Chat hoje, dia 25/02, às 19h
comentada em 01/03/2018 18:55

duas horas ouvindo aquele sotaque
fiquei tonto
to ate hoje me recuperando

[huhu]

imperdível, depois do chat de hoje o @Bastter não vai mais ter medo de perder a senha da carteira de bitcoin

Kkkk Bastter queria ter nascido nordestino =)

Se mantiver o nível dos primeiros, será nota 10. O de reserva de valor foi excepcional!

O que vocês acharam do chat? Ainda muito enrolado ou num tamanho bom (1h30m mais ou menos)? O conteúdo ficou claro, ficou faltando alguma coisa? Alguma sugestão de tema pra se aprofundar?

Agradeço desde já qualquer feedback =)

Muito bom mais uma vez!

Obrigado!

Eu que agradeço, @bruno7777

O de domingo agora vai falar sobre tributação de criptomoedas, gente, mas vou fazer uma revisão no começo. Alguém tem alguma dúvida com relação aos chats anteriores? Se tiver, pergunta aqui que eu respondo lá.

Primeiro, quero dizer que o chat foi novamente excelente. Não consigo acompanhar ao vivo e assisti ele na segunda-feira.

Minhas dúvidas são mais de burrice por não entender algumas coisas.


Se eu crio uma carteira própria (seja no computador ou em algum driver externo), as criptomoedas saem da exchanger?

Se saem, não corro risco da exchanger falir e perder as criptomoedas?

Também tenho dúvida quando a moeda está na minha carteira. Como faço para vendê-las ou negociá-las? Tenho que colocar de volta numa exchanger?

Acho que não entendi bem o conceito de exchanger.

exchange = corretora. É o local onde você pode encontrar compradores e vendedores de criptomoedas.

A diferença é que as corretoras de ações, por exemplo, são apenas intermediárias entre você e o ambiente de negociação (fornecido pela Bovespa). Já no caso das corretoras de criptomoedas, geralmente cada uma tem seu próprio ambiente de negociação, não existe algo unificado (ainda).

A exchange faz as seguintes funções:

1- recebe o dinheiro em reais do comprador (através de transferência bancária, como é normal em qualquer corretora), que fica depositado em uma conta da corretora em nome do cliente;
2- recebe as criptomoedas do vendedor, que ficam depositadas numa carteira da própria exchange no nome do vendedor (como se fosse uma "conta-corrente" em nome do vendedor);
3- processa as ordens de compra e de venda, mediante o pagamento de corretagem, como normal em uma corretora;
4- quando as ordens de compra e de venda coincidem, processa a transação, transferindo reais do comprador pro vendedor e transferindo criptomoedas do vendedor pro comprador.

A questão é que, após comprar as criptomoedas na exchange, essas criptomoedas não ficam numa carteira de sua propriedade. Elas ficam em uma carteira de propriedade da exchange e disponibilizada em seu nome. É como se estivessem em uma conta-corrente em seu nome na corretora. Isso traz riscos, por exemplo, se a exchange falir ou se ocorrer algum hack ou se fugirem com as criptomoedas.

A única forma de você ter o domínio absoluto de suas criptomoedas é se elas estiverem em uma carteira de sua propriedade, cuja chave privada você (e só você) saiba. Enquanto elas estiverem na exchange, você não tem as criptomoedas, mas apenas direito a essas criptomoedas e está sujeito a riscos adicionais.

Várias das maiores criptomoedas, como o Bitcoin, são construídas de tal maneira que a única forma de gastas essas criptomoedas (transferindo pra outra carteira) é de posse da chave privada. Ou seja, essas criptomoedas são imunes, por exemplo, a penhora judicial, a confisco, etc. Enquanto ninguém mais souber a chave privada, ninguém mais poderá mexer nessas criptomoedas. Por isso, a segurança de uma carteira, no fundo, se resume a não deixar que outras pessoas descubram a chave privada da carteira. E por isso também que não é uma boa prática de segurança deixar muitas criptomoedas na exchange, já que você perde essa garantia de segurança se não controlar a chave privada da carteira.

