Livro Fantasia, Horror e Ficção Científica
Star Maker, The Visual Edition
Olaf Stapledon, Kevin Hess
"Star Maker" é um romance de ficção científica escrito pelo autor e filósofo britânico Olaf Stapledon, publicado em 1937 e que atualmente está em domínio público.
O aclamado Arthur C. Clarke considerava o livro "provavelmente o mais poderoso engenho de imaginação já escrito".
Star Maker trabalha temas filosóficos, tais como a essência da vida, do nascimento, envelhecimento e morte, bem como a relação entre criação e criador. Um tema de fundo na obra é a progressiva unidade entre e através diferentes civilizações.
Esta edição, contudo, é interessante de outra forma, que vai além do brilhantismo do romance. Trata-se de um romance visual, totalmente ilustrado através do trabalho de inteligência artificial (AI).
Recentemente, certos softwares de AI se tornaram mais acessíveis, permitindo a criação de imagens a partir de mensagens em texto ("prompts") do usuário. Por exemplo, o usuário poderia escrever algo como "homem com cabelo grisalho, ao estilo de Rembrandt". E o software então formaria a imagem a partir da análise do seu banco de dados.
O tema ganhou destaque após uma imagem produzida por AI ter vencido uma competição de arte nos EUA. O que inevitavelmente gerou celeuma nas redes sociais, reacendendo debates antigos e gerando novos (O que é Arte? Como vai ser o futuro do trabalho com a AI? É ético que a AI utilize no seu banco de dados imagens proprietárias sem autorização? Etc).
Segundo a entrevista que li, Kevin Hess, o ilustrador deste livro, é um grande fã do romance e sempre pensou numa forma de popularizar a obra.
Após tomar contato com um desses softwares de AI, percebeu que o atual estado da tecnologia sofre de várias limitações, por exemplo: não é possível produzir várias imagens de uma mesma pessoa ou de um mesmo objeto com as mesmas características, cenas de ação são de difícil execução, entre outras.
Mas Star Maker é um livro em condição peculiar para ser ilustrado por AI, pois o narrador é incorpóreo, os personagens não se repetem e não há cenas de ação. Trata-se de um livro filosófico, o narrador percorre o Universo descrevendo e analisando a ascensão e colapso de diferentes civilizações. Ou seja, o papel das imagens seria mais o de adicionar atmosfera ao texto.
Na entrevista, Kevin Hess afirmou que apenas o uso de AI tornaria o projeto viável, pois sua finalidade era introduzir *todo* o livro na edição visual, sem substituir o conteúdo narrado em texto por conteúdo narrado em imagens. Por isso, ao todo o livro tem mais de 700 páginas de ilustrações, nas quais o texto integral do livro também é apresentado através de balões.
Foram necessárias apenas cerca de 100 horas de trabalho para produzir todas essas ilustrações com o auxílio da AI.
Nos comentários vou colocar alguns exemplos de páginas do livro, a entrevista que li e alguns links ensinando como instalar um desses softwares de AI com código aberto. O requisito é uma GPU dedicada com 8GB de VRAM.
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