Hoje meu trabalho foi em um asilo. Depois de ver algumas coisas por lá, fiquei bem reflexivo e quis vir aqui compartilhar.
Esse papo de asilo parece coisa de velho :) e, de fato, é. Contudo, todo mundo que não “ficar pelo caminho” um dia vai chegar lá. Eu quero ser um desses!
Mas eu não quero chegar de qualquer jeito, então procuro me espelhar nos mais velhos que já estão nessa fase da vida com o padrão de vida e de saúde que eu gostaria de ter.
Esse asilo em que eu estive hoje é bem simples, comparado aos asilos de alto padrão aqui nos EUA. Devia ter uns 30 quartos, a construção era bem antiga e eu não vi muita alegria lá dentro.
Meu trabalho lá era passar fibra ótica até o IT Room (sala onde ficam os cabos de telefone e internet). Quase sempre que eu chego nesses lugares, tem sempre uma “coroa” sorrindo pra mim — acho que está pensando em me adotar! Brincadeira.
Então eu precisei ir até o salão de refeições para ver o caminho por onde a fibra ia passar, e eles estavam todos lá. Alguns sorrindo, outros tristes; uns conversando, outros calados. Muitos usando andador ou cadeira de rodas.
No momento em que eu cheguei na sala, uma senhora começou a se engasgar com a comida. Eu só ouvia a voz dela, como se estivesse sem ar. Imediatamente veio um enfermeiro que fez o procedimento para desengasgar. Ele conseguiu, e deu tudo certo.
Quando saí, me lembrei de outros asilos em que já trabalhei aqui, asilos mais chiques: tudo novo, sala de jogos, salão para exercícios e fisioterapia. Uma multidão de enfermeiros, quase um para cada idoso. Parecia um hotel de luxo.
Mas depois eu lembrei de clientes da minha esposa que também são idosas — todas já passaram dos 70 — mas conseguem ter uma vida independente. Têm sua casa, cuidam bem dela, têm seu carro, dirigem para todo lugar. Se arrumam, encontram as amigas etc. E nem querem saber de filhos por perto, muito menos de morar com eles. A maioria delas mandou os filhos para fora de casa quando terminaram o high school e foram para o college.
Daí vem a minha reflexão, que eu queria trazer aqui em forma de pergunta — e que é tudo o que o @mauro fala:
1) Onde queremos estar depois dos 70? Na nossa casa, na casa dos nossos filhos ou em um asilo?
2) Como queremos estar financeiramente? Dependendo da aposentadoria do onrevoG, dependendo dos filhos ou com independência financeira?
3) Como queremos estar fisicamente? Andando de cadeira de rodas, de andador ou dirigindo o próprio carro, caminhando e encontrando os amigos?
Galera, esse papo parece até deprê. Desculpe se passou essa idéia, mas se liga aí: é a sua vida. E todas as escolhas que a gente faz hoje vão refletir na nossa vida e na nossa família amanhã.
Abraço a todos!