Novas Drogas para Obesidade
comentada em 14/12/2022 08:29

@Bastter não sobre o remédio em si, só uma dúvida mesmo.

Só pra deixar claro, sou burro mesmo e to querendo aprender.

Acredita que a influência da pirâmide alimentar, colocando como base dela os carboidratos (sei que não são ruins, mas em excesso e não tendo proteínas/gorduras o suficiente para o bom funcionamento do corpo), tenha ajudado nessa crise de obesidade que vivemos hoje?

@Sevro A maioria das pessoas não sabe nem o que é piramide alimentar, o que elas sabem é o que é a comida mais barata que dá menos trabalho (se vc atirar uma pedra na farinha e depois fritar no oleo já dá pra comer).

E a comida mais barata que dá menos trabalho é o que tá engordando geral

@Sevro acho q tem muito histerismo da religiao low carb em cima disso

a causa para mim eh q a vida foi ficando mais facil, a comida mais barata, fazer esporte eh um saco, ansiedade, etc

as pessoas iam engordar de qq forma pq comer mais do q precisa engorda

Sempre tive muita curiosidade em ouvir opiniões disso.
Eu já usei 2x essas medicações injetáveis ( por recomendação médica)
Mas nunca usei por muito tempo para analisar corretamente resultados.
Na primeira vez eu estava em uma época fazendo muito esporte, e a perda de peso estava lenta, normal. Não senti que o remédio fazia diferença, mas não tive efeitos colaterais.
Já na segunda vez, tive efeitos colaterais. Eu me sentia estufada o dia todo, com dor de estômago, moleza. Não tinha como comer nada. Emagreci 3kg em uma semana. Falei pra médica e ela disse que me daria uma medicação pra dor de estômago, aí decidi parar tudo, foi bem rápido.
Depois desses efeitos colaterais peguei medo, acho que só usaria em último caso. 
Já vi pessoas que emagrecem bem rapido com esses remédios. Agora não sei como fica a manutenção pq no meu caso, com o remédio eu não conseguia comer mesmo, mas parando o remédio vc volta a comer....

@Ocean NA MINHA PRATICA MEDICA NUNCA USEI REMEDIOS
NA EPOCA eram bem ruins
e muitos deram problemas

a minha preocupação sao justamente os efeitos colaterais no futuro

mas os resultados destes remedios nestes estudos
nunca vi coisa igual com remedios para emagrecer

e entre cirurgia e remedios ainda acho os remedios menos ruins

mas as pessoas devem tentar primeiro sem um nem outro

postado por @Bastter em 13/12/2022 13:14

Ocean NA MINHA PRATICA MEDICA NUNCA USEI REMEDIOS
NA EPOCA eram bem ruins
e muitos deram problemas

a minha preocupação sao justamente os efeitos colaterais no futuro

mas os resultados destes remedios nestes estudos
nunca vi coisa igual com remedios para emagrecer

e entre cirurgia e remedios ainda acho os remedios menos ruins

mas as pessoas devem tentar primeiro sem um nem outro

Será que esses aí são similares ao liraglutida? Pq se for, pela minha segunda experiência, emagrece mesmo...eu nunca tinha perdido peso tão rápido. Se eu continuasse naquele ritmo, menos de 2 meses eu já estaria magra. Mas não sei se ajuda na perda de peso ou vc emagrece pq não consegue comer direito.

@Ocean pelo q eu entendi eles agem sobre a saciedade
mas precisa algum medico nos explicar
pq nao sou mais medico
ate sei ler os estudos e tal
mas pratica nao tenho mais nenhuma

