Bom dia gente.
Queria compartilhar minha história e meu dilema. Sou assinantes do site há dois dias e por isso não sei se estou postando no lugar certo. Moderadores me desculpem se esteja comendo algum erro. Esse é meu primeiro tópico aqui.
Eu já entendi que o financiamento imobiliário é uma furada, porém quando entendi isso eu já investia em renda fixa e variável. Irei contar minha história do começo e tentar descobrir se meu exemplo poderia ser considerado um exemplo de exceção ou se é uma sardinhisse qualquer...
Eu sou de uma família de servidores públicos. Avô materno, avô paterno, tios, primos, meu irmão, meu pai, minha mãe - todos servidores públicos (militares e civis - órgãos diferentes, todavia todos concursados).
Eu, como não poderia ser diferente, sou servidor público do judiciário. Sempre me foi vendido que através do estudo eu alcançaria um emprego que me traria uma "estabilidade financeira" e que eu poderia gozar da tranquilidade igual da minha família. Lembro do meu pai dizendo que o serviço público é colocar as probabilidades em nosso favor (achei engraçado quando li o @Bastter falando que devemos sempre tentar colocar as probabilidades em nosso favor - pois lembrei das frases do meu pai).
Segundo meu querido pai (que tem 60 anos) mesmo dentro das crises que o país passar e o desemprego aumentar o "nosso está aagarantido, pode não pingar uma fortuna, mas pingará no dia correto".
Este é o
primeiro ponto do meu relato. Como já tenho mais de três anos no meu atual cargo público eu tenho a "estabilidade do trabalho". E é um trabalho que eu realmente gosto de fazer. Tenho prazer em trabalhar, poderia dizer que era meu sonho conquistado.
Antes de conquistar esse cargo eu tive outros empregos públicos. IBGE, PM, etc. E sempre tive a cultura de poupar. Mas na época eu poupava não pela consciência que adquiri e venho adquirindo com a ajuda de muitos aqui em especial do @Bastter. Mas por sofrer desde da adolescência de TAG - algo que só descobri há mais ou menos um ano (e venho tratando desde então). O Transtorno de Ansiedade Generalizado sempre me fez temer muito o futuro e isso sempre me fez guardar um dinheirinho. Sempre tive minhas contas bem controladas. Pago sempre minhas contas adiantado e isso tudo não acontecia de forma consciente, mas por conta do
segundo ponto. Eu tenho esse problema de ansiedade (em tratamento - inclusive medicamentoso com acompanhamento de psiquiatra).
Quando tomei posse desse cargo atual tive que ir morar e trabalhar em São Paulo capital. Foi um período (na época eu não sabia), mas que eu tive com a ansiedade a 1 milhão. Sair da casa dos meus pais, morar sozinho na capital e andar com minhas "próprias pernas". A realização de um sonho...
No primeiro mês eu morei num hotel até conseguir achar um apartamento para alugar e seguindo algumas dicas no segundo mês eu aluguei um apartamento num bairro de "classe média alta" em São Paulo chamado "aclimação" (fica bem perto da avenida paulista). Me lembro que meu primeiro aluguel custava R$ 1.650,00. Num condomínio bem bacana. Era um apartamento de apenas um quarto, bem pequenininho, mas para mim estava excelente. Morava perto do trabalho. No quarto mês eu casei - namorávamos há bastante tempo e estávamos noivos há 1 ano.
Felicidade completa. Casado com minha esposa. Emprego que eu queria. Apartamento pequeno, mas super aconchegante num bairro legal...Comprei meu primeiro carro (à vista pois já tinha um dinheiro guardado). Anos passados. Estabilidade conquistada.
