Olá, pessoal.
Esse é um assunto que está altamente ligado com nossa caminhada rumo à independência financeira: qual percentual de sua renda anual você destina para seus investimentos e formação de patrimônio?
Considero para essa discussão a renda anual, pois muitos de nós temos sazonalidade em nossos negócios, ou mesmo incidência de bônus em determinados períodos que acabam por dificultar uma análise de aportes mensais, que é bem variável. A análise anual se torna mais eficaz nesse aspecto.
Muito se fala em percentuais. Alguns dizem que investir 10% é o suficiente, já outros dizem que não se atinge a independência financeira sem investir, ao menos, 20% da renda anual. Particularmente, gosto de pensar o inverso: em vez de partir de um percentual como meta, analiso meu padrão de vida e vejo se estou vivendo de acordo com minhas possibilidades para ser feliz E acumular de forma consistente o patrimônio de minha família.
Para tal, você precisa ter controle de suas finanças. Saber o quanto você destina para cada linha de gasto, e identificar se aquilo faz sentido ou não. Eu sou muito metódico em relação às minhas finanças e sei, linha por linha, qual é o meu percentual de gasto em cada item. Obviamente eu sou um caso extremo e não estou aqui recomendando que você gaste muito tempo em análises de orçamento pessoal, mas que pelo menos tenha noção dos grandes gastos e a perspicácia de alocar sua renda nas coisas certas.
Minha filosofia é: uma vez estabelecido um padrão de vida que o faça feliz, mantenha-se nele, e tudo o que vier de dinheiro extra daqui pra frente, não o aumente. Em vez disso, invista mais. Aí está o pulo do gato, pois em vez de estabelecer uma meta de investimento insana que você não poderá cumprir, você está adaptando o seu padrão de vida primeiro para aí sim entrar no fast track de investimentos para assegurar sua independência financeira. Vamos somente combinar que seu padrão de vida tem que ser algo razoável, pois senão você nunca irá alcançá-lo e não conseguirá investir.
Eu trabalho e invisto desde 2003. No início de minha carreira, com salário de estagiário, meu investimento era muito pouco. Talvez não mais do que 5% de minha renda anual. Atualmente, cheguei num patamar que tenho o meu padrão de vida desejado e consigo investir 45% de minha renda anual. A vantagem que, a partir de agora, esse percentual só vai aumentar, pois o meu padrão de vida está estabelecido e não deixamos de fazer nada por causa de dinheiro.
Obviamente o estilo de vida de minha família não é o estilo estabelecido pela classe média-alta brasileira (altamente endividada): ostentação, carros maravilhosos, apartamentos de luxo. Nós simplesmente vivemos bem, mas te digo com certeza que o meu carro não é o mais bonito da garagem de meu prédio (longe disso rs). Nossas viagens são para destinos fantásticos/paradisíacos como qualquer pessoa/grupo faz, porém nós sabemos extamente no que estamos gastando o dinheiro: onde gastar mais e onde não gastar tanto. Compramos tudo com antecedência e sempre à vista. Em função disso, no final da viagem, nunca somos pegos de surpresa com gastos extras não previstos.
Entendo que nossa sociedade é completamente envolta à motivação apelativa de "ter" e "ostentar", e que muitas vezes é quase impossível controlar a vontade de trocar de carro ou mudar para aquele bairro chique. Porém, vou mandar a real para vocês: NO ONE CARES.
Chegou com carrão novo na garagem? NO ONE CARES.
Mudou pro bairro chique? NO ONE CARES.
Comprou aquele laptop top de linha por 3000 reais a mais do que o laptop da segunda geração que funciona da mesma forma? NO ONE CARES.
No final do dia, a única pessoa que liga somos nós mesmos, e isso só me leva a pensar na verdade nua e crua daquele pensamento: "nessa vida, nós travamos uma batalha constante, única e exclusivamente com nós mesmos".
E eu escolhi ser meu aliado.
Abraços,