MUITO DINHEIRO POR UM SIMPLES VASO.
A DISPUTA
O homem elegante, magro, sério, óculos com aros de outro, cabelos brancos bem cortados, voz estridente amplificada pelo sistema de som, parecia imponente em frente ao púlpito onde conduzir o leilão. Abaixo dele algumas belas assistentes observavam a platéia com duzentos lugares ocupados. À vista de todos em exposição a peça a se leiloar.
- Um milhão e duzentos mil reais, tenho um milhão e duzentos mil reais, dou-lhe uma, dou-lhe duas...atenção, vejo temos nova oferta - diz o leiloeiro - pois não, senhor, um milhão e trezentos mil reais, tenho um milhão e trezentos mil reais do senhor sentado na última fila à minha direita, plaqueta 49.
Parte da platéia virou-se para ver o novo disputante.
Marcelo Pereira Castro era um sujeito que não se pode dizer ser bonito. Magro demais, cabelos ralos e loiros, sardento, dentes empilhados. Contudo, vestia-se com extrema elegância. Terno de risco cinza, camisa branca, gravatas azul-marinho, sapatos de cromo alemão, pretos. Ao levantar o braço via-se a mão esquerda segurar a plaqueta número 49 ao mesmo tempo que a platéia apreciou em seu pulso um belo Piaget, fundo de safira.
Aos 50 anos, viúvo, dois filhos educados e com vida própria, Marcelo sentia-se só. Nunca frequentara os leilões, pois seu passatempo eram os filmes que os via por todos os meios possíveis. Mas este leilão era uma missão.
- Nova oferta? Alguém dará uma nova oferta por este magnífico vaso florentino?
O grande leiloeiro carioca, Ferndinando, fã incondicional do mestre dos mestres em leilões, Joaquim Alfredo da Cunha e Laje, que viveu no início do século passado. Joaquim sabia despertar o interesse dos presentes. Fazia seu trabalho com grande competência, por isto, colecionadores, bancos e comerciantes de artes entregavam aos seus cuidados as suas obras de artes para comercialização. Difícil alguém conseguir melhores preços.
Ferdinando tinha concorrente, o grande carioca Ernani, leiloeiros amigos só na intimidade, porém, para o público externo ambos propagavam inimizade eterna.
Leiloeiros competentes são especialistas na arte de perceber o ápice do impulso dos compradores. Exploravam esta magia do momento quando da entrada de novo competidor. A técnica era a mesma, desapercebida aos leigos. Relembravam o que originava uma obra de arte. Isto atiçava ainda mais os impulsos de quem quase fez a compra, anteriormente. Agora, os competidores antigos ficavam na berlinda dele, não os encararia mais, isto os distanciava do sentimento de posse, de transformar o sonho em desejo, o desejo de posse daquela bela obra de arte.
A PINTURA
- Este lindo vaso florentino de porcelana com pintura a óleo de mulher nua, obra concebida pelo grande mestre Verrocchio, mentor do maior de todos os artistas: Leonardo da Vinci.
Dito isto, a reação foi imediata.
- Ótimo, nova oferta! Plaqueta 23, um milhão e quatrocentos mil reais! Dou-lhe uma...dou-lhe... - uma das primeiras presentes a apregoar retornou à disputa.
Marcelo tinha que tomar a decisão do seu novo lance. Isto feito em apenas milésimos de segundos. Rememorou o motivo de estar ali e a importância de arrematar aquela bela obra de arte.
Horas antes em São Paulo, no belo salão dos operadores da sede do banco que trabalhava, chamara-o o presidente do Banco IHS - Banco de Investimentos Hemisfério Sul, o Sr Benedito Mendes.
Marcelo trabalhava no Banco de Investimentos Hemisfério Sul há oito anos. Queria ficar lá por toda a vida, antes preparou-se para o aceitarem, agora, o segredo era manter-se humilde até que seu sonho se realizasse, o de se tornar sócio do banco.