De forma geral, acho que essas novas drogas tem muito potencial, mas o problema que a gente vê direto na prática é que as medidas "intervencionistas" (medicação e cirurgia) não são bem indicadas. Isso acontece demais, já me deparei algumas vezes com pacientes usando bupropriona para "modular apetite", sem nenhum outro tipo de acompanhamento. Quadro de síndrome metabólica/obesidade é extremamente complexo e em muitos casos (talvez a maioria) existe um quadro de saúde mental subjacente que é central na causa do problema.
Se observarmos algumas estatísticas de pós-bariátrica por exemplo, mais da metade dos pacientes voltam ao peso inicial, aumentam de forma significativa o uso de álcool, tábaco e antidepressivos. Teoricamente, só se faz bariátrica após um tempo de acompanhamento por uma equipe multidisciplinar etc etc (no SUS funciona assim), mas na prática o que acabamos vendo é que quem tem dinheiro acaba pagando pra fazer e sofrendo as consequências disso...
Para pessoas que já estão em acompanhamento multidisciplinar (bom suporte de saúde mental, educador físico, nutricionista, etc.) há um bom tempo, com uma mudança de hábitos legal, mas ainda assim tem muita dificuldade de perder peso/ controlar apetite, assONciar medicação (inclusive reposição hormonal dependendo do caso) / considerar cirurgia é extremamente válido. Sem todo esse acompanhamento e critérios objetivos para indicar a medicação, penso que a médio/ longo prazo os benefícios desses medicações podem ser meio questionáveis...

@cmg1030 pois eh
sem mudar de vida nada disso acaba adiantando depois de um tempo
mas é tao dificil perder peso que a gente acaba aceitando outros metodos
enfim, obrigado pelo comentario

Na prática, depois de 3-4 meses, para de emagrecer

Estabiliza o peso se continuar usando, mas não evolui sem mudança de hábito

É mais tolerável e seguro do que outro tipo , principalmente se comparado aqueles antigos

Talvez daqui alguns anos vamos descobrir que este tipo de medicamento traga algum risco / problema novo 

Atenção: Meu comentário não nenhuma relação com a pergunta do bastter, nem com esse remédio especialmente.

---

Como eu já disse, e repito todas as vezes sobre isso.

Não existe pílula mágica em saúde.
Não que não existam bons remédios.

Mas se você se fica enfiando bactéria no corpo voluntariamente, não tem antibiótico que vá segurar a pancada no longo prazo.

Dito isso, mesmo as coisas que funcionam não funcionam no longo prazo.

Peso não é doença, é sintoma.

Quando sai uma intervenção assim, o que as pessoas fazem é responsalizar intervenção pela mudança.

Por isso que tem um monte de gente que toma whey mas não para de beber álcool.

Pq o whey já tá lá fazendo o papel dele, eu eu posso beber álcool, pq afinal...

Aí toma um treco desnecessário, que tem efeito marginal, e abre mão de fazer o que seria extremamente benéfico: parar de beber.

Não precisaria fazer nem um nem outro.

Mas é agradável para a pessoa carregar o whey de pata de coelho, trevo de 4 folhas. É só um amuleto psicológico para poder acreditar que vai dar tudo certo.

postado por @Bastter em 13/12/2022 13:14

Ocean NA MINHA PRATICA MEDICA NUNCA USEI REMEDIOS
NA EPOCA eram bem ruins
e muitos deram problemas

a minha preocupação sao justamente os efeitos colaterais no futuro

mas os resultados destes remedios nestes estudos
nunca vi coisa igual com remedios para emagrecer

e entre cirurgia e remedios ainda acho os remedios menos ruins

mas as pessoas devem tentar primeiro sem um nem outro

Exatamente isso que penso.

Ja vi, em poucas situações mas existem, pessoas que tomaram remedios por anos e so depois de muito tempo tiveram problema - só que problemas graves.

Então realmente dá medo e acho que deveriam ser utilizados, como vc mesmo acentuou acima, somente em casos extremos.

Mas é somente minha humilde opinião.

postado por @Bastter em 13/12/2022 13:53

cmg1030 pois eh
sem mudar de vida nada disso acaba adiantando depois de um tempo
mas é tao dificil perder peso que a gente acaba aceitando outros metodos
enfim, obrigado pelo comentario

