Porque analisar empresas detalhadamente é perda de tempo e dinheiro
comentada em 20/12/2023 13:45

O que me dá tranquilidade é saber o que a empresa faz, como é o ciclo do seu negócio e a minha confiança na gestão da empresa...obviamente que tudo isso tem que ser traduzido em números (lucro, principalmente).

Só assim pra eu ter tranquilidade, transformar a cotação em uma mera distração e seguir com a empresa no longo prazo, mesmo que haja percalços pelo caminho (1 ano ou outro de prejuízo).

Acredito que isso proporcione uma tranquilidade ímpar e é o que vem me ajudando a manter a constância ao longo desses 13 anos de investimentos, principalmente quando analiso a evolução patrimonial ao longo desses anos.

Forte abraço!

postado por @Bastter em 19/12/2023 14:52

o grande problema eh nao vender no fundo em panico o q eh dificilimo
se vc sabe alguma coisa da empresa vc tem mais a sensação de sONcio
q te ajuda a nao vender no fundo em panico

Exatamente.

Esse é o ponto.

Quando o mar está estável ou bem calmo, é fácil ignorar completamente as coisas advindas do mercado acionário, ignorar cotação, patrimônio, etc.

Agora, quando você, mais cedo ou mais tarde, se depara com notícias de bolsa caindo sem parar, vê seu patrimônio sendo diluído em pelo menos 50%, seu patrimônio caindo ou de lado por 5 anos, etc. aí que entra a questão de entender do negócio e ter a tranquilidade de saber o que está fazendo investindo naquela empresa, por mais que venha a sofrer no curto prazo.

Isso cria a capacidade de manter o aporte firme, sem titubear, por mais que possa estar desconfortável.

Se a pessoa seguir a filosofia, o caminho difundido pelo Bastter, obviamente que de maneira LITERAL como é ensinado, com certeza passará muito bem por tempos assim.
Entretanto, a questão é: quem segue a risca o que é falado, o que é passado? Uma minoria que podemos contar nos dedos.
Quando a tempestade vem, e ela sai varrendo tudo, só sobrevive aquele que tem a mentalidade de "dono do negócio" e, pra isso, precisamos conhecer aquilo no qual nosso dinheiro está investido.

Como exemplo, de 2010 a 2015 não foi tão simples. Foram 4 (quatro) exercícios financeiros (2010, 2011, 2012 e 2013) de lado ou caindo, bem ruins, e, quando se achava que não podia piorar mais, ainda veio 2014 e 2015 pra fechar a conta, mostrando que tudo pode cair mais ainda, ou seja, 6 (seis) anos péssimos para as ações no geral...e não importava a qualidade da empresa, o histórico de lucro, etc., as cotações desabaram tremendamente. Maior recessão econômica da história do Brasil.

Quem NÃO sabia o que estava fazendo, no que estava investindo, e NÃO ignorou complemente as cotações e o seu patrimônio durantes esses 6 anos, com certeza vendeu e pulou fora do mercado.

Agora, foi diferente pra quem sabia o que estava fazendo e no que estava investindo, sabendo que o negócio poderia piorar no curto prazo, mas no longo prazo a tendência era de melhoria, tendo em vista sua confiança no negócio e na gestão. Isso facilitou a manutenção dos aportes nas empresas investidas, mesmo estando bem desconfortável no momento.

Conjecturando, podemos dizer que investir é 95% psicológico e 5% técnico.

O Bastter mesmo, em suas lives, mostra que hoje eles não têm analisado nenhuma carteira com 100% em ações, ao passo que no TOPO, com as ações lá em cima e subindo sem parar, são vistas inúmeras carteiras investidas 100% em ações.

Só vemos se o marinheiro é bom em uma tempestade e isso não tem a ver com ganho patrimonial no olho do furacão, mas sim com manutenção dos aportes, visando o longo prazo.

Forte abraço!

postado por @Caderno. em 20/12/2023 11:00

TradeRReverso
 
 
Mas veja só..
"Agora, foi diferente pra quem sabia o que estava fazendo e no que estava investindo, sabendo que o negócio poderia piorar no curto prazo, mas no longo prazo a tendência era de melhoria, tendo em vista sua confiança no negócio e na gestão. Isso facilitou a manutenção dos aportes nas empresas investidas, mesmo estando bem desconfortável no momento."
 
