Conta Corrente vs Poupança CD ou Money Market
comentada em 06/09/2017 17:06

Eu acho que o principal é pensar não em IR, mas na taxa de manutenção que você irá pagar mensalmente ao abrir qualquer conta corrente no exterior. Isso é algo para pensar a respeito com com cuidado. Até que ponto vale a pena incorporar um gasto fixo mensal, em dólares, ao seu orçamento? Acho que tem que avaliar a frequência com que você vai usar o dinheiro lá fora. Não sei a partir de qual frequência que vale a pena fazer isso. Ainda não iniciei meus investimentos no exterior, mas pretendo. Pelo que vi até agora, a melhor forma pra mim será manter a conta da corretora apenas (uma conta que não cobre taxa mensal, ou se cobrar que não seja muito alta), e se algum dia for utilizar, trazer de volta para o Brasil.

@aleixo05 Até onde eu entendi, no seu exemplo eu pagaria IR sobre os US$ 4,00 de rendimento. Este rendimento (4,00) você joga no carne leão (isto mesmo, mensal) e faz pela sua alicota (varia até 27,5%). A Money-market não retem o IR de lá, por este motivo você fica sujeito a tributação daqui. O mesmo ocorre com o CD, porém o valor a ser pago é somente no vencimento do CD e não mensal. Quanto ao seu comentário de “tem sentido se você for trazer o dinheiro de volta”, recomento muito cuidado com o FATCA. O Brasil está trocando informações com os EUA justamente para pegar estes casos.

Eu entendi que vc pagaria sobre o seu rendimento total em reais, o que inclui a variação cambial. Eu falo se for trazer de volta pelo que acho que seria quando vc finalizou o investimento e teria o ganho final, não estou falando em não declarar o dinheiro à Receita Federal. E vi que o imposto é de 15% para ganho de capital. Pelo menos foi o que entendi pelo blog do investidor internacional. LINK: Tributação de investimentos no exterior - Investidor Internacional Mas posso ter entendido tudo errado.

Sítio da RFB - IRPF 2015 - Declaração - Perguntão "A tributação da variação cambial (ganho de capital) nas aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira com rendimentos auferidos originariamente em reais só ocorrerá no momento da liquidação ou resgate (parcial ou total) da aplicação financeira. Sobre o valor dos juros creditados, desde que este valor seja passível de saque pelo beneficiário, incide o imposto sobre a renda sobre o ganho de capital, sendo o custo de aquisição igual a zero. Em relação a tais juros, não se aplica a isenção dos ganhos de capital decorrentes da alienação de bens de pequeno valor (valor igual ou inferior a R$ 35.000,00 " Ou seja, 15% sobre os rendimentos(mesmo os não sacados) , assim como em ganhos em resgate e conversão para reais.

@Huoya, acho que esclareceu a questão da tributação. Então o valor principal você ira pagar a variação cambial quando sacar(ou seja trazer de volta para o brasil). E o rendimento vc paga os 15% mensalmente através de DARF, correto? A questão que eu trouxe é a seguinte, se você deixar esse dinheiro numa conta não remunerada como a conta corrente (checkings account) você não paga a variação cambial quando sacar o dinheiro, pois não é considerado investimento. Seria vantajoso voce colocar em uma conta poupança dada a remuneração muito baixa da poupança e ter que pagar a variação cambial do valor principal? Qual a sua opinião Hoya? @alexdd como vc faz?

@Alixo05, 1- Sim, paga por DARF 2- Mesmo na conta corrente quando trouxer de volta você paga em relação a variação cambial, caso tenha obviamente ganho. Veja que isso vale para qualquer aplicação financeira. Espécie também tem isso só que até 5k(anual)é isento. Ao trocar o real pelo dólar você está comprando um ativo, independente onde ou a forma que você colocar se você tiver valorização vai ter que pagar ganho de capital 3- É melhor pagar 15% de um lucro mesmo que pequeno, do que não pagar nada e não render. 4- Você resolve essa questão pelo que considero principio básico do investimento no exterior. "Dinheiro no Exterior fica no Exterior". Seja o valor principal ou os juros, estes devem ficar lá durante toda a fase de acumulação.O objetivo do investimento no exterior é justamente deixar no outro país com intuito de proteger e diversificar. Quando chegar a fase de usufruir desse dinheiro, não importa mais imposto, pega e utiliza, seja aqui no Brasil ou mesmo no EUA (com uma conta em banco americano).

