Praxeologia e ação humana
comentada em 14/09/2014 18:00

Terapêuta, Não sei de onde vc pegou isso, mas está errado. Vamos aos pontos: Praxeologia: ciência que estuda a ação humana. O vídeo é apenas a definição deste conceito. Introdução. von Mises, um dos principais economistas da escola austríaca NUNCA disse que as mentes humanas funcionam iguais. O que ele fala é o oposto disso. Simplesmente diz que, quando age voluntariamente, o ser humano busca um estado de menor desconforto. Até um masoquista quando se agride está obtendo prazer com isso, caso contrário não o faria espontaneamente. O axioma da escola austríaca é o seguinte: o ser humano, diferente dos animais, é capaz de agir visam passar para um estado de maior conforto. A hierarquia de valores é absolutamente pessoal e por isso impossível de ser planificada ou calculada por outra pessoa. O penúltimo ponto é que wikipedia provavelmente é a pior fonte de conhecimento para quem quer estuda a escola austríaca. Caso se interesse por praxeologia, sugiro ler os primeiros capítulo da Ação humana, um tratado de economia, de Ludvig von Mises. O último ponto é que o objetivo desse grupo que criei não é convencer ninguém de que a escola austríaca é pior ou melhor que outra, mas estudá-la e debater fatos econômicos segundo seus conceitos.

Típico do brasileiro achar que pode, primeiro, entender toda uma teoria com base no wikipedia e, segundo, definir de pronto - com base em informações duvidosas e pressupostos subjetivos - todo seu conceito sobre o assunto como verdade última. Dizer que algo é simplista não define nada sobre esse "algo", tampouco é digno de se caracterizar como crítica. Aliás, diga-se de passagem, o raciocínio simplista é próprio de quem ignora a complexidade da ação humana e pretende reger milhões de pessoas.

Daniel, É exatamente esse o ponto. Pelo fato das atitudes humanas serem complexas e ao mesmo tempo únicas (individuais) e portanto subjetivas é que é absolutamente impossível equacionar a economia e muito menos permitir um planejamento central. As trocas somente serão perfeitas se forem espontâneas e livres entre os indivíduos. Isso é a essência da escola austríaca. Mas temos muito o que estudar sobre isso, até pq existem pequenas divergências entre os autores da escola. Obviamente não será nenhuma wikipedia que vai responder nossos questionamentos.

Quando um indivíduo age de forma espontânea (agir pode ser deixar de fazer algo, p ex) e voluntária, ele inferiu que, tomando aquela atitude, ele estaria sendo mais feliz do que se não a tivesse tomado. Concorda ou discorda?

"Pelo fato das atitudes humanas serem complexas e ao mesmo tempo únicas (individuais) e portanto subjetivas é que é absolutamente impossível equacionar a economia e muito menos permitir um planejamento central. " Discordo absolutamente disso O que tem mais na ação humana,principalmente em se tratando do coletivo e das multidões,é previsibilidade O homem é um ser gregário e tende a agir em rebanho...é o que se chama,no ramo da economia e das finanças,de "efeito manada" Existe até o que se chama de "psicologia das multidões",que trata desse comportamento padrão e repetitivo observado no coletivo É quase tudo muito previsível e repetitivo na economia,as bolhas,os crahs,etc São espetáculos que se repetem,são variações do mesmo roteiro de um drama,com algumas adaptações,assim demonstra a História Se a escola austríaca se embasa nisso aí,já começou errado desde o princípio

Pessoal, aqui é pra discutir praxeologia. Não é pra discutir se concorda ou discorda da escola austríaca. Respeito a opinião de cada um, mas neste grupo os objetivos são claros. Obrigado.

"Se a escola austríaca se embasa nisso aí, já começou errado desde o princípio"... Antes de falar isso você precisa estudar sobre o que se comenta, senão volta a cair no erro dos ignorantes (não deixa de seguir a manada intelectualmente falando...). Se você acha que o ser humano é previsível não irá encontrar qualquer escola de economia que apoie sua afirmativa. Até mesmo os econometristas tentam "mensurar a imprevisibilidade" por meio de equações que ninguém pode entender. No entanto, não há dúvidas de que efeitos econômicos podem ser previstos - e é justamente nisso que reside a Teoria dos Ciclos Econômicos ventilada pela Escola Austríaca. E não é disso que se trata a praxeologia.

Além disso, as distorções geradas por intervenções governamentais são o que reforçam a importância dos investimentos de longo prazo (independente das oscilações momentâneas). O que a manada faz é justamente buscar seu "conforto" tentando "prever" como o preço irá se comportar, portanto, o fato de uma imensa quantidade de pessoas errar na forma como analisam os investimentos - já que o previsível é o imprevisível timing dos trades - não quer dizer que é possível controlar e planejar a economia de forma centralizada, isto é, há uma grande diferença nas relações de livre disponibilidade e nas relações decorrentes do intervencionismo. As livres erram e são imediatamente puníveis para quem erra, o intervencionismo faz com que haja mercados paralelos e outros efeitos indesejados de longo prazo, sem que haja punição do interventor.

Apenas para resumir e deixar mais claro, o investimento em longo prazo é justamente pressuposto praxeológico. Ora, eu sei que é impossível prever quando haverá demanda por um ativo, por isso prefiro investir em empresas sólidas e que apresentem lucros do que tentar adivinhar alterações de demanda (e preços). A maioria perde, pois sabemos praxeologicamente que buscam dinheiro fácil tentando prever o imprevisível.

O ser humano,individualmente falando,é imprevisível O coletivo,foi o que eu escrevi,tem uma maior previsibilidade,pois um homem é um ser gregário,tende a seguir o rebanho,e numa coletividade muitas vezes ele suprime aspectos de sua individualidade e age e pensa conforme a coletividade da qual faz parte

Então, sendo assim é possível prever como estará a demanda por um ativo em 6 meses? O que vc está dizendo é exatamente o proposto praxeológico. As pessoas agem como bem entendem, mas o fato delas errarem não muda o fato de que o timing dessa manifestação - independente de ser erronea ou certa - é imprevisível! Não há juízo de valor sobre a plausibilidade de decisões ou negação de efeito manada, há imprevisibilidade quanto ao tempo, extensão, qualidade e especificidade da ação!