A instituição seguia com rigidez os preceitos da meritocracia. Sr Benedito Mendes segurava os melhores, àqueles que identificava como seguidores do seu lema: "sorte é conhecimento mais paciência. Alie sua sorte com a capacidade de se posicionar bem perante os negócios, obtenha o máximo de informações para que possa propor com arrojo a nossa participação e feche o negócio, pois somos os melhores e devemos permanecer assim".
Quando entrou na sala do Sr Benedito Mendes este falava ao telefone e lhe fez o gesto para que se sentasse. Dois minutos depois desligou o telefone e foi direto ao assunto.
- Marcelo, você nestes dois últimos anos buscou e plantou muitos negócios, marcou alguns tentos, proporcionou belas vitórias ao banco. Agora chegou sua hora. Digo com certeza que você é o nosso melhor garçom, sabe passar a bola para que façamos belos gols de placa.
- Obrigado, Sr Benedito - Marcelo sentia-se orgulhoso de si mesmo. E era verdade. Conhecia suas limitações, então, preparava bem a bola e a repassava alguns aos seus colegas mais capacitados. Também tinha seu lema: "o importante era não perder os bons negócios, o mérito pode demorar, mas quando os ganhos transbordam sempre sobrará alguma coisa boa".
- Meu caro - o Senhor Benedito abriu um sorriso - considere-se meu sócio, doravante. Os procedimentos você conhece, procure a Senhora Magali amanhã. Continue assim, não mude seu estilo, do modo que age faz de você o melhor na sua posição deste jogo que não perdoa os perdedores. Reconhecemos seus feitos e não ficamos só nas palavras. Aqui está seu bônus extra.
Sr Benedito esticou sua mão para cumprimentá-lo. Com a outra entregou um papelote onde se lia um número de oito dígitos: "R$ 10.000.000".
- Obrigado, Sr Benedito, continuarei meu trabalho - disse Marcelo com a postura e a entonação que seu presidente gostava de ouvir: nada de emoções na voz quando o tema é o dinheiro.
- De nada, Marcelo. Você fez por merecer. Desculpe-me, há um cliente que veio de Paris, um grande marchand, preciso ir. Aliás, este negócio você que nos trouxe, não é?
- Se fala daquele lote de obras de arte recuperadas do fundo do oceano, sim, fui eu.
- Pode me dizer como descobriu isto?
- Por acaso, Senhor Benedito. Estive com minha família em Parati, conheci um historiador que, também, era praticante de pesca submarina. Contou-me dos tesouros dos fundos dos mares que se perderam nos navios naufragados.
- Hoje venderemos uma das peças. É um teste. Esperamos um bom dinheiro. Pagamos por ela R$100 mil reais. Cinco, seis vezes já estará de bom tamanho. Vamos ver. Bom, Marcelo, tenho que ir, sempre que precisar, procure-me.
O RESORT
Despediram-se. Marcelo voltou para sua estação de trabalho e guardou o papelote na sua pasta. Abriu a agenda, ligou para seu cliente que o procurara alguns meses antes com a intenção de construir um grande resort no Ceará.
O cliente lhe apresentara o seu resort. Um negócio ao banco que o recusou porque não era o foco da instituição. Mas Marcelo era teimoso, estudou profundamente o conceito daquele resort e para si mesmo o negócio era muito bom, apenas que daria um pouco de mais trabalho convencer seus colegas Desculpou-se com seu cliente, pediu que aguardasse o desenrolar das tratativas, transferiu para nova data. Pegou seu paletó e seguiu em direção aos elevadores. Pelo telefone ligou a um dos seus parceiros.
- Meu caro, tudo corre melhor que eu imaginava. Irei ao leilão à noite, no Rio de Janeiro. Preciso que vá a Paris no próximo voo. E tenho uma notícia para você. Considere-se um pouco mais rico, em uma semana terá um milhão de reais em sua conta - escutou agradecimentos e disse - você merece, meu caro.
A sala de leilão animou-se.
