Eu tô aqui ouvindo a biografia do Oppenheimer, e me saltou na atenção algo que sempre aparece quando eu leio sobre esses caras fora de série:
O tanto de tutores, mentores e colegas que eles tiveram durante a vida.
Em contraste com isso, a quantidade de pessoas que eu atendi, sobrecarregadas e frustradas pq a mera ideia de terem ajuda de alguém é um ataque ao valor pessoal delas.
Me preocupa imensamente o peso que estão colocando nos adolescentes e jovens de serem pessoas ultraindividuais, que se precisam de alguma ajuda, falharam como pessoas.
Todas essas histórias me mostram a mesma coisa, quem tenta fazer de si maior do que o mundo acaba mal.
Quem aprende a cooperar e receber cooperação vai longe.
E, olha, pelo relato do livro o Oppenheimer era um cara bem ARROWGANSO e babaca, do tipo que só as pessoas geniais podem ser, e ainda assim ele precisou de muita ajuda.
Eu não tô falando sobre a construção da bomba atomica, no livro repetidamente é ressaltado o quão ruim ele era em matemática, por exemplo, e como passou a vida inteira precisando de gente para arrumar ou acertar o que ele via, mas não conseguia provar.
Sozinho, provavelmente, ele não teria saído do lugar.
E pelo relato do livro, no início da carreira acadêmica, ele passou por uma crise de 2 anos justamente por isso. Pq se viu numa situação em que o ego de excelência quase matou ele e um professor.
Depois disso, parece que mesmo que na marra, e num grau teatral, ele arrumou um jeito de fazer as coisas com os outros.
Daí, sim, a carreira dele andou.