Brasil
comentada em 25/05/2018 08:44

Não sei quando começa o "ultimamente" nessa tua observação, mas desde 2015 eu vejo bastante coisa aqui no site sobre investimento no exterior.

Da forma como vejo, esse aumento mais forte por esses meses tem mais relação com o trabalho do Huoya e dos programadores, com as parcerias com a Remessa Online, com a Drivewealth e com os quadros das stocks, do que com a crise no Brasil.

Aproveito para agradecer o Houya pelo curso no domingo. Tomei coragem e comprei minhas primeiras stocks hoje!

Interesse havia, mas não havia internet difundida como hoje. A mudança que a internet implementou no mundo foi gigantesca. Antigamente, para o pequeno investidor, a ideia de investir no exterior era uma mera miragem.

Até pouco tempo atrás (uns 10-15 anos) o mercado no exterior era visto como meio obscuro para o brasileiro, não se tinha informação fácil como atualmente e as transferências de dinheiro para o exterior ficaram bem mais fáceis também

O BB com a abertura do BB Americas ajudou bastante a desmitificar que dinheiro no exterior era sinônimo de dinheiro roubado.

Tomara que tenha alguém que possa responder. Vai ser difícil...
Fico imaginando nos anos 80, as ações ainda deveriam ser naqueles papéis que parecem diplomas universitários (a digitalização deveria ser algo recente/incipiente) e para um brasileiro investir lá ele teria um problema sério: a falta de informação - teria que viajar para lá e estudar as empresas, além de não ficar sabendo tão rapidamente sobre desdobramentos, dividendos, etc... a não ser que importasse material de informação.
Uma curiosidade - no dia em que nasci em 1982- IBM a 15,50. Hoje 144. Mas teve MUITO dividendo neste período.

Até a popularização da internet no Brazel, pessoas médias não tinham nem investimentos em bolsa aqui dentro... imagine lá fora

Na verdade são diversos fatores, mas o principal deles provavelmente é o seu interesse nessa área. Seus horizontes foram abertos. É como um cego que acaba de enxergar. 
Agora você pensa nisso constantemente. 

É igual quando você quer comprar um carro. De repente você vai ver aquele carro X na rua toda hora. O que mudou? Seu foco. 

Claro que há outros fatores. Dólar em alta. Crise no Brasil. Difusão dos meios de comunicação. Internet no celular, etc. Mas eu acredito que o seu foco é o principal deles. Sua percepção do mundo ao seu redor.

"Pro pessoal das antigas, esse interesse também apareceu na década de 80, com aquelas confusões todas de moeda?"

Eu não sou tão velho mas sei do que meus pais faziam. Todo e qualquer cruzeiro/cruzado/whatever recebido era trocado em dólar imediatamente. Só não era trocado o que ia ser gasto em mercadorias no mesmo dia. Literalmente era tudo trocado de imediato: recebeu -> casa de câmbio -> dólar. Muitos criavam revezamento, alguém ia no câmbio trocar o dinheiro de toda galera, pra poupar tempo. Na época o país era mais seguro, não tinha tanto problema fazer isso.

Pessoas normais não tinham como investir no exterior, talvez fosse até proibido, não sei. Bolsa brasileira já era algo arcano aqui no interior do Brasil. Tinha que ir na sala de ações no Banespa. Uma coisa meio seita, meio secreta, que ninguém sabe, que ninguém faz. Cheio de segredos. Tinha umas telas monocromáticas mostrando as cotações, devia ter alguma conexão, não lembro bem mas acho que não era internet ainda. E os que tinham ações na cidade se conheciam pois se topavam no Banespa. E claro que me contam que a sardinhagem imperava: as cotações em moeda estatal subiam brutalmente, na verdade era a moeda estatal caindo. Mas as pessoas tinham a "sensação de ganho". Tanto que muitas "investiam" em carro usado: compravam um carro para revender depois por mais dinheiros (dava um ganho nominal absurdo, podia ser até um carro tenbagger NOMINAL, mas óbvio que em termos REAIS normalmente era perda).

Imagino que os muito ricos, ao menos aqui no RS, levavam dinheiro para fora de alguma forma (nem que seja até o Uruguay) para investir no exterior, se fosse o caso. Mas o mais comum para as pessoas normais era dólar físico em casa mesmo. Quem não tinha conta em banco (para aplicar no "overnight") ou não comprava dólar, se ferrava (os mais pobres, basicamente).

A internet é a maior revolução da humanidade. Viabilizou o acesso fácil à informação. As limitações vão desaparecendo. Antes do real, o cara recebia o dinheiro e corria para fazer compras. O que sobrava mandava para o "overnight". Dinheiro parado virava pó. Era uma LOUCURA! A inflação é a maior perversidade do estado, pune (furta) severamente em razão inversamente proporcional ao tamanho do patrimônio.

Teve uma época nos anos 90 que foi possível comprar um carro e vender por mais caro depois. Mais caro mesmo, não desvalorização disfarçada. Acho que foi na época da URV/primeiros meses do Real.

Nos anos 80 não lembro, porque eu era muito novo.

Agora, se isso parece distante, aconselho procurarem os preços de usados de 2014/2015 em abril de 2017 e em abril de 2018 na fipe. Alguns subiram.