- Dois milhões! O leiloeiro Ferdinand exultava porque o cliente esperava vender pela metade deste preço que já tinha o comprador.
- Doravante, os lances serão de duzentos em duzentos mil, senhoras e senhores. Alguém mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... - parou de repente para bradar - Vejo a plaqueta número 23 levantada. Dois milhões e duzentos mil. Eu tenho dois milhões e duzentos, senhoras e senhores. Algum novo lance, porque se não há mais eu dou-lhe uma, dou-lhe duas.
Marcelo levantou a sua plaqueta de número 49. E fez sina com a outra mão, três dedos levantados. Ofertou três milhões de reais.
- Senhoras e senhores - disse com sorriso entre os dentes - agora eu tenho por este magnífico vaso renascentista três milhões de reais.
A platéia se manifestou. Conversavam em voz mais alta, animados. O leiloeiro quase que gritava.
- Atenção, por favor, atenção. Eu tenho três milhões de reais! Alguém mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas....dou-lhe três!
Os presentes ouviram o soar do toque seco do martelo.
- Vendido ao senhor da plaqueta 49. Muito obrigado, o senhor realizou excelente compra. E com esta magnífica venda encerro os nossos trabalhos de hoje, agradeço a presença de todos e os aguardo em poucas semanas quando teremos outras espetaculares obras de artes em oferta. Boa noite.
Marcelo conseguiu vencer. Permaneceu alguns minutos em pé frente ao seu lugar, muitos dos presentes se aproximavam para cumprimentá-lo, até o próprio leiloeiro o cumprimentou, o que era raro. Uma das presentes deu-lhe os parabéns. Era uma bela adversária, a dona da plaqueta número 23.
Mulher de meia idade, loira, olhos verdes, elegante num terninho branco. Brincos, colar, anel e pulseira incrustadas com pequenas esmeraldas.
- Fez bela compra - disse ela.
- Obrigado, Sra...
- Srta Mônica Trindade Saldanha. Prazer em conhecê-lo, apesar do incômodo que me causará.
- Incômodo? - Marcelo ficou curioso.
- Sou proprietária de um antiquário em Copacabana, na Barata Ribeiro. Procurou-me, recentemente, um cliente hoteleiro que me autorizou a adquirir este vaso. Infelizmente, o senhor ultrapassou o meu limite máximo de oferta, acontece.
Marcelo ficou quieto.
- Srta Mônica, o vaso não está à venda - informou-a.
- Esperava que me dissesse isto, mesmo que não perguntasse - ela sorriu enquanto se desviava do magricelo e seguia em direção da porta.
Ele permaneceu parado, olhou o salão do leilão, agora, vazio. Virou-se e a viu descer as escadas, foi atrás.
O NEGÓCIO EM PARIS
Em Paris o parceiro do Marcelo hospedou-se no Hotel Dalma, frente ao túnel que morreu a Princesa Diana. Gostava do lugar, ali se hospedavam as modelos que aguardavam as seleções para desfilarem às grandes griffes. Não esperava conquistá-las, Fonseca já passava dos 70 anos. Viúvo, não tão ativo, o que gostava era da companhia das belas mulheres durante o café da manhã. Sempre que vinha a Paris este era o seu ponto de prazer.
Fonseca ligou sua câmera escondida na haste do óculos. Logo chegaram os dois homens de origem portuguesa que marcara o encontro. Ambos eram baixos, pouco acima do peso, usavam jaquetas chinesas, modelos baratos, calça de lã. Naquele salão de café com calefação, provavelmente, suavam dentro das roupas. Um tinha a cabeça toda branca, barba branca, também. O outro seus cabelos eram escuros, um pouco curvado. Ambos com grossas e calejadas mãos de trabalhadores braçais. Com certeza, estes portugueses não eram do ramos do comércio de obras de artes.
- Bom dia, senhores. Querem me acompanhar no café? - essa era a primeira refeição do Fonseca desde que chegara na manhã anterior na capital francesa - ultimamente, perdera o apetite.
