Gostei demais do chat sobre o perdão do @Paulo e pude refletir um pouco mais nesse assunto que é importantíssimo para mim. Gostaria de pedir a opinião do pessoal sobre alguns aspectos do ato – sem colocar qualquer o ângulo religioso.
Colocando em minha vida, houve dois momentos centrais de minha história em que a reflexão sobre o perdão se tornou importantíssima. Em uma vez eu fui o autor do mal. Na outra fui a vítima. Concordo com tudo o que o @Paulo disse em seu chat e que não tem como
“desbater o carro” – e procuro seguir minha vida em frente, tentando ser o mais correto e ético e apenas revisito os eventos com o intuito de assumir minha responsabilidade e seguir adiante.
No evento em que eu fui o causador do mal, senti a necessidade de pedir esse perdão do outro e tive várias esquivas gentis de encontro. Apesar de ficar triste com a situação (de não conseguir pedir o perdão), fiz as pazes com o ocorrido e se a vida me der a oportunidade de encontrar a pessoa vou tentar novamente conversar com ela sobre o assunto e pedir minhas desculpas.
No evento em que fui a vítima do mal, procurei cotidianamente não permitir minha mente vagar em pensamentos de rancor contra a pessoa e, de verdade, consegui. Me proibi de ter “pensamentos de vingança” contra a pessoa e hoje, depois de anos do ocorrido estou totalmente desvinculado da pessoa e do episódio. Não sinto qualquer sentimento negativo em relação a ela.
Uma coisa interessante que vi no post anterior sobre o assunto é que muitos dizem que não conseguem perdoar. Aí está o meu ponto central desse longo post: quando eu pensei que eu era um ser muito evoluído e tinha superado o ocorrido (sem a necessidade de me tornar amiguinho de quem me fez o mal no passado), recebi um e-mail do sujeito me pedindo perdão. Minha resposta foi somente ignorar o e-mail e seguir adiante. Nem senti nada demais com o e-mail, mas verdadeiramente não consegui respondê-lo para “perdoar”. Graças a Deus vivo bem com ambos os casos e sigo em frente sem ter qualquer sentimento de “olhar para trás”.
Minha reflexão, então, foi
até que ponto o ato de perdoar é individual (colocar uma pedra, seguir em frente da melhor forma possível e não tentar “desbater o carro”) ou bilateral (pedir/dar o perdão). Confesso que quando fui algoz, senti uma grande necessidade de conversar com a pessoa que fiz o mal e que, quando fui vítima, apesar conseguir me desvincular do fato e da pessoa, não consegui responder ao pedido de perdão.
Desculpem o desabafo, mas se puderem colocar alguns pensamentos da comunidade, agradeceria.