Estava em uma viagem de trabalho com dois colegas.
No final de semana resolvemos passear e aproveitar a cidade do Rio de Janeiro.
Compramos alguns passeios/ingressos pela internet, a maioria com pagamento via Pix. No final da tarde resolvemos ir ao Aquário, ainda não havíamos comprado esse ingresso. Chegando lá, vimos que na bilheteria o valor era R$ 50,00 mais caro que o site; então cada um pegou o seu celular para realizar a compra online.
Um dos colegas falou que não insere em lugar nenhum os dados do seu cartão de crédito, e esse era o único método de pagamento pelo site. Eu e o outro compramos online e aguardamos a decisão dele - de não ir, nos aguardar lá, ou comprar na bilheteria do local. Ele escolheu a segunda opção, pagando mais caro, mas evitando deixar o número do seu cartão "exposto" em um site ou aplicativo.
Obs.: como se não houvesse máquinas físicas que clonam o cartão ou ofereçam risco.
Lá fomos nós, o aquário é muito bonito! Um mundo à parte para quem gosta de biologia e vida marinha.
A minha sugestão, como último passeio do dia, foi um passeio de Bike (Itaú) na orla de algumas praias. Chegando no primeiro ponto para retirada das bike's, estamos nós no App. E, adivinha? A única forma de pagamento era via cartão de crédito. O valor para retirada de cada bicicleta era de R$ 3,99, sendo possível apenas a reserva de UMA bike por aparelho celular. Ele hesitou, hesitou, e não teve jeito...precisou inserir os DADOS do seu cartão de crédito para pegar a Bike. Sim, gastou um valor extra no passeio anterior e obrigou-se a cadastrar o cartão por causa de três reais e noventa e nove centavos.
Pedalamos por uma hora, e talvez tenha sido o melhor programa do dia.
Moral da história: estamos expostos a vários riscos no cotidiano. Não podemos privar nossa vida pelo receio de uma "tragédia".
Continuaremos atravessando a rua com o risco de ser atropelado.
Não deixaremos de carregar o celular na tomada com o risco de uma explosão.
Viajamos de carro/ônibus com o risco de um acidente - podendo ser causado por terceiros.
Viajamos de avião com uma pequena probabilidade de uma queda.
Caminhamos mesmo com o receio de ser assaltado.
Se tivermos medo e desconfiança de tudo, deixaremos de viver, de aproveitar, de otimizar o tempo e criar momentos. Não sabemos a hora ou o que, nem com quem acontecerá.
O melhor caminho não é criar uma bolha de suposta "superproteção", uma síndrome de medo; e sim aprender a conviver com isso.
Podemos viver evitando o riscos extremos, mas não podemos mudar tudo no nosso dia a dia e ficar refém destes anseios. O amanhã não espera.