Os dois homens, visivelmente, nervosos, declinaram. Esperaram o Fonseca tomar seu desjejum, apreciaram as belas moças que chegavam dos seus quartos com vestidinhos meio que transparentes, e ao se encontrarem com outras amigas, riam da vida.
Meia hora admirando o ambiente iniciaram o negócio. Fonseca foi quem puxou a conversa.
- Senhores, meu cliente oferece quinhentos mil euros. Sua oferta inicial esta fora da realidade.
Os homens se entreolharam. Fonseca os enquadrava bem com a câmera, fora bem instruído. Era necessário que toda a transação fosse bem documentada.
- Senhor Fonseca, nós já dissemos ao Senhor Marcelo que nosso cliente somente aceitará um milhão de euros pelo vaso, nenhum centavo a menos.
- Infelizmente, não tenho condições de aumentar minha oferta. Agradeço a vinda a esse encontro, frusta-me não fazermos negócio, nós três perderemos uma boa comissão.
A simples lembrança da perda da comissão já os fez tremer nas poltronas. Sabiam que dificilmente encontrariam comprador na Europa para aquela peça. A crise os alcançara, também. Os homens pediram licença, levantaram-se e confabularam, em seguida um deles apanhou seu celular, falou com alguém, trocaram algumas palavras e retornaram aos seus lugares.
- Senhor Fonseca, como um sinal de nossa boa vontade, aceitaremos a quantia de oitocentos mil euros - diz o de barba branca.
- Impossível. Chegamos ao nosso preço máximo na semana passada. Mas ligarei ao meu superior. Por favor, peço alguns minutos - retrucou o Fonseca.
Fonseca se levantou, apanhou seu celular e ligou ao Marcelo que da sua casa via toda a negociação.
- Fonseca, muito bem. Enrole um pouco, pechinche a comissão deles e feche nestes oitocentos mil euros, já está muito bom.
- Calma, Marcelo, acho que conseguirei seiscentos mil.
E assim foi. Uma hora de negociação e Fonseca fechou a compra da obra de arte por seiscentos mil euros.
Cinco dias depois, em São Paulo, Marcelo apreciava dois vasos. Um deles arrematado no leilão, pintura duma mulher nua. O outro era um belo rapaz, igualmente, nu. E com as características da pintura de Leonardo, genitálias sem pelos.
- Muito bom, Fonseca.
- Obrigado, Marcelo. Ah, obrigado também pelo dinheiro, precisava. Esse meu câncer levou todo o meu dinheiro.
- Continue com o tratamento, sabe que terá toda a minha ajuda naquilo que eu puder fazer, não é?
- Sei disso, meu amigo, sei disso - Fonseca sorriu, despediu-se e foi embora.
Marcelo guardou os vasos no cofre, pegou as fotos que Fonseca bateu, mais a gravação da negociação e o parecer de importante perito de arte do Louvre, especialista em obras de Leonardo da Vinci.
- Senhor Benedito, precisava de alguns minutos - disse Marcelo que interfonou diretamente ao presidente. Ele se permitia a isto, mas que ninguém ousasse fazê-lo perder tempo.
- Como vai, Marcelo? Alguma nova oportunidade - foi direto o presidente que não tirava os olhos do pregão.
- Sim, Sr Benedito, é sobre um hotel que proponho construirmos em Parati.
- Hotel em Parati? Não, Marcelo, acho que não gostamos de hotéis.
- Gostaria de lhe mostrar uma foto, é daquele vaso que estava entre as peças do lote que fizemos a venda no leilão.
- Ah, sei, soube que você o arrematou. Não precisava fazer isto.
- Como assim, presidente?
- Você o fez na noite a nossa reunião que lhe concedi um bônus extra. Então, supomos por aqui que comprou a peça do banco por gratidão a nós. Quando soube meu sentimento foi contraditório, meu caro. Por um lado não gosto de ninguém que rasgue dinheiro. Por outro lado, essa premissa deixa de existir para mim quando o dinheiro reverte para aumentar nossos lucros. Coloque o vaso num bom lugar e faça o seguro conosco, Marcelo.
