

Enfim, pense muito nesses pontos antes de pensar nos problemas referentes ao consultório em vista. 

Boa sorte! Espero que dê tudo certo! Se der errado, coloca pedra e segue em frente! Família em primeiro lugar.

Sociedade com familia é pior que a morte

Se for o sonho dela ter uma clínica ok, mas achar que vai ter mais paz e trabalhar menos é ilusão, normalmente trabalha muito mais, ainda mais se tratando de uma profissão que não tem como escalar.

Imóvel herdado com irmãos já é bucha, imagina uma empresa em família!
Da a grana pra ela que é melhor 

é clínica ou consultório? médico com consultório não precisa de cnpj, funciona como autônomo. 

Seguinte: eu montei um consultório.
Não administro nada tudo é minha esposa que faz. 
Eu nunca me senti explorado mas ela sentia que com um consultório próprio teria menos gasto. 
Deixei ela pesquisar tudo, ela fez orçamento, estudou a contabilidade, ela é a secretária, ela faz o Instagram (eu faço o texto ela as imagens).
O lucro vai todinho pra ela kkkkk.
Zoando, o lucro vai pro nosso caixa da empresa, lá a gente paga as contas da clinica, por fora eu trabalho em plantões então não dependo do consultório.

Pra montar aluguei um ponto com os acordes da Anvisa, e só mobiliei, tudo barato mesmo.... 15 mil reais. 

E o custo mensal? 4 mil.

Eu tenho 3 pacientes por dia. 
Nao sei se posso colocar quanto cobro na consulta, mas não está dando lucro ainda. Mas está se pagando.

Eu atendia plano que pagava 30 reais, atendia uns 20 por dia (e com calma, saia 21 a 23 horas do consultório).
O Paulo aqui do fórum me ajudou com um material, mas aí corri atrás e vi outras coisas que acrescentaram no conhecimento.

E realmente hoje com 3 pacientes por dia ganho o mesmo que quando atendia 20 a 30 ou 40 reais.

O ponto chave: um tem que administrar e outro trabalhar, fazer os dois não dá.

Eu atendo e a minha esposa faz o resto. Sinceramente? Tá dando muito certo eu estou muito feliz. 

Converse muito com ela sobre isso, estude muito sobre cliente, sobre venda (pessoa liga querendo saber preço, você tem que convencer a pessoa a ser atendido, não é só falar o valor e desligar, tem muitas nuances no atendimento).

Mande ela focar na carreira, e veja se ela está disposta a ser administrada (pois isso é inevitável).

Boa sorte. 

Como dia se ela não estiver atendendo a expectativa de vocês? Vocês vão cobrar dela mais empenho? E se ela quiser usar o lucro pra investir em equipamento? E se ela quiser trabalhar menos dias na semana? E se ela decidir reformar ou colocar outra pessoa pra trabalhar na clínica? E se ela achar injusto a sociedade e quiser uma parte maior no lucro? 
Eu acho essa uma ótima maneira de ter briga na família, a não ser que vocês montem a clínica pra ela sem entrar como sONcios.

O mais provável é que ela vai deixar de se sentir explorada pelo patrão pra se sentir explorada por vocês.
O ser otomano é assim mesmo.

Lembrei de um caso de uma cozinheira que resolveu montar um restaurante. Ela entrava "sendo explorada" e os sONcios com o risco do negócio e o dinheiro.
Quando as coisas começaram a dar certo, todos já sabem o que aconteceu.

Melhor deixar que ela continue sendo "explorada" pelos outros e com o próprio esforço, ganhe experiência e junte seu próprio dinheiro pra montar seu próprio consultório.

Isso ainda vai acabar na lista de coisas pior que a morte, junto com empregar a sogra.