@Huoya, no site do link que citei ele fala que nesses casos em conta não remunerada é isento. Mas essa tributação é algo realmente complexo e desestimulante. Vou procurar com calma no site da Receita se ela especificamente sobre isso. Valeu pela resposta

@Aleixo05, Procurei no link que você postou.. "Sobre a variação cambial, se positiva, e caso o valor permaneça em conta corrente, não há incidência de imposto e essa variação deve ser colocada na declaração anual de IR em “rendimentos isentos e não tributáveis” Veja, "e caso o valor permaneça em conta corrente". Ou seja a variação cambial positiva por si só não gera imposto. Quando você pega e transforma esse dinheiro dolarizado em reais, você vai paga imposto em todas as situações. Como mostra a legislação no link que postei.

Entendido! Agradeço a explicação @Huoya Esse link da receita explica como é no caso de conta remunerada. Sítio da RFB - IRPF 2015 - Declaração - Perguntão O problema é que alem de ter que pagar todo mês o imposto sobre o rendimento da conta e o trabalho que isso vai gerar, é que começa a misturar dinheiro originário do brasil com dinheiro originário do exterior, e é uma confusão na hora de calcular o imposto sobre alguma retirada. Não que eu esteja pensando em retirar o dinheiro por agora mais o futuro a Deus pertence. Vou ficar na conta corrente por enquanto.

Foi esse link que eu postei na primeira resposta hehehe Em relação a pagar todo mês, pessoalmente não considero complicado você pode fazer o acompanhamento pelo carnê do leão ou simplesmente calcular 15% dos rendimentos e 15% da variação cambial positiva dos saques, ambos utilizando o valor do dólar divulgado pelo BC(link abaixo) e só pagar a DARF. Mas entendo evitar esse processo. Normas - RFB

@Huoya Sobre o que você mencionou acima: - Você resolve essa questão pelo que considero principio básico do investimento no exterior. "Dinheiro no Exterior fica no Exterior". Seja o valor principal ou os juros, estes devem ficar lá durante toda a fase de acumulação.O objetivo do investimento no exterior é justamente deixar no outro país com intuito de proteger e diversificar. Quando chegar a fase de usufruir desse dinheiro, não importa mais imposto, pega e utiliza, seja aqui no Brasil ou mesmo no EUA (com uma conta em banco americano). A RFB simplesmente desconsidera a apuração do imposto depois de um tempo? Se sim, em quanto tempo podemos repatriar o dinheiro ganho lá fora sem ter que pagar imposto? Imagino que se eu mantiver por 20 anos dinheiro lá fora, de forma diversificada, sem repatriar nada, e tendo vendido e comprado várias vezes lá fora, realizando lucros ou prejuízos locais, ficará impossível evidenciar qual foi o ganho financeiro da parcela entrante no Brasil, impossibilitando o cálculo do imposto. Existe alguma instrução da RFB sobre isso?

No texto quando escrevi "não importa mais imposto" não quis dizer que não tem mais e sim que não importa. A função do investimento foi feita, passado esse momento é só pegar o dinheiro pagando os impostos e utiliza-lo. Simples assim. Outra coisa vc escreveu "Imagino que se eu mantiver por 20 anos dinheiro lá fora, de forma diversificada, sem repatriar nada, e tendo vendido e comprado várias vezes lá fora, realizando lucros ou prejuízos locais..." Não tem isso, toda vez que vender e tiver lucro vai pagar aqui no Brasil, sempre(isento quando volume da movimentação não passar de 35k usd, conta remunerada não tem essa isenção). E todas compras e vendas têm que ser informadas na declaração anual. Ou seja o acompanhamento a se fazer com investimento no exterior e exatamente igual aos brasileiros, no caso de ganhos de capitais acima do volume de isenção paga a darf e compras/vendas informadas na declaração anual. Para valores maiores de 100k fora, tem um formulário do BC para preencher também. Em relação a repatriação, existe algumas medidas, as vezes temporárias, que o governo oferece(link abaixo). Mas para aqueles que declaram tudo certinho não tem necessidade alguma de se utilizar destes artifícios. Dilma sanciona Lei que permite repatriação de dinheiro mantido no exterior — Senado Federal - Portal de Notícias Dercat - Orientações Gerais — Secretaria da Receita Federal do Brasil

Mas a receita federal do país estrangeiro, onde está meus investimentos, não vai cobrar imposto lá? (no caso de não haver acordo entre a Receita estrangeira e a brasileira). Se isso acontecer e a RFB me cobrar aqui, caracteriza bitributação.