Há 4 anos tive a oportunidade de retornar para o interior novamente. Estar mais perto da família e com isso precisaria de um novo local de moradia. Na época era somente eu, minha esposa e nosso bulldog. Meus pais têm casa própria num condomínio fechado. Numa parte da cidade bem bacana e tranquila. Encontrei uma casa no condomínio vizinho ao deles para alugar. O valor na época era R$1.200,00 já com o condomínio. Até que encontrei a casa que moro hoje à venda. O preço médio das casas era de X. Essa em questão era X + 1/X. Isso porque já era uma casa com móveis planejados. Cozinha em mármore, etc..
Esposa ficou apaixonada na casa. Só que eu não tinha o valor para compra a casa à vista e chegamos no
terceiro ponto. Após entrar em contato com a mobiliária e fazer toda burocracia necessária e ver que eu tinha somente uns 45% do valor da casa, descobri que por fazer o financiamento. Em 2020 a taxa de juros estava no menor patamar e fiz meu primeiro e único financiamento da vida (eu já troquei aquele primeiro carro, comprei e troquei de motos, sempre pagando à vista - sem conhecer a filosofia @bastter.com até então).
Eis meu pensamento em 2020. Desde que eu comecei a trabalhar no meu trabalho atual eu já não contava com os 1650 voltados para moradia. Então desde sempre minha remuneração foi salário - R$ 1650,00.
A minha casa não estava para alugar na época - somente venda e casas "menos aprimoradas" estavam para alugar por R$ 1200,00 com o condomínio. O financiamento + o valor do condomínio saiu para mim por R$1800,00 em 2020 (naquela modalidade que esqueci o nome, mas as prestações vão diminuindo o valor com o tempo)...
Eu já estava pagando isso em São Paulo naquele apartamento da aclimação e pensei, "já não conto com esse dinheiro mesmo" - poderia ver esse pagamento como uma "continuação do aluguel". E fiz o financiamento. (lembrei agora que tive ataques de ansiedade nesse processo ao ponto de ligar para o corretor no natal de 2019 para saber se estava tudo certo mesmo).
Ao fazer a mudança da capital para minha nova moradia estava super feliz. Estava morando na casa que minha esposa estava apaixonada e da frente da minha casa até a casa dos meus pais dá 800 metros.
Eu sabia que era um financiamento de 30 anos. Eu já tinha noção que pagaria muito mais do que a casa valia. (lembrando que ainda não sabia da existência da bastter.com). Na época meu primeiro e único financiamento valia muito a pena. Minha esposa ama meus pais e eles a tem como filha. E eu poder estar perto deles não têm preço.
Sinceramente, prefiro mil vezes curtir meus pais de perto do que ter um salário 4 vezes maior e ter que morar longe deles os vendo pessoalmente somente nas férias. Todo almoço de domingo estamos juntos.
De 2020 até 2022 eu confesso que não fui muito de poupar. Não ficava endividado, mas também comprava muitas coisas que de fato não precisava comprar. Cheguei a amortizar alguma coisinha nesse tempo do financiamento, mas gastava meu salario e deixava uma merrequinha no tesouro selic...
Um detalhe é que esse foi o período maior da pandemia (2020/2022) + meu TAG = e-comerce se deu bem comigo. Até que em 2022 nasce nosso maior presente meu filho um pouco antes do nascimento dele tivemos uma noticia bem ruim. Meu pai descobriu um câncer e começou o tratamento. Nesse turbilhão de emoções meu TAG nas alturas...
O nascimento do meu filho - o único neto do meu pai - em minha opinião - foi o estimo de energia/alegria que deu forças ao meu pai para enfrentar o câncer e o tratamento. Hoje, graças a Deus, ele está no final do tratamento e parece mais saudável do que antes de começá-lo.
Chego então no
quarto e último ponto. Com o nascimento do meu filho eu fiquei muito ansioso com o amanhã e voltei a diminuir os meus gastos e tentar poupar mais. Comecei então a colocar um pouquinho todo mês no tesouro selic e fiz um seguro de vida rs. Comecei a estudar renda variável (sempre tive medo, pois não entendia como funcionava).
