Ano passado mudei parte da minha reserva de emergência para Poupança. Apesar de considerar na época que a liquidez do TD Selic era suficiente. Ledo engano, pois entrei no que os astrólogos diriam se tratar de inferno astral. Acompanhem minha linha do tempo...
Em janeiro, minha cachorra saiu de casa, esposa não fechou direito a porta e na madrugada a pequena sumiu noite adentro. Por estar chovendo forte não encontrou caminho de casa como normalmente teria feito. Passei a manhã de carro no bairro gritando pela danada, até que no começo da tarde expandi a busca para ruas não asfaltadas. Lembra da chuva? Pois é, atolei o carro bonito. Era lama dentro de fora do danado. Felizmente 5 minutos após desistir e pensar num reboque, um amigo jipeiro apareceu como anjo, me reconheceu, parou e me resgatou. Tive que mandar para serviço especializado de limpeza, aproveitei e vitrifiquei minha pintura, ficou realmente lindo (a cachorra felizmente foi encontrada à noite, só molhada, com fome e assustada). Resultado: 4 dígitos de despesas inesperadas. Obrigado reserva de emergência.
Em fevereiro, pedalando pelas estradas da vida, tomei um tombo na bicicleta, por ter a dádiva dos ninjas não me machuquei seriamente, mas as rodas entraram num estado descrito tecnicamente como: "foram pro saco". Precisei mandar para reparos, trocar vacina e outros detalhes. Resultado: dá-lhe 4 dígitos de despesas inesperadas. Obrigado reserva de emergência.
Ainda em fevereiro, minha esposa saiu de casa (no pun intended), passando a ostentar o prenome de "ex". Alguns eventos que aqui comentei em outros tópicos se desdobraram na nossa decisão de seguirmos caminhos diferentes. Independente do impacto emocional, a reserva de emergência me permitiu rapidamente arcar com advogada e despesas anexas, além de intensificar meus atendimentos com o psicólogo, comprar uns mimos para me distrair e me permitir fazer uma miniférias temporã para visitar minha família logo no mês seguinte. Resultado: outros 5 dígitos de despesas inesperadas. Obrigado reserva de emergência.
Em março, ao visitar minha família, como tantas outras vezes fiz, brinquei com sobrinhos tirando foto embaixo d'água, como nenhuma outra vez fez, o celular se afogou. Ficando tão útil quanto um peso de papel superfaturado. Como era feriado, não me preocupei, retornando para casa na segunda feira, saquei novamente da reserva e comprei outro aparelho sem maiores complicações. Resultado: mais 4 dígitos de despesas inesperadas.
Depois desse combo, claro que não é divertido consumir boa parte da reserva, mas foi muito importante que ela existisse, se não, estaria amargando prestações ou correndo para vender alguma coisa a preço de banana.
Obrigado reserva de emergência.