As vezes me pego pensando se é normal essa insegurança toda na fase dos 20 aos 30 e poucos, ou se os tempos andam meio loucos mesmo. Pelo que converso com os cabeças brancas (a.k.a os véio experiente) aqui da empresa, o consenso geral fica com a segunda opção.
Acabei de ler o post de um colega de fórum aqui sobre desabafos e decidi compartilhar minha história brevemente, pra depois fazer uma reflexão:
Playboyzinho de cidade de interior até os 22 anos, nunca precisei trabalhar e sempre tive uma vida boa. De fato não entendia o valor do dinheiro. Empresa familiar em asenção, pai e mãe dividindo operacional e financeiro, nunca ninguém da família teve contato com dinheiro, então começaram algumas extravaganças.. Até que uns 4 anos atrás a mãe adoece e o tempo vira.
De uma hora pra outra fui jogado em um ambiente estranho, com boletos, financiamentos intermináveis, uma planilha no excel completamente sem pé nem cabeça e um pai desolado largando mão do operacional. Não demorou muito veio pandemia, depois guerra, depois inflação como eu nunca havia experimentado (ou pelo menos não prestava atenção).
Enfim, já contei uma parte da minha história aqui antes e como disseram em outro post, peguei um rojão pra tocar. Baita faculdade, é muito perceptível minha constante mudança e evolução diante de tanta pressão. Incrívelmente, apesar de todos os pesares, agradeço todos os dias a situação em que fui colocado, de conviver o dia todo com pessoas bem mais experientes do que eu. Isso me abriu os olhos pra muitas coisas, e constantemente venho refletindo sobre um comportamento coletivo entre os indivíduos da minha geração (tenho 26 atualmente):
Desde a pandemia e a quarentena a dinâmica do mundo mudou, sinto que estamos acelerando cada vez mais rápido para um buraco sem fundo, onde os valores estão sendo trocados. A grande maioria do pessoal da minha geração está com uma ansiedade profunda e constante, e pior, muitas vezes sem um grande motivo pessoal aparente. Você não precisa de muitos minutos de conversa com alguém pra logo perceber que a pessoa tem uma bolinha de golfe na garganta. E isso me preocupa.
Esses malditos apps no formatdo de scrolling estão acabando com as nossas cabeças, sinto que a grande maioria acabou se perdendo e f*dendo com o psicológico pelo simples fato de estar 24 horas por dia buscando mini-prazeres, como depois de perder 15 minutos no meio do dia rolando a tela pra baixo até achar um vídeo que te satisfaça por 10 segundos. E depois começar novamente, como um cracudo em busca de mais pedra. E o mais trágico disso tudo, é que a pessoa nem percebe, e eu mesmo me incluo nisso.
Sinto que as pessoas estão vivendo suas vidas pautadas pelo prazer, e não em seus valores. Com o avanço da tecnologia, cada vez mais estamos caminhando para isso. E uma vida pautada pelo prazer, só vai trazer o vazio no final do dia.
Fica aqui um desabafo, uma reflexão e por fim, um questionamento aos mais velhos:
Essa angúsita é normal em todas as gerações nessa fase dos 20 e poucos, ou realmente estamos passando por um momento delicidado, se posso assim dizer? Como era na sua geração?
A vontade de jogar tudo pro alto e começar a vida de novo em outro país, em outros ares é grande, mas quem garante que o mundo todo não está assim..
Ah, e deixo aqui meus mais sinceros agradecimentos ao Bastter, e à comunidade como um todo. Vocês foram um divisor de águas na minha vida.
Obrigado,LH.