Em meados de 2022 comecei a investir finalmente em renda variável (pouca coisa). A ideia era. Quando me aposentar gostaria de ter uma renda extra através dos meus investimentos. Consumi muito material de muita gente de muitos canais até consumir tudo o que eu conseguia da bastter.com (passei assistir todas as lives do bastter e li todos os livros que eu podia através do kindle unlimited).
Sabemos que o assunto financiamento imobiliário sempre aparece nas perguntas das lives... E eu li todo o roteiro de iniciante. Troquei todas as ações PNs que tinha por ONs. Hoje só tenho ações ON. Aprendi a não me preocupar mais com preço, mas procura valor das boas empresas. Aprendi que para ter uma RD da vida eu tenho que aturar uma cielo (não tenho cielo é só exemplo)... Deixo uma quantia pequena, mas ao meu ver suficiente na poupança para R.E.
Mas eu travo na hora de "venda tudo e pague seu financiamento". Isso porque eu já incuti em minha mente que eu não vou vender nada. Parei de olhar cotação todo dia (embora eu olhe mais do que deveria dentro de um mês). Mas eu tento ver as ações e FII's não muito como minhas, mas como de minha esposa e filho (sei que é estranho, mas é como se eu comprasse para eles e não para mim sabe!?).
Pensava antes. O @Bastter tem razão para quem é CLT somente ou autônomo pois até em ONREVOG de exceção há o serviço público. Na Venezuela os servidores do judiciário estão empregados...As probabilidades estão em meu favor.
Pensava ainda - acho pouco improvável (não impossível) que o ONREVOG mude as regras do meu financiamento junto ao ITAÚ. Então meio que "d#nesse" isso.
Até chegar o ponto que mais me pegou. SUPERINFLAÇÃO meu TAG dizendo "e se o pão francês vier custar 50 reais a unidade?". Como continuar pagamento o financiamento se não tiver dinheiro para comprar comida?
Eu tenho um financiamento e investir comprando algo para meus amados me ajuda a poupar.
O fator psicológico conta muito em mim. Sei que tenho que ser mais "frio" no quesito dinheiro. Mas nem tudo é somente dinheiro. Ver como meu filho ama meu pai estando quase que diariamente com ele e ver como meu pai fica orgulhoso e feliz vendo meu filho crescendo de perto...
Para ser muito sincero com vocês. Essas coisas me trazem #PAS, todavia a ansiedade do amanhã tem me trazido uma angustia.
Hoje eu consigo pagar meu financiamento e investir um pouquinho todo mês. Sempre reinvestindo os dividendos recebidos. Para mim, causa prazer em comprar ações e FIIs - não sei explicar direito. Mas é como se eu tivesse plantando algo para meu filho e meus netos colherem e quem sabe até eu experimentar um fruto algum dia...
Para exemplificar. Se consigo guardar 500 reais para investir em renda variável e renda fixa todo mês eu não sei se teria o mesmo afinco para separar os mesmo 500 reais para amortizar minha dívida, entende? Sou apaixonado por motos e talvez eu começasse com "e se eu fazer uma poupancinha aqui para trocar de moto ao invés de amortizar"... +
Não consigo ainda ser tão centrado assim. Já li relatos de pessoas que venderam os investimentos para amortizar financiamento. Não tenho essa coragem hoje.
Sei que ficou enorme e agradeço se você leu meu relato. Não sei se meu exemplo seria de exceção, mas gostaria de compartilhar com vocês.
Eu aprendi muito com o @Bastter e sei que ainda não sei quase nada. Nesses 2 dias de assinante já li bastante coisas aqui no fórum e dei muita risada e vi como o pessoal é entendido. Sei que aprenderei bastante com vocês.
@Bastter e companheiros de bastter.com obrigado por toda dedicação que vocês trazem ao conteúdo (que estou ainda explorando) do site.
Estou empolgado, pois hoje tenho que vencer ainda 2 problemas além do TAG que é o sedentarismo e a obesidade. Mas isso deixarei para outro post/livro. Obrigado mais uma vez.