Em janeiro de 2024 segui a resolução de ano novo do @Paulo de agradecer.

Todo fim de noite eu agradecia por escrito algo daquele dia. E não podia ser "por estar vivo", "por ter saúde", coisa genérica. Tinha que ser por algo específico. Desde "ter curtido hoje de férias na praia" até "tive um dia de mesbla no trabalho, deu tudo errado, mas agradeço por ter consciência disso, de que preciso melhorar, e que tenho como melhorar"
Impressionante como um trem simples requer esforço. Parece que tem algo na mente que te impede de ver algo positivo. O copo tá sempre meio vazio. Eu era um radar de reclamações. Eu não tinha nada de bom pra dizer das coisas para além do genérico. Bizarro.
É igual correr: parece fácil, mas você inventa desculpa com tênis, com lugar, ou quando tá correndo qualquer coisa te diz pra desacelerar ou parar. Vencidas essas resistências, correr se torna habito. Você tem qualquer horário livre ou lugar e fala: bora correr.
Esse exercício de gratidão (que o zé aqui até ironizava antigamente) foi mudando como vejo o mundo. Vi um flanelinha na rua, antes reclamaria, agora já no automático tento extrair algo positivo dali. Não é só o agradecer por "tem gente que iria querer viver meus dias ruins". É a compaixão que se desenvolve, de mesmo não podendo ajudar, enxergar que há um ser humano ali, que não tá querendo ferrar com você, mas só tentando tocar a vida dele.
Claro que tem violência, tem bandido, gente perdida nas drogas. Mas no meu mundo em 99% das vezes não é isso. Todo mundo só tá tentando fazer suas coisas, assim como você. Exercício de gratidão fez com que eu, ao invés de buzinar o motoqueiro que me fechou, parar, agradecer por nada ruim ter acontecido ali, por ter condições de ter um carro, por poder atrasar um pouco no trabalho e explicar sem medo de ser demitido, e aceitar o trânsito que não depende de mim. A vida fica mais leve. Igual correr fica mais leve quando você se habituou a correr.

Textão, e não era isso que eu queria falar. E sim que achei massa demais o exercício proposto pelo Paulo no último bode. Vou replicar abaixo para quem não ouviu (e acompanhou a leitura até aqui).
Escrevi a carta na ultima semana. Que sensação boa, cara. Foi difícil? Pra car*!#&.
"Por que devo agradecer minha esposa?"
"Ah, porque ela é boa pra mim."
"E o que mais?"
Cara, me senti um lixo de pessoa... 8 anos com minha esposa e como eu não consigo expressar gratidão além do básico?
Respira... rascunha aqui, rascunha ali, cita isso, cita aquilo. Saiu um texto lindo, e percebi várias coisas em que sou grato a ela e nem notava ou sabia expressar...

Segue um resumo do exercício pra quem nao pode ouvir o bode. Um bom 2025 a todos! E mais uma vez obrigado Paulo! Por trás de um avatar aqui tem uma pessoa que você tem ajudado a melhorar muito a vida!

Bode do Bastter - #247 - O Bode da Gratidão

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"As pessoas são melhores em falar sobre coisas negativas do que coisas positivas. Por isso, há um exercício para ajudar as pessoas a se tornarem mais gratas: escrever uma carta para alguém que teve um grande impacto positivo em sua vida.

Não escolha alguém com quem você está envolvido romanticamente no momento ou alguém de quem você espera ganhar algo no futuro, e sim alguém que tenha melhorado você no passado. A carta deve ser escrita de uma forma significativa, e que tenha pelo menos uma página de comprimento. É recomendado que a carta seja escrita à mão, mas está tudo bem digitar se isso for mais fácil.

Não tenha pressa, isso pode demorar várias semanas.  A carta deve ser entregue em mãos à pessoa (e não enviada por e-mail ou mensagem) e ela deve ser informada sobre o motivo da visita com antecedência. Isso pode permitir uma conexão mais profunda e significativa.

Este exercício é uma boa maneira de ajudar as pessoas a se tornarem mais conscientes das coisas positivas em suas vidas, e a apreciar as pessoas que fizeram uma diferença em suas vidas."