Líquido preto das minas gerais
Do grão bem cultivado
Ao sol virado e então torrado
Um tipo de ouro preto que o povo pede mais
Até mim o mar ele atravessa
Já que o mar também atravessei
É um reencontro apaixonado
Envolto por um respeito encabulado
Jurando que minhas origens jamais deixei
O gosto vem acompanhado de um pito
Numa manhã com sol invasor na cozinha
Nessa terra de céu cinza
Me sinto agraciado
Volto aos poucos mentalmente
À terra dos ypês de um amarelo contente
Que vislumbrava eu da sacada
Logo na rua da minha casa
Árvores belas plantadas por meu pai
Com muito esforço e paciência agora uma mata viva se faz
Hoje memórias da minha terra me inundam por completo
Deixo-me levar pelo tsunami de saudade
Amparado com o coração cheio de vontade
De ver florescer minha cidade
Tal qual ypê amarelo
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