Montei a mesa com os ingredientes e o molho de cachorro quente que fiz pra janta. Quando eu ia sentar, começaram reclamações da esposa relativas ao caos em que se apresentava a casa, em função da atuação enérgica de crianças ao longo do dia e a falta de organização pós brincadeiras.
Não suporto comer com alguém reclamando. Eu paro de comer, vou fazer outra coisa ou, em outros momentos reclamava da reclamação. Esse último item percebi como é de uma idiotice infinita, porque é como combater o fogo com gasolina, então já não faço mais isso a alguns anos.
Dessa vez, nem sentei, fui até a cozinha e lavei umas louças. Vi que a situação havia se acalmado, coloquei o Don Luciano nas taças e fui à mesa. Quando cheguei tinha o cachorro quente dos deuses, o mais lindo da minha vida no meu prato, tinha até aquela embalagem pra não babar a mão. Minha esposa montou o quitute enquanto reclamava e enquanto eu fui e voltei.
Elogiei com sinceridade o cachorro quente, agradeci, brindamos e comemos felizes. Falei que agora o segundo eu que fazia, mas iríamos dividir pq só comeriamos 1 cachorro quente e meio. Pedi a faca e a esposa falou: é melhor colocar as coisas e só depois cortar. Aí eu disse: se eu não cortar não tem como colocar nada dentro do pão, e rimos da situação.
Foi uma ótima janta, que poderia ter sido perdida se eu tivesse reclamado de uma reclamação.