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Tenho um grande amigo, quase um irmão. Ele me ajudou quando eu estava começando. Tenho uma gratidão e amizade enormes por ele. Assim como eu, também casou e constituiu família e, apesar de morarmos na mesma cidade, seguimos por caminhos diferentes profissionalmente e acabamos nos distanciando bastante. Mas nos esforçamos para nos encontrar de vez em quando.
Ele tem uma filha, uma graça, de 3 anos — menina super esperta, brincalhona, bonitinha, uma criança perfeita. A mãe dela, esposa do meu amigo, por influência (acredito eu) das redes sociais, começou a ter uma relação conturbada com a comida há alguns anos. Isso faz mal, aquilo mata, isso dá câncer... e parou com glúten, açúcar, carne, leite e derivados, etc. Até aí, vida que segue.
Ontem ela me contou que a criança começou a ter intolerância à lactose. Pensei comigo mesmo que era uma coisa comum e nada inédito. E continuei ouvindo ela. Segundo ela, levou a filha em quatro médicos especialistas que fizeram uma bateria de exames e não identificaram nenhuma intolerância a nenhum tipo de alimento. Mas a mãe da criança estava convencida de que a filha tinha uma "alergia". Aí levou em uma "doutora" que fez uma "bioressonância" na criança (joguem no Google, porque até ontem eu também não sabia do que se tratava), e nessa bioressonância, as energias (isso mesmo, energias) indicaram intolerância a uma série de alimentos. Parou por aí? Não! A "doutora" desaconselhou seguir com o programa de imunização, ou seja, parar de tomar vacinas. O que ela está seguindo, tanto a dieta quanto a não vacinação.
Eu, como um bastteriano de longa data, sorri, acenei e não falei uma vírgula — deixei ela falar. Mas, dentro de mim, passou a ideia de tentar mostrar evidências de que tudo aquilo que ela acredita e defende está totalmente contrário ao que a ciência prega. Mas acho que seria perder tempo e ainda estressar a amizade.
Hoje, a criança é uma criança perfeita, com uma dieta extremamente restritiva e sem imunização.
Vida que segue...