Cingem-lhe a fronte pálida e serena
Espinhos. Tem na face o laivo imundo
De escarros de judeus. No olhar profundo
Bailam trêmulas lágrimas de pena
E dó, pelas misérias deste mundo.
Pilatos, vendo-O assim, à turba acena:
– Ecce homo! – lhe diz. Mas a atra cena
Ao povo não comove, furibundo.
Do sangue de Jesus tem voraz sede,
Tem-lhe da carne fome, a plebe ignara!
E sobre o homem se lança, – como cães –
Que de peixes a Pedro enchera a rede,
Nas bodas a água em vinho transformara,
Multiplicara, no deserto, os pães!…