Dias atrás, uma colega de trabalho — também médica — me pediu indicação de um bom advogado, pois estava passando por um processo de divórcio. Passei dois contatos e achei que a conversa terminaria ali. No entanto, acho que ela estava estava querendo desabafar… e começou a me contar tudo sobre a vida dela.
O que ouvi parecia roteiro de filme, ou aquelas histórias que a gente acha que são fake news, coisa que só acontece com “o primo do amigo do cunhado do vizinho”. Mas não… era real.
Resumindo: ela é médica radiologista e o ex-marido, anestesista. Terminaram a residência há 8 anos e têm um filho de 3. Ambos de classe média, nunca precisaram ajudar financeiramente suas famílias e tampouco tinham dívidas estudantis. A renda conjunta girava em torno de
130 mil reais por mês.
E aí vem o choque: no divórcio litigioso que estão enfrentando, simplesmente
não têm absolutamente nada acumulado. Nenhum investimento, nenhum imóvel quitado, nenhuma reserva de emergência. Zero.
Há quatro anos, compraram um apartamento de 300m² em São Paulo, dando a menor entrada possível — e desde então nunca anteciparam nenhuma parcela, pagando sempre o básico. No meio do caminho, financiaram uma BMW nova, contrataram um artista plástico renomado para pintar as paredes do apartamento, compraram mochila de 30 mil reais de presente, terno de 20 mil reais de estilista famoso de SP, faziam jantares em casa regados a vinhos de 500 reais, sempre com chefs contratados… enfim, um padrão de vida de ostentação, daqueles que parecem de novela.
Ela ficou uns 30 minutos desabafando, contando os detalhes. E a situação é triste: precisou pedir
20 mil reais emprestados para a mãe só pra comprar móveis básicos pro novo apartamento e ainda teve que entrar no cheque especial. A briga na justiça agora é pra decidir quem paga a escola do filho, que está com duas mensalidades em atraso —
8 mil reais cada — e a escola já está cobrando. Nenhum dos dois quer assumir sozinho o financiamento do apartamento, então provavelmente vão ter que vender.
Fiquei muito impactado com esse relato. E me veio na cabeça um vídeo do Bastter, em que ele fala:
“A poupança é um ótimo investimento.”
Se eles tivessem guardado
apenas 20% dessa renda ao longo dos últimos 8 anos — na própria poupança, sem nenhum investimento "sofisticado" — hoje teriam acumulado
algo próximo de 3 milhões de reais.