Orquestra Afro-Brasileira 1968 (467)
Orquestra Afro-Brasileira
Jazz
Devia ter no Spotify! Muito bom e com um peso ancestral, evoca raízes e traz boas reflexões sobre a riqueza de nossa música.
“Fundada pelo maestro Abigail Moura (1904-1970) em 1942, o grupo musical lançou apenas dois discos, sendo que o de 1968 foi considerado um clássico da música popular brasileira. O som mesclava, entre outros ritmos, o opanijé e alujá (especiais para Omolú e Xangô, respectivamente), com as bases das múltiplas cadências encontradas nos cultos das religiões de matriz africana. A orquestra mesclava instrumentos da tradição ocidental, a exemplo do sax e da clarineta, e instrumentos afro-brasileiros, como o agogô e o berimbau. As músicas são cantadas em bantu, nagô, nheengatu e em português. A história da Orquestra é marcada tanto pela presença do divino como por fatos estranhos. Por exemplo, Maria do Carmo – sua cantora oficial, certo dia, ao fim de uma apresentação, teria enlouquecido, jamais voltando a cantar.
Da vida do visionário mineiro Abigail Moura pouco se conhece: foi parceiro musical em canções de relativo sucesso, como Que é o amor, Poeira, Chorar é meu Consolo. Na Rádio MEC exerceu a função de copista de partituras. Nos últimos anos de vida morou no Benfica, na zona norte do Rio e morreu na pobreza extrema.
“O maestro Abigail Moura fundamentava suas composições e arranjos como um religioso cuja vocação tem por mister reverenciar a divindade. Deveria ser extraordinário assistir a uma performance de Abigail, que, antes da apresentação da sua Orquestra Afro-Brasileira, agia como um sacerdote invocando antigos deuses, como se o palco de um teatro ou um auditório fosse de fato um espaço sagrado”, diz Emanoel Araujo, diretor curador do Museu Afro Brasil."
Gênero: Candomblé Music, Jazz, Batucada
Para quem gosta de: Clementina, Metá Metá
Ouça: Palmares, Canto Para Omulú, Mo-Fi-La-Do-Fê
Good and essential
Minha nota: 7/10
#FicandoForaDoMercado
Ver mais detalhes e avaliar