- Segundo relatório do BTG Pactual, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) valem zero; não deveriam custar nem um centavo.
"Dado o cenário atual de preço do petróleo e apesar do “quase” monopólio do negócio de refino no Brasil, chegamos a conclusão que o equity da Petrobras vale zero", diz o banco.
Segundo os analistas Antônio Junqueira, Eduardo Rosman, Gustavo Lobo, Júlia Ozenda e Andrés Cardona, como a privatização não parece um caminho provável de ser seguido pela empresa, as outras opções acabam sendo bastante difíceis. Muitos investidores acreditam que a saída será uma capitalização e/ou a conversão da dívida em ações.
Neste caso, a dívida da empresa com bancos públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), seria convertida em equity.
"A primeira pergunta que surge é se a tal conversão respeitaria as exigências de capital dos bancos. Considerando tais regras, concluímos que sim para BB e Caixa, com impacto muito pequeno, sem afetar índice de Basiléia", explica o research. A exposição do BNDES à petroleira, por outro lado, já está acima dos limites regulatórios, mas o banco se beneficiaria de waivers que possibilitariam que ele também fizesse uma conversão completa.
Já do lado da Petrobras, a exposição destes três bancos é de R$ 87 bilhões e se a conversão fosse aprovada em Assembleia Geral com investidores e todos eles decidissem participar do aumento de capital, a alavancagem da empresa cairia para 3,4 vezes na proporção dívida líquida sobre Ebitda (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações, na sigla em inglês), o que aliviaria, mas não resolveria a situação.
Se essa conversão ocorrer, de acordo com o banco, será tudo o que acionistas não querem e detentores de títulos esperam com todas as forças. "Se uma conversão de dívida em ações de R$ 87 bilhões ocorrer, provavelmente machucaria consideravelmente os acionistas."