Concordo, é super difícil mesmo, são desafios em diversas áreas.
1) alimentação: adequar horários certos pras refeições e a quantidade certa de refeições no dia (só pra acostumar com isso vai no minimo minimo 1 mês). Não da pra diminuir muito e muito rápido a quantidade de ingesta calórica porque a pessoa não tolera e acaba fazendo efeito rebote (ai vai meses). Se fizer déficit calórico muito pesado vai inexoravelmente perder muita massa magra e paradoxalmente ficar cada mais dificil de perder peso.
2) percentual de massa magra além de na maioria dos casos ser baixo, é mal distribuído: predispõe lesão muscular/articular, tem que começar atividade física com baixa intensidade, aumentar e distribuir melhor massa magra (vai pelo menos um 1 ano). Sem contar melhora de flexibilidade etc.
3) saúde mental: aqui nem se fala, questões de auto-estima/ auto-imagem, encontrar motivação para continuar na rotina (aqui são anos de acompanhamento)
Nessa brincadeira, pra voce conseguir inicialmente direcionar e ver resultados nos casos de obesidade mais grave vai fácil alguns anos... Dentro desse processo, fazer uso de alguma intervenção pode ser bem válida

postado por @Ocean em 13/12/2022 12:51:49

Sempre tive muita curiosidade em ouvir opiniões disso.
Eu já usei 2x essas medicações injetáveis ( por recomendação médica)
Mas nunca usei por muito tempo para analisar corretamente resultados.
Na primeira vez eu estava em uma época fazendo muito esporte, e a perda de peso estava lenta, normal. Não senti que o remédio fazia diferença, mas não tive efeitos colaterais.
Já na segunda vez, tive efeitos colaterais. Eu me sentia estufada o dia todo, com dor de estômago, moleza. Não tinha como comer nada. Emagreci 3kg em uma semana. Falei pra médica e ela disse que me daria uma medicação pra dor de estômago, aí decidi parar tudo, foi bem rápido.
Depois desses efeitos colaterais peguei medo, acho que só usaria em último caso. 
Já vi pessoas que emagrecem bem rapido com esses remédios. Agora não sei como fica a manutenção pq no meu caso, com o remédio eu não conseguia comer mesmo, mas parando o remédio vc volta a comer....

A maioria dessas drogas tem como um dos efeitos o retardamento do esvaziamento do estômago, o que causa essa sensação de estufamento ou saciedade precoce. Então, como vc come porções menores do que está acostumado, acaba emagrecendo. 
Além disso, elas atuam nos centros de saciedade do cérebro, gerando um apetite menor. 

As repercussões de reduzir a quantidade de calorias ingeridas, além da perda de peso, podem ser manifestações físicas de fraqueza e cansaço (como se fosse seu corpo tentando reduzir o consumo energético, pq sabe que vc está ingerindo menos). Dores de cabeça também são comuns. 

E é exatamente isso que você falou: parou de usar a droga, volta o apetite. Não se trata o fator causal, apenas inibe enquanto dura a ação do medicamento.

postado por @ZeContinha em 13/12/2022 16:12
A maioria dessas drogas tem como um dos efeitos o retardamento do esvaziamento do estômago, o que causa essa sensação de estufamento ou saciedade precoce. Então, como vc come porções menores do que está acostumado, acaba emagrecendo. 
Além disso, elas atuam nos centros de saciedade do cérebro, gerando um apetite menor. 

As repercussões de reduzir a quantidade de calorias ingeridas, além da perda de peso, podem ser manifestações físicas de fraqueza e cansaço (como se fosse seu corpo tentando reduzir o consumo energético, pq sabe que vc está ingerindo menos). Dores de cabeça também são comuns. 

E é exatamente isso que você falou: parou de usar a droga, volta o apetite. Não se trata o fator causal, apenas inibe enquanto dura a ação do medicamento.

Legal, obrigada pela explicação.
Para mim, que não estava acostumada com problemas gastrointestinais, era uma dor de estômago, uma sensação muito ruim, em poucos dias eu já desisti.

Mas assim, agora não falando de remédio, eu sinto isso que vc falou. Tem dia que eu tô focada, me alimento certinho, corto açúcar, treino, tudo lindo e chega a noite enxaqueca, ou outro sintoma. Parece que meu corpo quer me fazer desistir de fazer as coisas certas.  Isso não é só na minha cabeça então né? É fato.

@Ocean o seu corpo se adapta ao q ele eh e luta para nao mudar
vc tem de ir aos poucos e permanente para achar novos equilibrios
enganar ele

Acho que antes de tudo temos que pensar no histórico desse paciente, como vem sendo travada essa luta para perda de peso.
Não falo especificamente desta ou daquela droga mas em algumas situações que envolvam risco para o paciente e dependendo do grau de obesidade, alguns fármacos podem ser orientados pelo endócrino, mas para essa perda de peso se perpetuar, a mudança de hábitos tem que vir junto senão não faz sentido.
Válido como coadjuvante em casos especificos mas não pode-se apostar todas as fichas no remedio, achando que ele resolverá o problema.