Vou relatar minha experiência como médico, que embora diferente, tem suas semelhanças.
Após concluir minha formação, por não ter dinheiro para montar meu próprio consultório, tampouco experiência, comecei a trabalhar em clínica de terceiros, deixando 50% do meu faturamento para a clínica. Trabalhava bastante, das 7 às 19h, e sábados até as 12h, entretanto saía da clínica e não me preocupava com nada.
conforme meu faturamento aumentava, também aumentava a mordida, embora proporcionalmente se mantinha em 50%.
Após algumas questões, inclusive o sentimento de se “sentir explorado”, aliado ao fato de já ter juntado alguma reserva, resolvi empreender em um consultório próprio.
Aluguei uma sala, contratei secretária, telefone, internet, software de controle de agenda e financeiro, contador, alvará, etc e lá estava eu no meu negócio.
Comecei a atender um período na semana e me mantinha na clínica terceirizada nos outros horários.
Conforme a agenda foi melhorando, fui migrando para o consultório próprio. Esse processo durou cerca de 6 anos até me desligar totalmente da clínica.
O primeiro ano só tive prejuízo, que era coberto com o outro emprego. 

Hoje, após 10 anos, com 7 funcionários, sinto-me realizado, mas o caminho é árduo.
Pontos que gostaria de frisar que acho importante:
- a questão da sociedade familiar pode colocar tudo a perder. Se for o caso, emprestem/doem o necessário pra ela montar.
- comprar uma clínica estabelecida tem as suas vantagens, mas se a clientela for da dentista que estive saindo pra outro lugar, ela levará. Geralmente, uma clínica assim já tem custos maiores do que um pequeno consultório. Com funcionamento enxuto já é difícil no começo, com custos altos fica ainda pior. Se a dentista estiver se aposentando, essa questão se dilui um pouco. 

- se ela estiver se sentindo explorada porque trabalha bastante, é mau sinal, pois no negócio próprio se trabalha ainda mais, especialmente no começo. Se for porque deixa muito do que ganha na clínica atual, não é tão ruim.
- gestão e lidar com funcionários e demandas dos pacientes é uma arte e dá muito trabalho. E isso será ela quem terá que resolver. Tem que ter resiliência, pois não serão poucas as vezes que terá vontade de largar tudo e voltar a trabalhar para os outros. 
Posso afirmar que não é fácil e precisa ter o perfil empreendedor, mas se tudo der certo é muito compensador. Tanto no quesito qualidade de vida, quanto financeiramente. Além de estar construindo e alimentando um negócio próprio que depois de alguns anos, assim como qualquer empresa, pode representar um boa parte do patrimônio.
Mas familiares como sONcios eu olho como cachorrinho vermelho.
Desejo sucesso independente da decisão tomada. 
 

Sou dentista, vou tentar contribuir. Amo minha profissão mas entenda o cenário pra tentar ajudar sua irmã da melhor forma. Alguns pontos:

1 - Pjotização é irreversível, assim como formação de equipe. Não existe mais o dentista PF que trabalha sozinho, item em extinção.
2 - Geralmente as equipes tem 1 ou 2 sONcios dentistas e o resto são os dentistas"explorados" ganhando porcentagem, sem nenhum vinculo trabalhista (tudo verbal) e sem nenhuma responsabilidade com a empresa.
3 - Sociedade pra ajudar não sendo da área (e familiar) me cheira problema. Fiz sociedade com familiar dentista muito proximo, deu certo do ponto de vista financeiro. Mas profissionalmente tem muito desgaste dependendo da personalidade das pessoas envolvidas. O limite pessoal/profissional fica borrado.
4- Diversificação: ela formar em uma boa faculdade = NADA, fazer 1 especializacao = NADA. Tem que ter mais de uma pos, eventual vinculo publico/privado, fazer pericias, whatever... O profissional tem que diversificar, tem que ter um diferencial.
5 - Tem MUITO DENTISTA no Brasil, especialmente no Sudeste. Muita faculdade ruim saturando o mercado de profissional que aceita atender convenio ou trabalhar pra outro dentista ganhando 10 reais por uma restauracao. Medicina esta caminhando passos largos nesse sentido. Pense nisso pra tomar decisões.
6 - Sugiro ela trabalhar, poupar, estudar, criar RE antes de realmente entrar pra empreender. Clinica odontologica é MUITO CARO e demanda dedicação exclusiva pra dar certo (minha opiniao). Procure colegas de turma dela, dentistas mais novos que abriram clinicas e estao indo bem. Veja o caminho que tomar, qual as dificuldades...

