Ache a tortura que te deixa confortável
comentada em 02/05/2023 08:57

Eu fico impressionado como o argumento da dor é poderoso...

@Paulo sim, ele usou um termo forte
mas achei muito bom a questao q nada eh perfeito e vc tem de decidir e assumir
e parar de ficar atras do perfeito

@Bastter eu concordo com isso, e achei o texto bem legal.

Só fico impressionado como o medo da dor cega as pessoas do que é bom.

Inclusive eu.

isso da dor é incrível
padrao da natureza

quer tirar notas boas?
tem dor de estudar

construir musculos?
dor de levantar peso

amar alguém?
ihhh

quer nascer?
dói pra mãe e para o bebê

morrer dói
fisicamente / mentalmente
inclusive pra quem n morreu ainda

resolver um problema complexo
dói a cabeça de tanto pensar
veja beleza na dor
a dor é um lembrete que você tá vivo

 @Paulo o medo da dor pode cegar as pessoas tbm doq é mal
mao de via dupla isso aí

a luz q ilumina é a mesma q cega

postado por @Paulo em 01/05/2023 11:06:20

Bastter eu concordo com isso, e achei o texto bem legal.

Só fico impressionado como o medo da dor cega as pessoas do que é bom.

Inclusive eu.

@Paulo

Existem certas metáforas universais. Não sei se é uma coisa mais da biologia ou mais do desenvolvimento histórico-cultural, mas é como as coisas são.

Muitas vezes é mais inteligente direcionar o fluxo que tentar desviar ou represar o rio.

Embrace the pain!!

@oxe eu sei, e entendo, eu só fico surpreso mesmo.

A beleza também é universal...

@Paulo eu sei q vc nao gosta
e quero ate entender melhor porque
porque eu nao acho a dor de todo ruim
ate cunhei este Embrace the pain

@Bastter não é que eu desgosto. Dor é dor. Dor existe, é universal. Tem que embrace mesmo. Pq ela tá aí.

O que eu acho estranho é o culto a dor.

A beleza, a felicidade, o amor tb são universais. Até em animais não humanos a gente vê isso, com um pouco de antropormofismo.

Pq não falar disso?

Pq dedicar a vida ao terrível? Pq fazer da dor, que nunca vai ser mais ou menos do que ela é, um culto?

Pela virtude, a humanidade já constituiu coisas tão lindas, com pouco esforço é fácil ver que a dor não é a força motriz, ela tá lá mas não é ela que empurra. A dor é obstáculo, não é fim.

Achar uma tortura não é fim. Infligir dor arbitrariamente não faz sentido.

Ir para academia para tentar crescer infinitamente, causando dor para ficar maior, acaba fazendo mal. A ideia, pelo menos a de saúde, era para proteger sua velhice. Mas a galera pira na dor, a acaba destruindo o corpo no caminho. E vive uma velhice de merda.

O tratamento de dor cronica, inclusive, é enriquecimento ambiental. Criar uma vida tão boa quanto possível apesar da dor. E é impressionante o tanto que a dor some quando as pessoas fazem isso. Ela volta, mas ela também some.

A vida não é uma tortura, nem precisa ser torturante.

Ela tem dor. Ela NÃO É dor.

São coisas diferentes.

Eu me recuso a definir a vida, que é tão imensa, por essa parte tão pequena chamada dor.

@Bastter ter um filho é das coisas mais bipolares da minha vida.

Atenção aos malucos: eu, tô falando só de mim.

Poucas coisas na minha vida conseguem me trazer tanta dor. Desde do banal cansaço, até irritação, até a ansiedade profunda dele virar um crackeiro na Cracolândia em São Paulo - mesmo que eu more em Brasília.

Preocupação financeira, educacional, de como lidar com XYZ, escola, etc.

Isso sem contar as minhas dificuldades pessoais que são muitas.

Acho que não tem nada no mundo que me de tanto medo quanto meu filho.

Eu poderia passar uma vida inteira descrevendo a dor que meu filho me causa.

E, imagino, que poucas pessoas possam causar nele, pelo menos nesse momento, mais dor do que eu. Ele sendo uma criança, eu sou o centro da vida dele, ele é dependente de mim e precisa de mim, pelo menos por hora.

Acho que a rejeição, ou a desatenção, ou um aborrecimento meu que escapa deve machucar ele bastante.

Mas não tem nada na minha vida com ele que eu sequer lembre disso no dia a dia.

Eu só lembro disso quando tenho que escrever algo sobre o tema. Tipo agora.

Tirando momentos muito específicos, eu sequer lembro da dor, ela não faz diferença nenhuma. 

Eu tento, ou pelo menos gosto de achar que eu tento definir a minha relação com ele pela nossa própria relação.

Que é cheia de dores e medos. As minhas dores e medos e as dores e medos dele.

Mas o que define a nossa relação, ou pelo menos eu gosto de achar isso, é o carinho, a segurança, os pedidos de abraço durante o dia, a gentileza, a atenção.

Ele é um dos meus propósitos de vida. E eu nunca vou falar que ele é uma tortura na minha vida.

