Acho que vou até desenvolver tendinite de tantos "obrigados" que já digitei aqui para alguns de vocês. Mas o de hoje não tem como.
Venho há algum tempo construindo minha reserva de emergência, até então com aquele pensamento: "puts, mas e se tivesse mais em outra aplicação?, minha vida anda tão estável... Se apertar, eu vendo um pouco de RF, e pronto". Ao mesmo tempo, seguia bem focado em encontrar um novo lar para alugar, porque onde moro há 3 anos já não me serve mais.
E hoje finalmente encontrei. Apartamento bem localizado, dentro do orçamento, espaçoso, condomínio legal, silencioso, do jeito que eu sempre quis. E o melhor: prontinho para morar. Um sonho realizado depois de anos me esforçando para conseguir encaixar algo assim nas minhas contas.
Chego em casa, negociação rolando, proprietário já tinha aprovado a proposta, entendendo detalhes do contrato com a imobiliária, tudo muito rápido, nem estava acreditando. Só faltava avisar o dia que eu poderia fazer a mudança. Eis que, no mesmo minuto (sem exageros), meu telefone toca.
Parecia pegadinha, mas era mesmo. Uma pessoa muito próxima e que eu amo, a quem confio de olhos fechados, precisava de ajuda. Mas não precisava de ajuda amanhã, semana que vem, ou daqui 2 meses. Precisava de ajuda no mesmo minuto que eu abria o calendário para escolher a data da mudança.
Só fiz o que o coração mandou. Abri o aplicativo do banco, retirei tudo o que tinha na poupança, e fiz a transferência. E lá se ia o projeto mudança.
Acho que eu nunca, na vida, tinha entendido o que era ser e estar disponível quando o bicho pega. Nem achava que eu pudesse fazer tanta diferença na vida de alguém. Na real, acho que eu nunca soube o que era dar sem esperar de volta, talvez porque nunca tivesse sobrado.
No meio de choros, essa pessoa me disse o quão importante eu tinha sido naquele momento na vida dela. Nem sabia o que fazer com aquilo direito, mas da minha boca saiu sem esforço nenhum: "você não sabe o quanto eu estou feliz".
Obrigado, obrigado, obrigado.