Abraços

Minha esposa e eu fizemos algo parecido, e contribuo aqui para que possa lhe valer de algo.

Minha esposa tinha essa mesma percepção, recém formada em odontologia, trabalhava para um dono de uma clínica que não era nem dentista, ou seja, ela ganhava pouco, ele como não entendia só comprava material de baixa qualidade, e esse processo durou 1 ano até que nos cansamos e ela saiu.
Começou trabalhar em outro consultório, agora como dentista a parte, ganhava não salário mas uma comissão pelo atendimento, e assim andou por uns 2 anos, trabalhando em vários consultórios e ganhando um percentual desse atendimento. 

Enfim um desses consultórios o dono quis vender, compramos, no começo de cara coisa de 2 meses recebemos um processo de uma paciente antiga da clínica(detalhe a minha esposa não atendeu essa pessoa foi um outro dentista, mas a mulher colocou a clínica inteira no processo), veja bem, alteramos o nome, cnpj tudo absolutamente tudo, exeto o ponto. Resumo, minha esposa entrou no processo e nossa clínica também, até explicar para o juiz que nós havíamos comprado o ponto e não o CNPJ e que minha esposa era funcionária anteriormente e não dona lá se foram algumas audiências e alguns dinheiros para advogados. Por fim ganhamos, só que rolou todo aquele estresse emocional, e claro um dinheiro que se perdeu inutilmente.

Hoje fazem 10 anos que temos a clínica e estamos muito contente, nesse meio tempo colocamos mais um consultório, minha esposa está realizada, ela ama o que faz, e eu fico super feliz em ve-la assim, mas ela trabalha muito, e eu acabo ajudando sempre que posso, ou é consertando algo no consultório, ajudando nas férias das secretárias, enfim no que puder.

Passado o relato ai oque eu posso te dizer, concordo com os colegas:
- bons profissionais levam pacientes, até hoje passados 10 anos há um número considerável de paciêntes que vem de outra cidade ser atendidos por minha esposa, pacientes das primeiras clínicas onde ela era empregada. 
- Tenha especialista em cada área, sua irma teve um "leve" conhecimento da odontologia se ela tentar fazer tudo, desde endodontia a ortodontia sozinha não vai rolar. Minha esposa tem especialização em duas áreas e portanto atua somente nestas áreas e clínico geral, para cada outra área temos um dentista especialista afim de sempre fornecer o melhor tratamento e nunca um meia sola.

-Alerte bem sua irmã, ser dentista é uma coisa, empreendedor outra, no começo foi um fardo pesado na nossa casa, eu via o desgaste da minha esposa, porque ela sempre quis ser dentista, mas nunca teve o desejo de ser empreendedora, hoje ta mais leve mas no começo foi puxado.
-"retorno mensal interessante" veja o caixa sim, você deve ter uma base, mas não confie totalmente, nós também vimos o caixa quando compramos o primeiro consultório e era lindo mas depois não foi tudo aquilo. Nunca pergunte a um barbeiro se precisa cortar o cabelo.

-Sobre a sociedade até o momento tem funcionado muito bem conosco, somos casados e nos damos muito bem, tanto meu dinheiro como o dela sempre no mesmo bolo, desde quando ela ganhava pouquinho até agora que ganha melhor. Se amanhã vai dar certo eu não sei, mas até hoje nunca tivemos problema com isso. 