A dor que eu sinto em relação a ele, é um dos preços do amor que eu sinto por ele. 

O foco é o amor, não é a dor. Só tem dessa coisa da vida ter dor mesmo, e pior do que a dor com ele, seria a dor sem ele.

Por mais que ele seja a pessoa que mais pode me machucar no mundo. Eu me recuso a definir a relação com meu filho como uma tortura.

Pra mim, definir nossa relação como uma tortura é um atentado contra a própria vida.

Que vida merda seria se ao final de tudo, ou eu ou ele, só tivéssemos da dor, da tortura para falar.

Acho que esse é o exemplo detalhado mais claro que eu consigo fazer.

@Paulo bo
obrigado pelas respostas

li todas e to lendo de novo

filho para mim se resume a

- amar
- nao abandonar

o resto nao ta sob meu controle

@vynnus já eu acho que para fazer tudo isso, você não precisa da dor, precisa perceber que o mundo pode ser muito mais do que ele é hoje, e buscar contribuir para criar esse mundo

@Bastter viu, nem precisa olhar para dor.

Só amar, só não abandonar.

0 foco na dor.

Histórias - Bastter.com

There was, there is, and there will always be love, my love.

postado por @Paulo em 01/05/2023 13:23

Bastter ter um filho é das coisas mais bipolares da minha vida.

Atenção aos malucos: eu, tô falando só de mim.

Poucas coisas na minha vida conseguem me trazer tanta dor. Desde do banal cansaço, até irritação, até a ansiedade profunda dele virar um crackeiro na Cracolândia em São Paulo - mesmo que eu more em Brasília.

Preocupação financeira, educacional, de como lidar com XYZ, escola, etc.

Isso sem contar as minhas dificuldades pessoais que são muitas.

Acho que não tem nada no mundo que me de tanto medo quanto meu filho.

Eu poderia passar uma vida inteira descrevendo a dor que meu filho me causa.

E, imagino, que poucas pessoas possam causar nele, pelo menos nesse momento, mais dor do que eu. Ele sendo uma criança, eu sou o centro da vida dele, ele é dependente de mim e precisa de mim, pelo menos por hora.

Acho que a rejeição, ou a desatenção, ou um aborrecimento meu que escapa deve machucar ele bastante.

Mas não tem nada na minha vida com ele que eu sequer lembre disso no dia a dia.

Eu só lembro disso quando tenho que escrever algo sobre o tema. Tipo agora.

Tirando momentos muito específicos, eu sequer lembro da dor, ela não faz diferença nenhuma. 

Eu tento, ou pelo menos gosto de achar que eu tento definir a minha relação com ele pela nossa própria relação.

Que é cheia de dores e medos. As minhas dores e medos e as dores e medos dele.

Mas o que define a nossa relação, ou pelo menos eu gosto de achar isso, é o carinho, a segurança, os pedidos de abraço durante o dia, a gentileza, a atenção.

Ele é um dos meus propósitos de vida. E eu nunca vou falar que ele é uma tortura na minha vida.

A dor que eu sinto em relação a ele, é um dos preços do amor que eu sinto por ele. 

O foco é o amor, não é a dor. Só tem dessa coisa da vida ter dor mesmo, e pior do que a dor com ele, seria a dor sem ele.

Por mais que ele seja a pessoa que mais pode me machucar no mundo. Eu me recuso a definir a relação com meu filho como uma tortura.

Pra mim, definir nossa relação como uma tortura é um atentado contra a própria vida.

Que vida merda seria se ao final de tudo, ou eu ou ele, só tivéssemos da dor, da tortura para falar.

Acho que esse é o exemplo detalhado mais claro que eu consigo fazer.

Lindas palavras, meu amigo.

@Mauro brigado, querido.

Acho que tem relação com essa conversa aqui, em que "aposentadoria" funcionou como metáfora para ausência de dor. 

Augusto e a aposentadoria - #PAS - Bastter.com

Eu sempre falo para os meus pacientes oncológicos: "vai ter dor, as vezes muita dor, mas o sofrimento é quase sempre opcional"... Claro que é muito raso, mas já começa uma jornada mais leve...

Caros, boa tarde.
Deixe eu dar meu centavo de contribuição a bela discussão. Vai muito na linha do que o camarada @Molosso_Manjua muito sabiamente colocou.

Eu entendo que a dor foi (e arrisco dizer) que ainda é a grande alavanca que move as coisas. A dor traz desconforto e, via de regra, as pessoas reagem buscando voltar ao seu conforto. Por outro lado, aprendemos a utilizar a dor de forma positiva. Quando treinamos com cosciencia de que buscamos uma evolução física, nós arrumamos as coias (pesos/resistência e repetições) até que sintamos aquela dor que informa ao músmulo que precisa de uma reação para que ele cresça ou simplesmente esteja mais adaptado para as próximas. Por outro lado, buscar a dor como sendo a linha direta para algo é onde mora o perigo. É o mesmo que eu passar um mês todo estudando e achar que só por isso vou passar em algum concurso. Retornando ao ex. dos exercícios, se não não dermos o descanço e nutrição adequados aos músculos, o resultado da dor será o opsto do que esperamos, pode ser uma lesão.

