Amigos,
Meus familiares tem passado por situações interessantes que ilustram bem nossas conversas aqui e ensinamentos do Bastter, principalmente a questão de que "nada é garantido e que tudo pode acontecer".
Coisas inesperadas acontecem e essa ideia de um dia parar de trabalhar ou de viver exclusivamente de renda, na minha opinião, está cada vez mais distante da realidade.
Por um simples motivo: as pessoas estão vivendo muito além do esperado.
Meus avôs (homens) morreram cedo. Os dois abaixo dos 70 anos. Um por acidente e o outro por doença.
Já as avós (mulheres), o caso é bem diferente...
Uma avó viveu até os 93 e a outra vai passar dos 100 este ano. Vejam que história interessante (é longo):
A avó mais nova nunca teve como se sustentar. Foi apoiada por meu pai e mais dois irmãos desde antes de eu nascer. Sempre morou na casa de um ou de outro. Tinha uma vida simples e como seus filhos tinham uma vida razoavelmente estável, nunca foi um "peso financeiro". Onde comem 4, comem 5.
A outra avó, que ainda está viva, que é o caso mais interessante. Ela tem uma pequena pensão do INSS e tem casa própria, mas sempre precisou da ajuda dos filhos (7 no total), para complementar a renda e ter uma vida digna. Ocorre que por estar com 100 anos, as coisas começaram a complicar há alguns anos...
Os filhos foram morrendo e hoje há somente 4 irmãos para sustentá-la financeiramente. Obviamente os 4 já são também idosos e como consequência a renda dos 4 não é mais a mesma de quando trabalhavam. Minha mãe, funcionária pública aposentada, me ligou outro dia falando que cancelou sua viagem de visita porque a passagem estava muito cara (nunca tinha visto meus pais falaram esse tipo de coisa - deixar de visitar o neto por causa de passagem cara). Perguntei se estava havendo algum problema e ela se explicou: minha avó já está ficando mal de saúde e agora precisa de um cuidador, que custa bem caro para se dividido entre os 4 irmãos. Um dos irmãos está bem doente, e também não consegue ajudar e ainda precisa de ajuda dos outros e dos filhos. O plano de saúde da minha avó (pago pela minha mãe), já está em 1.500 por mês! O plano dos meus pais já passa dos 1.500 também (dos dois).
Meus pais possuem uma boa reserva, mas isso serviu de alerta para mim. Por mais que a gente planeje o futuro, pense em renda passiva, etc, há sempre o imponderável da vida. Nossa e de nossos familiares. Haverá sempre necessidade de ajudar alguém idoso ou doente: pais, irmãos, sogros, etc. Quanto mais o ser humano vive, parece que menos preparado está para uma vida longa, em termos de saúde e em termos financeiros também.