Não é burrice não, @Fabiano13

É incompetência minha que não consegui explicar os conceitos básicos que me propus a explicar. Como eu já sei do assunto, tenho o defeito de não perceber que as outras pessoas podem não saber. Minha esposa assiste meus chats e sempre me dá a opinião dela, de leiga, e ela já me reclamou disso no primeiro chat.

A única burrice aqui é minha, que deveria ter explicado tudo isso no chat. Peço perdão por isso, prometo que vou me esforçar pra ser menos demente.

Quanto à sua outra dúvida, sobre a venda.

As criptomoedas que se propõem serem moedas, como o bitcoin, são projetadas para, no futuro, serem trocadas por bens e serviços. A ideia é que voc? não precisaria vender as criptomoedas, você usaria no lugar do real, por exemplo, pra pagar por bens e serviços e receberia criptomoedas como salário ou rendimentos. Esse é o objetivo.

Atualmente, no entanto, a aceitação das criptomoedas ainda é ínfima. Por isso, para adquirir criptomoedas, o caminho quase sempre passa por comprar em locais adequados pra isso, as exchanges. Você ainda pode comprar/vender diretamente com uma pessoa que esteja disposta, como poderia fazer com qualquer bem, mas ainda é difícil achar pessoas assim por aí. A exchange é o local de encontro de pessoas dispostas a comprar e vender criptomoedas.

Por isso, quando você quiser vender essas criptomoedas que adquiriu e que transferiu pra sua carteira pessoal, teria que transferir de novo para a carteira da exchange em seu nome e, a partir daí, lançar ordem de venda.

Obrigado @oxe pela excelente resposta.

Vamos supor que uma pessoa aceita criptomoeda pela troca de um bem. Sem passar pela exchange, como faço para pagar pelo bem?

Transfiro a minha chave para ele? Ou faço pela blockchain? Neste último caso, geraria uma nova chave para ele?

@Fabiano13

Esse tipo de transação geralmente é feita transferindo a criptomoeda da sua carteira para a carteira da outra parte da transação. Nesse caso, essa outra parte precisa ter sua própria carteira com sua própria chave privada (ou pode ter uma carteira em uma exchange também, cuja chave privada esteja em poder da exchange, mas aí valem as ressalvas que escrevi acima). Essa transferência, como qualquer transferência, fica registrada na blockchain e, portanto, é auditável. O registro na blockchain serve como prova indelével e incontestável de que a transferência ocorreu.

A desvantagem desse tipo de transação é que ela necessita de internet pra ser processada, já que voc? precisa enviar a criptomoeda de uma carteira pra outra através da blockchain.

A razão de normalmente esse tipo de transferência não ocorrer através da entrega da sua chave privada é simples: a outra parte não tem garantia nenhuma de que você não copiou a chave privada. Se você tiver copiado essa chave, ela fica vulnerável, já que você poderia utilizar essa cópia para gastar a criptomoeda que teria sido transferida.

No entanto, existe um dispositivo chamado Opendime cuja proposta é permitir justamente isso. Trata-se de um dispositivo físico que contém uma carteira de bitcoins com endereço visível externamente, mas cuja chave privada fica inacessível no interior do dispositivo de tal forma que a única maneira de enxergar essa chave privada é destruindo o dispositivo. Como o endereço fica visível, você pode enviar btc para essa carteira livremente. Mas, como a chave privada fica inacessível, você só pode gastar esses btc quebrando o dispositivo para obter a chave privada.

Esse dispositivo permite que você troque fisicamente a carteira de btc por bens ou serviços. Se o dispositivo estiver íntegro, a outra parte tem a segurança de que você não tem uma cópia da chave privada (que só pode ser conhecida destruindo o dispositivo, como falei). Esse dispositivo permite que as pessoas tratem os BTC como cash físico, trocado de mão em mão.

A grande vantagem é que isso permite transações offline, sem internet.

Obrigado pelas respostas @oxe