Um investidor acumulou, por muitos anos, metade de seu patrimônio em apenas uma empresa. Como essa empresa foi um destaque na economia, ele foi, entre seus amigos, o que mais ganhou dinheiro. Com o valor dos dividendos, trocou de carro várias vezes (diga-se de passagem, todos novos e importados) e fazendo viagens semestrais ao exterior, tornando-se destaque, referência absoluta, entre aqueles que o conheciam.
Até que um dia, por motivos macroeconômicos absolutamente naturais, mas imprevisíveis (crise), essa mesma empresa começou a perder o ímpeto. Com a queda das cotações, o investidor, que confiava na empresa, continuou a injetar o seu suado dinheiro naquela empresa, fazendo preço médio e sempre mantendo a devida proporção de seu patrimônio (50%), chegando a vender outros ativos para comprar essa empresa, pois sabia que, como sempre havia acontecido, a empresa estava uma "barganha," e com certeza, iria surpreender. Ele não podia estar errado.
Com o passar do tempo, para a surpresa dele, a empresa não quebrou, por ser um grande oligopólio, mas esse investidor, que manteve seu investimento sem tê-lo alterado, como seria prudente, perdeu quase metade de todo o seu capital, amealhado por muitos anos de dedicação ao trabalho.
Conclusão, quem não diversifica, pode até a ganhar mais, mas só vai descobrir se valeu a pena ou não na hora da crise.
"A crise é um mecanismo eficiente para transferir dinheiro das mãos dos fracos para as mãos dos fortes."
Hoje, esse investidor que antes sorria com os frutos de sua "estratégia" em não diversificar, chora o leite derramado - por ter se aposentado, não consegui manter o mesmo padrão de vida que levara antes, por ter perdido com a falta de diversificação em sua carteira. Ah, ele teve de vender o carro importado! Viagens internacionais? Nem pensar! Vai a praias brasileiras, no máximo, e se for alugar um apartamento, tem de chamar algum amigo para "rachar" as despesas.