Quando o artigo fala "Find the Torture You're Comfortable With" eu entendo mais como uma forma de desafiar a sí mesmo a sair do que lhe está confortável. 

Eu não entendo como "culto a dor" mas sim a mensagem para buscar um impulso que lhe faça buscar ser umamelhor versão de si mesmo. 

Se a nós foi dado o dom de sentir dor como motivador de sobrevivência, entendo que ela deve fazer parte de nossa vida com o mesmo respeito que temos quanto o sentir fecilidade nos dá sensação de satisfação e conquista quando vencemos ou superamos algo. Não vejo como separar as duas coisas.

E fazendo a relação com a resposta do colega acima, a dor é inevitável, agora fazer dela um sofrimento ou uma motivação pode ser nossa escolha e o que vai nos colocar (ou manter) na zona da mediocridade de uma população. 

Pessoal, por favor, eu destaquei o "pode ser" pois não estou falando de coisas como o cidadão sofreu um acidente está preso nas ferragens então ela pode "escolher" se vai sofrer ou não. O próprio caso do tratamento de cancer citado exige muito da pessoa (já tive a experiência de acompanhar alguem assim), apenas quis colocar a relação de dependência entre a dor e para onde evoluímos.

Não sei se faz algum sentido mas coloquei aqui para aprecisação de vocês.

Abraço

postado por @Paulo em 01/05/2023 13:23

Bastter ter um filho é das coisas mais bipolares da minha vida.

Atenção aos malucos: eu, tô falando só de mim.

Poucas coisas na minha vida conseguem me trazer tanta dor. Desde do banal cansaço, até irritação, até a ansiedade profunda dele virar um crackeiro na Cracolândia em São Paulo - mesmo que eu more em Brasília.

Preocupação financeira, educacional, de como lidar com XYZ, escola, etc.

Isso sem contar as minhas dificuldades pessoais que são muitas.

Acho que não tem nada no mundo que me de tanto medo quanto meu filho.

Eu poderia passar uma vida inteira descrevendo a dor que meu filho me causa.

E, imagino, que poucas pessoas possam causar nele, pelo menos nesse momento, mais dor do que eu. Ele sendo uma criança, eu sou o centro da vida dele, ele é dependente de mim e precisa de mim, pelo menos por hora.

Acho que a rejeição, ou a desatenção, ou um aborrecimento meu que escapa deve machucar ele bastante.

Mas não tem nada na minha vida com ele que eu sequer lembre disso no dia a dia.

Eu só lembro disso quando tenho que escrever algo sobre o tema. Tipo agora.

Tirando momentos muito específicos, eu sequer lembro da dor, ela não faz diferença nenhuma. 

Eu tento, ou pelo menos gosto de achar que eu tento definir a minha relação com ele pela nossa própria relação.

Que é cheia de dores e medos. As minhas dores e medos e as dores e medos dele.

Mas o que define a nossa relação, ou pelo menos eu gosto de achar isso, é o carinho, a segurança, os pedidos de abraço durante o dia, a gentileza, a atenção.

Ele é um dos meus propósitos de vida. E eu nunca vou falar que ele é uma tortura na minha vida.

A dor que eu sinto em relação a ele, é um dos preços do amor que eu sinto por ele. 

O foco é o amor, não é a dor. Só tem dessa coisa da vida ter dor mesmo, e pior do que a dor com ele, seria a dor sem ele.

Por mais que ele seja a pessoa que mais pode me machucar no mundo. Eu me recuso a definir a relação com meu filho como uma tortura.

Pra mim, definir nossa relação como uma tortura é um atentado contra a própria vida.

Que vida merda seria se ao final de tudo, ou eu ou ele, só tivéssemos da dor, da tortura para falar.

Acho que esse é o exemplo detalhado mais claro que eu consigo fazer.

Caramba Paulo
Obrigado cara, vc faz muita diferença na minha vida. Pra melhor, com certeza
Esse texto é muito foda
Eu já fiz um texto parecido sobre meu filho tbm e tenho um sentimento muito parecido, um sentimento que chamo de dúbio, mas cara, esse seu texto foi bem demais. Obrigado por melhorar nossa vida

"A dor que eu sinto em relação a ele, é um dos preços do amor que eu sinto por ele."

Caramba, @Paulo, que frase. 
Obrigado.

postado por @Bastter em 01/05/2023 13:43

Paulo bo
obrigado pelas respostas

li todas e to lendo de novo

filho para mim se resume a

- amar
- nao abandonar

o resto nao ta sob meu controle

É isso aí..

Aliás, podemos resumir a : 

- amar apenas

Pois quem ama, jamais "abandona".

postado por @Rhoads em 01/05/2023 19:57

 ... se não não dermos o descanço e nutrição adequados aos músculos, o resultado da dor será o opsto do que esperamos, pode ser uma lesão.

Exatamente. 
E o mesmo vale para qualquer área da sua vida. Se você não der o descanso necessário para sua mente no seu trabalho, pode levar ao burn-out.