Essas duas empresas estão localizadas em duas cidades coirmãs, Romi em Sta. Bárbara d’Oeste, Nardini em Americana, ambas no interior de SP, na Região Metropolitana de Campinas. As duas cidades são tão interligadas que no bairro onde moro, que fica na divisa entre os municípios, dizem que há casas em que as pessoas pagam energia para Sta. Bárbara e água para Americana.
Trabalhei na Nardini no começo da minha carreira profissional, é uma S/A de capital fechado, na época a empresa já não vinha muito bem das pernas, mas para um jovem com vontade de aprender, aquilo era uma escola, eu e meus colegas de função trabalhávamos no controle de peças e estoque, andávamos o dia inteiro rastreando as peças pela fábrica, éramos chamados de perdigueiros (perdigueiro: cão usado para caçar). Com um alto número de funcionários idosos, porém, dispostos a conversar e explicar os “segredos” da indústria metalúrgica, aprendi muito lá.
Já a Romi é uma S/A de capital aberto (
Ações > ROMI - ROMI), conheço várias pessoas que trabalham ou trabalharam lá, sempre ouvi falar muito bem, e a empresa é muito importante para a economia de Sta. Bárbara. É muito famosa por ser a primeira empresa brasileira a produzir um automóvel em linha de montagem, em 1956 foi lançado o Romi- Isetta:

Diz a lenda que a cidade de Sta. Bárbara foi retirada do mapa do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, pois a indústria Romi era uma grande produtora de armas e munições, o que poderia levar a ser alvo de ataques inimigos.
Fiquei até feliz em visitar a página da ROMI3 aqui na bastter e ver que a empresa está caminhando bem, vide rapidinha do patrão KKKKK:

Tanto a Romi quanto a Nardini produzem máquinas e ferramentas (torno mecânico, CNC’s, fresa, retífica, etc...) e estão em situações bem diferentes, enquanto a ROMI evoluiu muito e se modernizou e abriu seu capital, a Nardini ficou para trás, mas ainda resiste ao tempo produzindo e sobrevivendo. Não sei como está hoje, mas na época que trabalhei lá ela tinha muitos problemas trabalhistas, não depositava o FG dos funcionários, não pagava férias periódicas, penhoras e interdições de bens, e com condições de trabalho um pouco precárias, porém, isso era bem diferente nos anos 70, meu sogro trabalhou na Nardini durante uns 30 anos, ele conta muitas histórias em que as duas empresas duelavam nas feiras industriais que ocorriam na Grande SP. Com suas estandes lado a lado, elas brigavam “pau a pau” na tentativa de agradar seus clientes e vender seus produtos.
Independente de qualquer problema administrativo, é interessante ver os rumos que as empresas tomam e as marcas que elas deixam nas pessoas, quantos pais e mães de família tiraram e ainda tiram o sustento de suas casas trabalhando de sol a sol nessas fábricas.
Nardini: fundação 1908- 115 anos.

Romi: fundação 1930- 93 anos.