1. Um balanço patrimonial mostra as origens do capital e as aplicações do capital. O Passivo e o Patrimônio Líquido são as origens e o Ativo são as aplicações. As origens mostram as decisões de financiamento e as aplicações mostram as decisões de investimento.
2. Existem investimentos que têm caráter permanente, e portanto devem ser financiados com capital permanente, de longo prazo. Regra geral, os investimentos de caráter permanente são o Ativo Não Circulante e a Necessidade de Capital de Giro e os financiamentos de caráter permanente são os Passivos Não Circulante e o Patrimônio Líquido.
3. O Capital de Giro será a diferença entre os financiamentos de caráter permanente e os investimentos de caráter permanente. Em regra, a Necessidade de Capital de Giro será Clientes + Estoques?—?Fornecedores. Em regra, quanto maior a diferença positiva entre o Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro, também chamada de Saldo de Tesouraria, maior a liquidez e, portanto, menor o risco financeiro do balanço.
4. O motor de geração de valor em uma empresa é o Retorno sobre o Capital Investido (ROIC). É muito arriscado a empresa ter um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) elevado com um ROIC baixo, sinal de que o retorno vem da alavancagem e não do negócio em si. No limite, em empresas desalavancadas ROIC = ROE.
5. Só há 2 formas de aumentar o ROIC sob uma mesa base de capital investido: aumentar a margem operacional e/ou aumentar o giro dos ativos. Caso a empresa tenha alternativas de investimento de ROIC maior ou igual ao atual, elá aumentará o ROIC. A combinação de aumento de margem operacional, aumento do giro dos ativos e aumento do capital investido com ROIC maior ou igual ao atual, faz da empresa uma máquina de juros compostos no longo prazo (compound machine).
6. Ser sócio minoritário de empresa é colocar o seu capital na mão dos gestores da empresa para fazer alocações corretas. Portanto, deve-se investir em empresas com um bom histórico de correta alocação de capital e com um alto nível de Governança Corporativa (alinhamento de interesses, transparência, responsabilidade corporativa, etc.).
7. Empresas ruins tem "não recorrentes" recorrentemente ruins. Empresas boas os "não recorrentes" costumam ser positivos. Apesar disso, é importante entender o que é recorrente e o que não é recorrente.
8. Entenda que cada setor e cada empresa tem a sua dinâmica própria. Não precisa investir em todos os setores nem em todas as empresas, mas sim investir naquelas que você entende minimamente como as decisões dos gestores podem influenciar no valor da empresa. A diversificação virá naturalmente.
9. De nada adianta ganhar na loteria e perder tudo logo em seguida, não sobrevive quem chega mais rápido, mas quem chega mais longe. Assim, esqueça assimetria, upside e preço-alvo; e pense em estratégia, execução e cultura corporativa.
Teria mais coisa pra colocar, mas acho que já é um bom começo.