No ano passado, durante um período de bonança financeira, decidi revisar o montante que mantinha na minha reserva de emergência. Percebi que o valor guardado até então não proporcionava a tranquilidade que eu desejava.
É importante mencionar que sou programador, frequentemente envolvido com startups. Portanto, o risco associado aos meus projetos é considerável. Além disso, o mercado de programação é bastante influenciado por variações macroeconômicas, como as recentes altas nas taxas de juros nos EUA.
A revisão que fiz na reserva resultou em um aumento significativo, de três para sete meses do meu custo de vida. Não foi fácil, pois, quando tudo vai bem, é difícil se desvincular da mentalidade de maximização de rendimentos e questionamentos do tipo "quanto isso estaria rendendo em um FII de 1% ao mês?", entre outros. (sardinha lifestyle)
Seis meses após essa decisão, a startup em que trabalhava enfrentou dificuldades para captar novos investimentos e encerrou as atividades, deixando salários atrasados por dois meses.
Essa situação foi uma surpresa para a qual nunca havia me preparado ao pensar em reserva de emergência. Sempre relacionei a RE a questões como "Quanto tempo eu precisaria para conseguir um novo emprego", algo que, como mencionei, é muito influenciado por fatores externos. Em vez disso, me vi vivendo da minha reserva por dois meses antes mesmo de começar a procurar um novo projeto.
Ter sete meses de despesas cobertas foi crucial para que eu pudesse buscar com calma um emprego que se alinhasse ao meu momento profissional.
Na próxima semana, começarei em um novo projeto que me deixa bastante empolgado. Não posso imaginar o nível de estresse que enfrentaria se não tivesse aumentado minha reserva naquela época, nem que tipo de trabalho e projeto eu teria que aceitar por necessidade financeira.
Obrigado ao forum por proporcionar conteúdo e eventuais puxões de orelha que serviram de gatilho para eu ter aumentado a RE no passado. Paz(s) > rendimentos.