Parece mentira... é inimaginável essa casa sem você meu amor.
Com toda aquela energia para passear, a vontade de explorar tudo, a ansiedade puxando a coleira, num dá para acreditar. Às vezes eu penso que você sabia que tinha pouco tempo e por isso tinha pressa, por isso não conseguia esperar a hora do passeio sem chorar, esperar o jantar sem pedir beliscos, esperar a gente acabar de assistir a um filme para brincar...
Mesmo tendo vivido apenas 4 anos conosco, você foi capaz de nos ensinar muita coisa. Quem diria que uma gordinha ia me ensinar a acordar mais cedo para passear. Ao acordar mais cedo, aprendi que poderia correr de madrugadinha, aprendi a gostar de correr, e se hoje, eu frequento a academia, é porque eu quero continuar correndo e melhorando no esporte.
Aí meu amor que saudade, agora escrevo esse texto para aliviar a dor e me ajudar a se despedir ...
Impressionante como uma coisa pode ter diversos significados e, mesmo assim, todos serem fortes. O Luto é dor: uma dor lá dentro que faz a gente contrair os membros, que só permite a gente se abrir de novo chorando. O luto é saudade: a falta que seu sorriso e latido me fazem quando chego em casa, o vazio de como você preenchia o meu colo, o silêncio após o meu despertador tocar (que sempre era acompanhado do seu choro bem fininho me lembrando do nosso passeio matinal). O luto também é alívio: o término dessas últimas 6 semanas que você lutou muito contra esse maldito linfoma, daquela lista de 8 medicamentos 4 vezes ao dia, dos 4 colírios, da lavagem nasal que você tanto odiava, mas principalmente das noites em que a gente “dormia” na sala como você, equanto a nossa cachorrinha com dispneia andava pela casa caindo de sono sem conseguir dormir... lembrando disso eu fico aliviado, sei que, finalmente, vc descansou Matildão.
A Matilda foi adotada, já adulta, numa feira de adoção há pouco menos de 4 anos. A gente não sabe exatamente quantos anos ela tinha, qual dia nasceu, o que já tinha passado nessa vida. Mas o que a gente tem certeza é que ela foi muito feliz conosco, que ela podia comer a vontade (às vezes até demais), passear todo o dia, brincar, ser amada, e bem cuidada.
Adeus Matilda.
Obrigado comunidade Bastter.com por ser o local aonde eu pude me expressar à vontade, porque assim como vocês dizem: os cachorros, aqui em casa, são da família.
