Dúvida sobre o ONREVOG e o lucro das empresas estatais - última live do Bastter
comentada em 12/07/2022 07:16

Se ele vender demais pra embolsar o dinheiro ele não corre o risco de não ser mais majoritário?

Vender ações = Vender a parte dele e embolsar o dinheiro
Distribuir dividendos = Vender parte de todos e todos embolsam o dinheiro proporcionalmente

Tbm tem o fato que da muito trabalho, lida com muita "emoção" (no sentido que não da pra saber de antemão como o público vai reagir), pode indicar alguém conhecido para um cargo qlq e ganhar um churras, enfim...

Majoritário vendendo participação é caos na Terra 

Empresa que paga muito dividendo é o paraíso na Terra 

Obs. na Terra dos Sardinhas :)

1) ONREVOG vender ações pode ser diluído e deixaria de ser majoritário;

2) Ainda que fosse viável, uma venda dessa monta geraria blocks trades regulares e afetaria o mercado inevitavelmente;

3) O que é mais fácil: receber dividendos na conta ou ter que organizar um block trade gigante, com aaaagarantidores de preço e não sei mais o que, para viabilizar a saída?

@gbaraujo vender o q?
olha as coisas aqui no site q vc mesmo responde suas perguntas
tudo q dava para vender ja foi vendido

ONREVOG vender ações da maneira que vc sugeriu tem um nome: privatização ….

Quando você vende uma ação você diminui sua participação acionária em troca de dinheiro.

Quando uma ação emite dividendos, parte do seu capital sONcial (reserva de lucros e dividendos) é diminuida e parte do caixa é usado para cobrir essa diminuição.  Ou seja, ou parte do capital atual ou parte do crescimento é diminuida em troca de dinheiro.

Para o micro-investidor, essencialmente os dois eventos geram o mesmo resultado, porque para ele sair de 0,0000000000001% para 0,00000000000009% não muda nada na vida.

Agora para o controlador-majoritário, vender ações pode significar perder o controle do capital votante. Portanto, para este, o evento venda não é equivalente ao do dividendo.

Os eventos não são equivalentes em termos de poder de voto, só que para nós essa não equivalência é desprezível, uma vez que a quase totalidade de nós jamais terá poder para controlar uma S/A fazendo pequenos aportes mensais.

Então o ONREVOG não adota dividendo zero, crescimento e venda da participação porque ele não está interessado em ir se desfazendo da empresa por dinheiro.

Quando o está, ele o faz. Se chama privatização.

As coisas precisam ser vistas sob a ótica correta, para evitar essas dúvidas.

A empresa X tem valor de mercado 1000. Joãozinho tem 50% das ações de X
Ela vai distribuir 100 em dividendos.

1 nanosegundo após a distribuição dos dividendos
Joãozinho tem 50% de 900 + 50% de 100 =  450 + 50 = 500, exatamente o que tinha antes.
>> O capital pessoal de joãozinho alocado em X é de 450
>> O capital pessoal de joãozinho em dinheiro é de 50
>> O controle acionário não mudou nada, Joãozinho é dono dos mesmos 50%

A empresa Y tem valor de mercado 1000. Clarinha tem 50% das ações de Y

Clarinha vende 10% de suas ações

1 nanosegundo após a venda das ações de Clarinha
Clarinha tem 45% de 1000 + 50 = =  450 + 50 = 500, exatamente o que tinha antes.
>> O capital pessoal de Clarinha alocado em Y é de 450
>> O capital pessoal de Clarinha em dinheiro é de 50
>> O controle acionário mudou, Clarinha é agora dona de 45% do capital.

Agora imagine o controle acionário na seguinte ordem de grandeza:

A empresa X tem 1 bilhão de ações e o cleitonildo tem 400 ações e tá preocupado se vender é melhor que receber dividendo ou não, com medo de perder o percentual de participação acionária.

Em termos práticos, vai sair de zero para nada.  E se comprar de volta, sai de nada para zero.

Para o "micro-investidor" não muda nada. Para o controlador, sim, muda.

Na verdade é uma questão legal. O ONREVOG não pode vender o controle de uma estatal sem o congresso aprovar (vide Eletrobras).
Como o bastter mostrou, a participação já está no mínimo para ser considerada estatal (50%), então qualquer venda significa perda de controle...
Imagina o rolo...

Se vender e ficar com menos de 50,001%, perde o controle, e aí é privatização e, por legislação,  precisa do aval do congresso. O correio alemao foi privatizado no formato que você pensou, vendendo 5% da participacao por ano, ao longo de 20 anos. Tudo é possível,  desde que haja o projeto certinho, aprovem etc. Com dividendos, basta a decisao dos gestores