Obesidade é uma doença extremamente desafiadora e com múltiplos fatores que a influenciam. Assim, como dito por varios, também acredito que uma solução farmacológica ainda (jamais?) não é suficiente. 
respondendo à pergunta: eu acho que os dados desta nova classe são muito importantes e compensa sim discutir com o medico o seu uso dentro da estratégia. 
O nosso organismo (máquina biológica) foi selecionado para um mundo muito diferente do qual vivemos. E assim como precisamos criar mecanismos artificiais (academia etc) para atividade fisica/gasto calórico eu acho que também há ganhos ao“adaptar farmacologicamente” o trato digestório/sensores de saciedade ao tipo de alimento que temos hoje (mais processados e de fácil digestão). 

Essas medicações novas são fantásticas. Há alguns anos atrás ao ler os papers e conhecer o tratamento, fiquei bem impressionado. 
Essas drogas são análogos naturais de um hormônio chamado GLP-1, liberado pelo intestino após as refeições e esse hormônio age nos receptores do cérebro que controlam o apetite, causando sensação de saciedade precoce e duradoura.

Além disso, estimulam a secreção de insulina de forma dependente de glicose e melhora a função das células beta do pâncreas, melhorando portanto o quadro de pré diabetes e diabetes. Há então uma ação sinérgica de melhora de função do pâncreas, diminuição de fome/ingesta que leva a perda de peso que diminuem a resistência insulinica/diabetes.

Os estudos mostraram curvas de perda de peso e manutenção da perda bem impressionantes como se pode ver nos gráficos que o @bastter apresentou. E são medicações bem seguras com efeitos colaterais transitórios muito mais ligados ao trato gastrointestinal do que efeitos cardiovasculares e psíquicos como as medições antigas.
Por trazerem uma saciedade enorme precocemente e que dura muitas horas, o usuário perde aquela “loucura” da adicçao da libação alimentar, pára de só pensar em comida o dia inteiro. Eu costumo dizer que desliga o gatilho cerebral da "começão” desenfreada em quantidade e frequência típica dos obesos. Desligando esse gatilho, o cara por si só começa a perder peso e SE ASsONciaDO COM UM BOM TRABALHO MÉDICO/NUTRICIONAL PSICOLÓGICO E DE ATIVIDADE FÍSICA, há uma chance pra a pessoa ir reaprendendo sua relação com comida e bons hábitos alimentares e de vida.

Essas medicações são o novo standard do tratamento de obesidade e na minha opinião novos estudos já tem que fazer comparações entre pares e não apenas com placebo.

Volto a bater na tecla que há a necessidade nenhum remédio isolado faz milagre, essas medicações são feitas para uso prolongado, com aumento de dose progressiva, perda de peso progressiva, mudança de hábitos progressiva e inclusive retirada progressiva com manutenção dos bons hábitos alimentares e atividade física. Com boas indicações, bons profissionais e boas intenções são medicações realmente transformadoras. Eu vejo com muitos maus olhos o uso “recreativo” que vem ocorrendo com gente sem indicação e sem acompanhamento adequado usando. Pessoas que querem perder X quilos até a data tal, até a festa tal para parecerem magras nas fotos…. 

 

 @Bastter @luciana @Ocean

resumo de alguns pontos que vcs falaram:

- remedio pode ajudar em algum momento mas nao resolve
- se nao mudar a vida, nao muda nada no LP
- o corpo SEMPRE vai lutar contra mudanças, pois se ja esta em "equilibrio" (bom ou ruim, mas equilibrado), vai querer se manter ali.

entao so podemos ir tentando, forcando aos poucos e mudando bem devagar, mas sempre na mesma direcao.

"Baby Steps"

@Bastter : "Nao estou indicando medicamento nenhuma te mesmo pq ninguem vai sair administrando em si mesmo ate pq eh injetavel."

Precisa frequentar mais umas academias por aí 

@BigOz eh verdade hahaha

cheguei ontem da burriça