Eu estava serenamente deitado no sofá.......( como de costume....rsrsrs)
quando minha esposa,sugeriu que seria bom eu passar mais tempo com a minha filha, sem a presença da mãe, para fortalecer nosso vínculo.
Minha primeira ideia foi simples e comum: ir ao shopping, assistir a um filme, coisas rotineiras entre pai e filha......
Mas, então, uma nova ideia surgiu, inesperada como uma brisa suave: levar minha filha ao mercado, fazer compras e entregar em uma casa na favela.............
Decidimos comprar uma cesta básica e sair sem rumo, guiados apenas pelo coração. Em um sábado de manhã, sob uma fina garoa e um frio cortante, minha filha de 10 anos e eu saímos de casa sem destino certo, apenas com a missão de entregar a cesta básica a alguém que precisasse....... e assim foi.........
Ao sair, uma voz em minha mente sugeriu: "Compre uma cesta básica e bastante chocolate.
Então......
Comprei a cesta básica montada por 97 reais....e mais um punhado de chocolates....
" Assim, seguimos nosso caminho, sem destino definido, passando por vários bairros até encontrarmos uma linha de trem cercada por barracos.......na divisa da região metropolitana
Parei o carro ao lado de um desses barracos, onde uma criança de aproximadamente 5 anos de idade, brincava na porta. Desci e entreguei uma sacola cheia de chocolates à criança, que imediatamente começou a gritar: "Deus abençoe, Deus abençoe, Deus abençoe!"......
O pai da criança veio até mim, com lágrimas nos olhos, para agradecer. Dei a ele a cesta básica, e ele chorou ainda mais....... contando que o menino pedia chocolate há meses, mas ele não tinha condições de comprar.
Olhei para minha filha no carro, e ela também chorava silenciosamente.....
No caminho de volta, não trocamos palavras......
À noite, com a chuva batendo, ela me perguntou: "Pai, nessa chuva, eles ficam dentro do barraco?" Respondi : "Não sei, filha.
Vamos fazer o seguinte: uma vez por mês, repetiremos essa ação. Compraremos uma cesta básica e chocolates e levaremos lá.".......
No mês seguinte, repetimos o ato, mas ao chegar, os barracos haviam sidos, demolidos pela prefeitura, e não encontramos mais aquela família. .....
Vagamos pela favela, andando de rua em rua até encontrarmos outra família em frente a um barraco.
Parei e entreguei a cesta básica e os chocolates. A mulher recebeu os itens com uma frieza que doeu, mal agradeceu.......
No caminho de volta, minha filha comentou: "Pai, acho que aquela mulher não estava precisando." Respondi: "Não tem como saber, filha.!
No mês seguinte tem mais entregas.....