Todo meus textos nestes tópicos se refere a investimentos em países com acordo, no caso mais especificamente EUA. Para países sem acordo segue a resposta da receita: 121 - Qual é o tratamento tributário dos rendimentos recebidos do exterior quando inexistir acordo ou lei que preveja a reciprocidade? Nesse caso, os rendimentos do exterior submetem-se às disposições da legislação tributária brasileira vigente, não podendo ser compensado o valor do imposto porventura pago no país de origem. Ou seja , bitributação. Paciência

Para quem tiver interessado em saber quais países tem acordo, segue também a respostas da receita: 123 - Como tributar os rendimentos recebidos do exterior na existência de acordo internacional ou de legislação que permita a reciprocidade de tratamento? O tratamento fiscal é aquele pactuado entre o Brasil e o país contratante, com o fim de evitar a dupla tributação internacional da renda, ou o definido na legislação que permita a reciprocidade de tratamento fiscal sobre os ganhos e os impostos em ambos os países. O imposto relativo aos rendimentos informados em Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoas Físicas e do Exterior na Declaração de Ajuste Anual pago nos países relacionados a seguir pode ser compensado, desde que não sujeito à restituição ou compensação no país de origem, observados os acordos internacionais entre o Brasil e cada país. A invocação de lei estrangeira concessiva de reciprocidade deve ser comprovada pelo contribuinte. A prova de reciprocidade de tratamento é feita com cópia da lei publicada em órgão da imprensa oficial do país de origem do rendimento, traduzida por tradutor juramentado e autenticada pela representação diplomática do Brasil naquele país, ou mediante declaração desse órgão atestando a reciprocidade de tratamento tributário. Não é necessária a prova de reciprocidade para a Alemanha, o Reino Unido e os Estados Unidos da América (Consulte a pergunta 129). Os países com os quais o Brasil mantém acordo são os seguintes: África do Sul China Finlândia Japão Portugal Argentina Coreia França Luxemburgo República Eslovaca Áustria Dinamarca Hungria México República Tcheca Bélgica Equador Índia Noruega Suécia Canadá Espanha Israel Países Baixos (Holanda) Turquia Chile Filipinas Itália Peru Ucrânia (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda – RIR/1999, art. 997; Instrução Normativa SRF nº 208, de 27 de setembro de 2002, art. 16, § 1º; Parecer Normativo CST nº 250, de 15 de março de 1971; Parecer Normativo CST nº 789, de 7 de outubro de 1971; Parecer Normativo CST nº 3, de 1979; Ato Declaratório Cosit nº 31, de 10 de setembro de 1998) 129 - É compensável no Brasil o imposto pago sobre rendimentos recebidos na Alemanha, nos Estados Unidos da América e no Reino Unido? Sim. A reciprocidade de tratamento permite a compensação no Brasil do imposto pago, observado o limite de compensação. Atenção: O valor pago nos Estados Unidos da América é compensável apenas quando se tratar de imposto federal. (Ato Declaratório SRF nº 28, de 26 de abril de 2000; Ato Declaratório SRF nº 48, de 27 de junho de 2000; Ato Declaratório Interpretativo nº 16, de 22 de dezembro de 2005)

Obrigado pelas informações, Huoya

@huoya, como que ficaria o IR de uma saving account? Eu achei que deveria juntar com os dividendos do mes e declarar junto. Detalhe, o imposto foi retido na fonte, assim como acontece com dividendos.

@felipesfc

Sítio da RFB - IRPF 2015 - Declaração - Perguntão

Rendimentos de contas remuneradas devem ser consideradas ganho de capital.

A melhor forma de evitar bitributação parece ser abrir offshore, investir só por ela e quando chegar na fase de usufruir do dinheiro pegar um cartão internacional na conta dela e gastar aqui em despesas de dia-a-dia. Só precisaria repatriar via dividendos para comprar coisas grandes (um carro pra cima).

Lembrando que uma offshore corretamente declarada não é ilegal. Você vai declarar todo ano as quotas de sociedade que possui na offshore e só. Só vai precisar recolher ganho de capital se algum dia vender a offshore. E pagar IR se declarar dividendos da offshore pra si mesmo, mas mesmo assim é vantajoso pois você pode postecipar o imposto por décadas, pagar apenas o que o país no qual você investiu recolheu na fonte (e tem alguns com isenções e boas empresas listadas).

Os custos da offshore não são tão grandes, mas são recorrentes e vão pesar se o patrimônio for pequeno. Talvez mais para a fase final de acumulação valha a pena abrir ela e transferir os ativos, até por facilitar questões de sucessão.