quem não viveu isto, acha até hoje que é ficção...
eu estava entrando no mercado de trabalho, tinha 17 anos...
putz....
Na véspera do anúncio do Plano Collor, supermercados do Rio remarcaram os preços dos seus produtos até de madrugada. Na época, o país estava mergulhado na hiperinflação: em março, o índice de preços chegou a 82%. O valor dos produtos quase dobrava de um mês para o outro. Em segredo, a equipe econômica se reuniu na Academia de Tênis, um resort à beira do Lago Paranoá, em Brasília, para concluir às pressas as 22 medidas provisórias que seriam anunciadas, de forma atabalhoada, no dia 16 de março. O programa de Collor decretou ainda novo controle de preços, inicialmente por 45 dias, e de salários, além do aumento das tarifas de energia elétrica, telefone e transportes urbanos, apesar do congelamento. Na reforma do Estado, o plano também extinguia estatais, entre elas a Portobrás, a Siderbrás, a EBTU e a Embrafilme.
Em paralelo a uma drástica redução do consumo, o pacote determinava ainda um forte ajuste fiscal, com aumento da tributação, fim de incentivos e subsídios, além do corte de cerca de cem mil servidores públicos. O chamado Plano Brasil Novo, elaborado pela equipe do “caçador de marajás” de Alagoas, mergulhou o país numa recessão histórica. Em 1990, a economia brasileira apresentou contração de 4,3%, a maior no pós-guerra, igualando-se à de 1981. E a inflação alcançou incríveis 1.620% no acumulado dos 12 meses. No ano seguinte recuou para 472%, voltando a passar dos 1.000% em 1992, para atingir inimagináveis 2.477% em 1993, ano anterior ao lançamento do Plano Real, responsável por finalmente estabilizar a moeda brasileira.
Fonte: o Globo
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