Hoje estava assistindo o chat do @Paulo sobre autonomia, responsabilidade e autodeterminação
e ele comentou sobre aquele post muito triste em que algumas pessoas comentavam que não davam gorjeta para o garçom por algum motivo, como forma de punir o garçom
Vou resumir minha história de vida em dois pontos:
Partida: Morador de comunidade em que a mãe não tinha nem sequer a passagem (2 ônibus de ida e 2 ônibus de volta) para que eu pudesse ir na entrevista do meu primeiro emprego de entregaor de farmácia (bicicleta). O pai de um amigo meu, que era despachante de ônibus, me deu o dinheiro de uma passagem, me colocou em um ônibus pela frente e o restante eu andei mais ou menos uma hora e 40 minutos.
Atual: Formado em Ciência da computação na UFF, trabalhando em uma grande empresa liderando uma equipe de desenvolvimento de software para Petrobras.
O ponto é que ao longo dessa jornada lembro com muito carinho principlamente dessas três pessoas, mais de 15 anos depois:
1 - A farmacêutica que era Boliviana e que sempre levava saladas, frutas e legumes para que eu pudesse
ter uma alimentação diferente emquanto eu fazia curso de pré-vestibular
2 - Um cliente que era dono de uma rede de padaria em Niterói e não importava quantas vezes eu ia na casa dele fazer entrega, ele sempre me dava gorjetas e me contemplava com palavras de esperança
3 - Uma cliente que fazia doces e bolos para vender e sempre que pedia remédio chamava para fazer um lanche com bolo, pão e até chocolate numa época de páscoa
O curioso é que provavelmente deve ter havido pessoas que deixaram de dar gorjeta por eu ter demorado com a entrega ou qualquer outro motivo, mas a maioria eu nem sei quem são e o restante eu nem lembro
Dito isto, o que melhora o mundo são as ações boas em que fazemos e não vingança e punição
Então, como é dito aqui no site: SEJA GENTIL SEMPRE
Nunca sabemos o que os outros estão passando