Quando adolescente passei por uns episódios de despersonalização/desrealização. Eu ficava na dúvida se havia morrido ou se estava louco. Parecia que estava sonhando o tempo inteiro, nada era real. Ficava deitado e dormindo por muito tempo, torcendo para que quando acordasse estivesse melhor. Tivesse passado aquilo. A sensação era que eu estava preso no meu próprio corpo, mas em uma camada anterior à primeira pessoa.
Eu não sabia o que era. Não sabia explicar. Lembro que na primeira vez eu só contei para a minha mãe que eu estava sentindo algo diferente e ela, pela minha descrição de que eu estava vendo como se tivesse um vidro na minha frente, imaginou que fosse algo na minha visão. Lembro de ter ido em oftamologista. Também fiz eletroencefalograma. Ambos não apontaram nada de errado, óbvio.
Os únicos momentos em que me sentia bem era quando eu ouvia música!
Foram uns quatro episódios entre a adolescência e o início da fase adulta. Duravam em média umas duas semanas. Quando eu "voltava" parecia que tudo estava mais vívido, nítido, real. Imagens e sons. Era uma mistura de alívio com extrema felicidade.
Música nos dá paz, conforta, alegra, coloca-nos num fluxo sincronizado e de coerência. É a cura para o nosso caos interior!
"Sem música a vida seria um erro" Nietzsche