Fala, pessoal!
Essa é minha primeira postagem aqui na comunidade.
Recentemente me questionei acerca da suposta vantagem fiscal do investimento em PGBL e depois de ler alguns fóruns aqui na Bastter.com, resolvi criar uma simulação no Excel para expressar em números o efeito dessa decisão no patrimônio do investidor.
Nesse exemplo hipotético considerei dois investidores com mesma renda anual (R$200.000): o primeiro aplica 12% de sua renda tributável em um PGBL sem taxa de carregamento e com taxa de administração de 1% a.a., obtendo uma restituição de R$6.600 do imposto pago no ano seguinte. O segundo investidor não investe nada em PGBL.

Algumas premissas que foram consideradas, para fins de simplificação na comparação das estratégias:
• Não há rendimento das aplicações;
• Não há inflação;
• A renda dos investidores é constante ao longo dos anos;
• Os gastos dos investidores foram desconsiderados;
• A restituição é tida como recebida no ano do aporte no PGBL;
• Assume-se que a forma de tributação permanecerá a mesma.
O resultado da comparação durante 30 anos:

Legenda:
• PGBL Líquido: valor que estaria disponível para resgate naquele ano, considerando a faixa de tributação de cada aporte.
• PGBL Líquido + Rest: total disponível para resgate no fundo PGBL somado às restituições obtidas.
• Patrimônio total: soma do PGBL Líquido + Restituições + Renda Disponível.
• Razão Sit1/Sit2: Divisão do patrimônio total na situação 1 pelo patrimônio total na situação 2. Se menor que 1 significa que o patrimônio da situação 1 é menor que o da situação 2, e se maior que 1 que ele é maior.
Comparando as estratégias é possível perceber que até o 5º ano o patrimônio do investidor 2 (que não investe em PGBL) é superior em cerca de 1%. Do 6º ao 10º ano os patrimônios são equivalentes. A partir do 11º ano o patrimônio do investidor 1 (que investe em PGBL) passa a ser superior em cerca de 2%.
MINHAS CONCLUSÕES
A conclusão é que
não faz sentido nenhum investir em PGBL para obter esse suposto benefício fiscal. As razões são várias, mas as principais são as seguintes:
• Redução da renda disponível: investir em PGBL é reduzir a renda disponível para outros tipos de investimento e até mesmo emergências. Depois de aplicado no fundo, somente em tese o dinheiro é seu...
• Redução da liquidez: investir em PGBL é semelhante a investir em um título com vencimento em 10 anos (pra que se torne viável).
• Relação risco/retorno: um retorno de aproximadamente 2% superior não justifica o risco de se investir boa parte do patrimônio em um único fundo.
• O sistema é feito para que o PGBL seja a principal aplicação do investidor. Veja que ao final da simulação de 30 anos 13% do patrimônio total do investidor 1 está no PGBL (isso considerando que ele guardou 100% do que recebeu, o que é impossível). Ou seja, na prática um PGBL pode representar mais de 50% do patrimônio de um investidor ao final desse prazo. Risco altíssimo!
• O investidor 1 não escolhe no que, quando, nem quanto investir em cada ativo. Fica a mercê da (in)competência e (má)boa-fé de terceiros.
• A simulação é conservadora ao considerar taxas de adm. de 1% ao ano. Na prática, há fundos com taxas bem maiores, além das taxas de carregamento.
É isso aí, pessoal! Eu particularmente gosto de fazer as contas e entender os números por trás dos conceitos rsrs. O importante é que no final os dois devem convirjam para uma mesma conclusão.
Qualquer erro na análise é só falar.