Você não acha que no meio da crise, com tudo caindo, sua análise de mais de 70, 80, 100, 120 ativos não poderá ser  comprometida?
Exemplo: com a empresa da maçã caindo, vem o dono e apresenta um trambolho chamado Ipad, na hora você pensa, "a empresa se perdeu, essa joça jamais vai vingar, vou aproveitar pra sair agora, que a minha perda é de 50%, do que esperar virar pó. Esse tal de tablet jamais vai dar certo, só estão jogando dinheiro fora".
Ou então tudo caindo, e você sai da Microsoft porque a "tendência global é software livre"..
E por aí vai..fico na dúvida se o fato de você conhecer o que a empresa faz pode acabar te dando mais informações para sair dela na hora que o pau comer.
Não seria melhor apenas saber que na empresa A (não importa o que ela faça) tem milhares de pessoas tentando salvar os seus empregos (que dependem da empresa), e que eles tem feito isso muito bem, pois a empresa tem lucros consistentes? Isso ainda evita de ter que ficar pensando nos 100 ativos que você tem em carteira e estão derretendo..entrega nas mãos dos caras e confia, eles (empregados das empresas) tem feito um bom trabalho, a probabilidade de continuar assim é grande.
 
Essa que é minha dúvida: se as vezes saber o que a empresa faz pode acabar te empurrando pra fora dela no momento de pânico.

Primeiramente, uma pessoa que investe em 70 a 120 ativos, como você mencionou, não precisa entender de nenhum deles.
O percentual de patrimônio em cada um é tão ínfimo que não vale o tempo de conhecer cada um. Melhor só fechar os olhos e ir aportando naquele percentual que descolou demais (pra baixo) em relação aos outros ou aportar no que se sentir mais confortável no momento...nunca deixando de aportar, obviamente, que é o principal. 

No meu caso, como tenho como premissa não ter mais de 30 ativos (isso incluindo todas as classes: ações locais e no exterior, renda fixa, etc.), e tenho mantido assim por mais de 10 anos, consigo entender minimamente cada negócio.
Não falo de ser especialista, fazer valuations complexos, ficar 6 meses estudando a empresa pra entender, etc., mas sim de entender as vicissitudes do negócio da empresa e conhecer minimamente sua gestão.

Exemplo: temos uma empresa que produz e vende soja. Se eu conheço um pouco do seu negócio, vou saber que em um determinado ano o lucro pode vir a ser menor, porque as terras onde a empresa produz a soja não estão tendo chuvas de maneira adequada. Vou entender, inclusive, se vier um prejuízo.
Se simplesmente as chuvas mudaram totalmente o período de acontecer, vou confiar na gestão, que saberá focar no novo período correto para plantar a soja e colher os frutos.
Isto é, comporto-me como um pequeno dono, acompanhando o negócio (por conhecê-lo minimamente) e vou confiando na gestão para a tomada das melhores decisões, com vistas à rentabilidade futura do operacional da empresa.

As perspectivas de longo prazo 10 anos+ do negócio ainda se mantém? Sim, então, me mantenho firme e ignoro completamente o que o mercado está fazendo com a cotação (que já deve ter caído bastante, pela perspectiva de lucro menor pra empresa ou de possível prejuízo no próximo ano).
Quando nosso foco está na empresa, e não a cotação, sentimo-nos parte da empresa.

Óbvio que, aliado a isso, não podemos ter um percentual grande do patrimônio em cada empresa, porque ninguém tem 100% de certeza sobre nada...o que temos é expectativas sobre um negócio que pode vir a se concretizar ou não no longo prazo, por isso a diversificação é importante.

Qualquer tendência global, como no seu exemplo citado, costuma ser mera modinha.
Recentemente (cerca de 2 anos atrás), teve a questão de "as fintechs irão dominar os grandes bancos", "elas são a nova moda", "os grandes bancos vão ter uma queda absurda de lucro, por consequência", etc.
O que vimos? As cotações dos grandes bancos, de fato, foram caindo.
Entretanto, o que aconteceu na prática, no operacional deles? Não mudou nada, pelo contrário. Muitas fintechs ficaram pelo caminho e os grandes bancos, as grandes instituições financeiras, estão mais fortes do que nunca atualmente.

Cada um tem que procurar o que fica mais confortável para si. Se você acha que comprar algo, sem saber basicamente como ele funciona, e apenas confiar na gestão é a melhor escolha, que vai te fazer não vender em momento de estresse e continuar a aportar, que siga essa estratégia.

O que eu expus é o que funciona pra mim. Eu só me sinto confortável conhecendo aquilo que invisto, essa é uma forma que encontrei pra me manter firme no longo prazo, me comportando como um pequeno dono. Além de não ter muitos ativos.
Pra mim, se eu não sei no que meu dinheiro está investido e, além disso, tenho mais de 30 ativos, fico agoniado pra vender logo.

No fim, não existe certo e errado. O importante é encontrar um caminho que te faça não vender nos momentos ruins (quedas bruscas e longevas de cotação/patrimônio) e manter sempre o aporte, deixando o longo prazo (os juros compostos) trabalhar a seu favor. Se encontrou esse caminho, verdadeiramente, abrace-o, pois ele é o seu e te fará chegar a outro patamar financeiro depois de muitos anos.

Forte abraço!