Pessoal, gostaria de opiniões para me ajudar com uma reflexão. Texto longo, não quer ler, não leia.
Já tenho uma área profissional, graduado, o próximo passo seria concurso porque é mais próximo do meu perfil (mais intelectual, gosto de conversar, mas não de vender nada e iniciativa privada é cada vez mais soft skills, coisa que detesto, tbm fui me tornando um pouco antissONcial, considerem que eu era o oposto).
Com algumas reservas e tempo de sobra na pandemia resolvi tentar realizar um sonho antigo: ser médico. Revisei as matérias de colégio e acabei aprovado em contabilidade como segunda opção (ou economia, posso trocar até um certo ponto) em uma federal (outro sonho era estudar numa federal).
Nesse meio tempo acabou que os investimentos entraram no meu campo de interesse (vou para o terceiro ou quarto ano de RV), ao mesmo tempo questionei um pouco o plano original, talvez pela maturidade, o risco das decisões são um pouco mais pensadas. Deixando a Medicina de lado um segundo, comecei a pensar em frequentar as aulas e descobrir como me sentiria.
Por ser "gratuita". Possibilitar continuidade para um mestrado na área profissional original que é complementar à contabilidade. E esse curso ser um canivete suíço para abrir qualquer negócio no futuro. Me pareceu win-win.
A estrutura da Federal surpreendeu, bem mais participativa que na graduação privada, todo dia recebo emails com oportunidades de cursos, trabalhos que nunca estiveram acessíveis como em banking, family offices, startups, certificações internacionais, congressos de controladoria etc.
Isso tudo antes de começarem as aulas.
Inclusive em concursos ampliaria as possibilidades até para fisco* e TCs dependendo de como direcionasse. Já fiz algumas provas na área.
Bom, decidi conciliar e frequentar. Me deparei com uma turma é muito mais nova, não vi ninguém com potencial que me interessasse sONcializar (mesmo no sentido de colaboração), exceto um ou dois professores (não estou dizendo que é pouco, poderia ser suficiente para melhorar o networking), aí começaram trabalhos em grupo, separadinhos por signos do zoodiaco (não é piada). Em 2023 esperava algo menos ensino médio. Na verdade me senti no ensino básico.
Talvez esteja me faltando espirito esportivo, ou me achando muito importante para recomeçar, mas instintualmente me senti no lugar errado. Se não fosse presencial cinco dias por semana, estaria tudo certo, conseguiria levar: são cinco manhãs por semana, mais as entregas, estudo, e ainda conciliar com todos os compromissos que já possuía.
Acabou que parei de ir. Um tempo atrás eu me contentaria com o prêmio de consolação (exagero, porque acho o curso útil), mas já cometi esse erro ao me matricular na primeira graduação largando a ideia da Medicina duas décadas antes. E a sensação é que esse capítulo nunca foi concluído, que perdi o trem.
Obviamente não parei os estudos para vestibular, quem sabe este ano passe numa privada (não sei se quero torrar as reservas) ou ano que vem numa pública, e a vaga em contabilidade continuará lá me esperando até a jubilação em 2029 (conquistada na ampla concorrência, apenas 10% de vagas eram livres, se tiver certeza que não quero retornar solicitarei o desligamento).
Por alguma razão, mesmo sabendo que é uma decisão racional, me senti mal, apego, curiosidade, querer tudo, sentimento de perder oportunidade e possivelmente as reprovações por ausência (primeiro semestre não permite cancelamento). Por outro lado já estou na metade da expectativa de vida do homens da minha família, não tenho tempo a perder.
Poderiam acrescentar algo? Não ando com o sentimento de propósito que esperava quando era mais novo (mas pelo menos voltei a procurar). RE está em ordem e não faço dívidas, imóvel e carro sem financiamento.