- Faria, mas acredito que nossa empresa precisará dum consórcio para assegurá-lo. Além de que temos que tenho que o informar de onde colocaremos os vasos.
- Consórcio? Diz resseguro? Por que? Descobriu alguma coisa? - Senhor Benedito conseguia ir direto ao ponto.
- Sim, senhor. Tenho os laudos de importantes peritos. Todos concluem que a pintura foi realizada não por Verrocchio, mas sim por Leonardo da Vinci.
- Por que acredita que este vaso é obra de Leonardo?
- Senhor Benedito, o jovem Leonardo, por volta do ano de 1469, aos 17 anos, colaborou na pintura de duas obras de artes. Há escritos do mestre Verrochio que revela que ele admirava as faces que Leonardo criava, escreveu sobre isto quando contou que decidira deixar as pinturas por se sentir incapaz de realizá-las ao nível de seu pupilo. Conta que isto aconteceu enquanto apreciava a pintura de uma mulher e de um homem que Leonardo pintou em um par de vasos.
Senhor Benedito pensou sobre o assunto.
- Então, você só terá sua teoria comprovada quando encontrar o outro vaso, certo?
Marcelo abriu a pasta, retirou as fotos dos dois vasos e os laudos.
Senhor Benedito ficou estupefato.
- Marcelo, você tem ideia de quanto estes vasos valem, agora. Aonde encontrou o outro vaso?
- Comprei de dois portugueses que o tinham na sede de sua fazenda. Estes vasos eram relatados no diário de bordo que o capitão escreveu e se salvou do naufrágio e encontra-se no museu de Parati. Descreve que um passageiro trouxe um dos vasos de porcelana que comprara no ateliê do Verrocchio. Trouxera um e o outro ficou na casa grande da família.
- Interessante descoberta, Marcelo. Vcê tem ideia de quanto valem estes dois vasos, agora?
- Sim, senhor, tenho uma oferta firme de um empresário do Dubai. A oferta inicial é de U$50 milhões.
- Nossa, Marcelo, é um bom preço. U$25 milhões por cada vaso é, realmente, um bom preço.
- Por cada vaso, não, Senhor Benedito. U$50 milhões é para cada um deles. Mas recusei a proposta, preciso conversar com o senhor. Há uma problema de ética.
- Como assim?
- Eu sabia da existência do outro vaso, com pintura masculina, antes do leilão. Então, teoricamente, teria que avisar ao banco. Agora, preciso de sua orientação. O que devo fazer? Vender os vasos ou apostar do nosso próximo ramo de negócios, os Resorts temáticos.
- Qual seria um bom preço pelos vasos?
- Acho que poderemos vendê-los por U$120 milhões.
- Os dois, é claro.
- Não, senhor, cada um deles. Os chineses serão nossos clientes "nuvem de fumaça", Isto deixará outros interessados ainda mais sedentos pelos vasos. Entretanto, há um negócio melhor, senhor Benedito.
- Melhor ainda? Conte-me.
- Poderemos entrar com os vasos na sociedade do hotel de um empresário que nos procurou. Com essas legítimas peças ele atrairá cidadãos do mundo inteiro. Calculamos que poderemos ficar com a metade do empreendimento.
- Que montará em...
- Retorno em 4 anos, 25% ao ano. Afora, a valoração das duas peças.
- Muito bem, Marcelo. Estou contente com este lucro.
- Já esperava essa sua atitude, senhor. Quanto ao hotel, será em Camocim, senhor.
- Camocim!
- Sim, um resort temático com grande homenagem ao Leonardo da Vinci.
Duas semanas depois Marcelo comunicou ao empresário que o Banco Investimentos no Hemisfério Sul seria seu sócio no empreendimento, entraria com o par de vasos. O empresário quase teve um troço, não pelo dinheiro, tinha demais, mas pelas peças únicas e originais, garantia de ocupação.