Sendo sua irmã, eu acho que vocês devem já ir pensando em investir esse dinheiro para abrir o consultório e posteriormente quando ele começar dar lucro vocês venderem para ela, ou seja já deixar isso claro que vocês estão ajudando ela começar e depois não se beneficiarão do lucro recorrente, desde que vocês estejam fazendo para ajuda-la e não por investimento. Esse último ponto tem que ficar bem claro por se der lucro é mil maravilhas, mas se der prejuízo é complicado já imaginou, ela trabalha o mês inteiro no fim da negativo ainda, ou seja vocês ainda tem outras fontes de renda e ela que trabalhou o mês todo nada, e quando der pouco lucro ela fica com pouco dividido pela quantidade de sONcios. Portanto tenham isso como uma doação que pode retornar quando ela conseguir pagar. Lhe desejo sucesso amigo, que sua irmã saia de casa e volte com o mesmo sorriso e alegria que eu vejo minha esposa ir e voltar do trabalho todo dia!

Abraco!
 

Só uma coisa: é um serviço profissional, não vai vingar você entrar como sONcio se você não trabalha isso. Deixa sua irmã seguir o caminho dela e ela administrar. No que você ajudar, faça por ser somente sua irmã, e não como sONcio.

É um serviço estritamente profissional pra ter muitos sONcios, vai dar rolo. Se quiser fazer negócio, emprestem entre vocês, mas entenda que a clínica é dela.

@DrNaucrates @cachorro_magro @Xploid  

Comentários excelentes. Muito obrigado e sucesso.

@psergio88  

Seria interessante nesse período de iniciação ao negócio a sua irmã fazer algum curso (Empretec Sebrae) ou estudar livros sobre empreendedorismo para ter noção de tocar um negócio (como citado acima pelos colegas). Entender sobre ciclo financeiro de uma empresa, capital de giro, formação de preço de venda e gestão de custos pode ajudar muito no início.

postado por @Transtornado em 29/06/2022 12:00:53

Só uma coisa: é um serviço profissional, não vai vingar você entrar como sONcio se você não trabalha isso. Deixa sua irmã seguir o caminho dela e ela administrar. No que você ajudar, faça por ser somente sua irmã, e não como sONcio.

É um serviço estritamente profissional pra ter muitos sONcios, vai dar rolo. Se quiser fazer negócio, emprestem entre vocês, mas entenda que a clínica é dela.

complementando o que o colega falou...

o maior capital da clínica é o intelectual da dentista mesmo... então realmente é natural uma sensação de exploração por parte dela, caso vocês mordam muito do faturamento.

e é muito difícil precificar o capital intelectual...

além disso, como só ela trabalharia, teria um pró-labore, e os outros sONcios não.

no fim do dia a conta não deve fechar, se fizer tudo certinho... é um negócio que só é viável se o dono for o detentor do capital intelectual mesmo...

Cara se for pra montar o consultório como uma ajuda para sua irmã tocar a vida profissional dela, acho super válido e incluisve muito bacana da sua parte.

Se for pra entrar como sONcio na intenção de auferir lucro futuro acho furada total. 

Dentista ganha bem em cidade pequena onde tem carência de atendimento, nos postinhos do SUS geralmente só fazem extração. Pra ganhar bem em cidade grande precisa ter nome ou atender muito através dos planos, que pagam mixaria por atendimento. 

Amigo se ela é da turma do tão me explorando, quando recebe salário, imagina quando for distribuir o lucro e 1/3 for pra ela e 2/3 pra ti e teus pais que não trabalharam um dia, ela vai falar umas coisas pelas costas e vocês.

Não acho que essa sociedade vai acabar bem.

O meu curso que o @Luiz47 falou é este:

#VAILÁEFAZ! > #FUILÁEFIZ > Vivendo de psicologia - A carreira do psicólogo
o link direto: ninho.ead.guru
É um curso que eu mapeei as maiores dificuldades dos profissionais de psicologia em ter progresso na carreira profissional, em especial no que diz respeito ao empreendedorismo.
É um curso bem simples e básico de 1h, mas que tem todo o essencial e importante. O resto está no controle do tempo.
Apesar de ter sido feito para psicólogos, outros profissionais de saúde tem dado bons feedbacks curso e conseguindo tomar meia dúzia de decisões melhores.