4 Lições de vida comentada em 07/08/2018 08:06 Assuntos Gerais JadBear em 06/08/18 16:47 comentada em 07/08/2018 08:06 Lições da história de um sujeito que pagava 66 mil dólares (~ R$ 264 mil reais) por *MÊS* de prestação de financiamento imobiliário… e da sua antítese perfeita ;-)By Guilherme on 6 de agosto de 2018 in Educação financeiraFonte: http://www.valoresreais.com/Riqueza não é o que você gasta. É o que você acumula.Eu não imaginava frase melhor para começar esse texto do que a que está estampada aí em cima.Renda alta não é sinônimo de alto patrimônio. Nunca foi. Deixe-me contar duas histórias diametralmente opostas sobre finanças pessoais. Uma tinha tudo para dar errado, mas… não deu. E outra tinha tudo para dar certo, mas… você já deve pensar o que deve ter acontecido (isso mesmo, não deu também).Antes de mais nada, registro o agradecimento ao leitor Anderson, que me enviou a matéria base para esse artigo. A história de Grace GronerVou inverter a ordem natural das coisas, e começar pela antítese: a história da norte-americana Grace Groner.Grace ficou órfã aos 12 anos. Ela nunca casou. Nunca teve filhos. Nunca dirigiu um carro. Ela passou a maior parte da vida dela morando em um apartamento de um dormitório, e durante sua vida só teve um emprego: secretária.Amigos próximos relatam que ela era uma pessoa adorável, e humilde ao mesmo tempo.Ela viveu bastante: morreu aos 100 anos de idade, em janeiro de 2010.Apesar de ter vivido uma vida simples, quando morreu ela deixou uma fortuna de 7 milhões de dólares (~ R$ 28 milhões de reais, arredondando pra cima) para a caridade. USD 7 milhões? Trabalhando como secretária, ou seja, como uma assalariada? Como assim?O que ela fez foi basicamente investir as sobras do salário no mercado de ações, reinvestir os dividendos recebidos, e deixar os juros compostos fazerem seu trabalho – durante mais de 80 anos. Dá pra imaginar o poder dos juros compostos trabalhando a seu favor durante mais de 50 anos de investimentos?Dá. Grace Groner não apenas aprendeu sobre como investir no longo prazo: ela efetivamente fez valer o longo prazo.A história de Richard FusconeSemanas depois da morte de Grace, uma outra história envolvendo finanças pessoais chegou à mídia americana. Era a história de Richard Fuscone.Richard graduou-se em Harvard e completou seus estudos na Universidade de Chicago.Ele alcançou o topo do universo corporativo ao se tornar um executivo de alto escalão do poderoso banco Merrill Lynch. Certamente ganhava seus milhões de dólares por mês de trabalho assalariado.Richard tornou-se tão bem-sucedido na indústria de investimentos que se aposentou – alcançou a tão sonhada independência financeira – aos 40 anos, para “buscar interesses pessoais e caridosos”.Mas ele torrou tudo o que tinha acumulado com empréstimos pesados e investimentos ilíquidos – e mal sucedidos.No final das contas, ele teve que declarar falência pessoal, lutando contra a execução hipotecária de duas casas, uma das quais tinha quase 2 mil metros quadrados, e que lhe tirava USD 66 mil por mês de prestação de financiamento imobiliário (!!!). Por que as finanças pessoais são um campo tão interessante?O propósito desse texto não é que você deva agir como Grace e evitar ser como Richard, mas sim realçar que não há nenhuma outra área da vida em que essas histórias sejam mesmo possíveis.Como diz brilhantemente o texto original (traduzido):“Em que outro campo alguém sem educação, sem experiência relevante, sem recursos e sem conexões supera em muito alguém com a melhor educação, as experiências mais relevantes, os melhores recursos e as melhores conexões? Nunca haverá uma história de Grace Groner realizando cirurgia cardíaca melhor do que um cardiologista treinado em Harvard. Ou construir um chip mais rápido que os engenheiros da Apple. Impensável. Mas essas histórias acontecem nos investimentos.Isso porque investir não é o estudo das finanças. É o estudo de como as pessoas se comportam com dinheiro. E o comportamento é difícil de ensinar, mesmo para pessoas realmente inteligentes. Você não pode resumir o comportamento com fórmulas para memorizar ou modelos de planilhas a serem seguidos. O comportamento é inato, varia de pessoa para pessoa, é difícil de medir, muda com o tempo, e as pessoas tendem a negar sua existência, especialmente quando se descrevem”.Esse é o ponto. A mensagem que eu quero transmitir aqui é que você não precisa ser rico para construir riqueza. Construção de riqueza depende muito mais daquilo que você faz com sua mente do que aquilo que está no seu bolso.Para ter as finanças equilibradas, ou para ter uma aposentadoria confortável, não basta intelectualizar o conhecimento: é preciso praticar o conhecimento. Taí a Grace que não nos deixa mentir. ??E disso tudo decorre outra lição bastante interessante: talvez nenhum outro campo do conhecimento gere benefícios tão evidentes para os autodidatas quanto o campo financeiro. Isso porque aqui aprendizado e vivência prática se entrelaçam e se combinam a tal ponto que vivência prática acaba sendo mais importante que o aprendizado. Você pode saber tudo sobre o mercado de ações, derivativos e instrumentos financeiros de alta complexidade, mas esse conhecimento todo só terá alguma utilidade se você, além de colocá-lo em prática na montagem de sua carteira de ações, conseguir também ter a disciplina necessária para formar patrimônio, evitando que atos de consumo excessivo torrem essas sobras para investimentos. Dá pra melhorar o comportamento no âmbito das finanças pessoais? É evidente que sim. Um pouco de conhecimento oriundo de livros, blogs, vídeos, cursos e palestras, associado a ações práticas e efetivas direcionadas à formação de hábitos positivos nas finanças, fazem milagres financeiros na casa de qualquer família que esteja disposta a dar uma guinada em sua situação financeira particular.Conclusão Preste atenção nos seus comportamentos relacionados às finanças: consumo, investimentos, controle de orçamento doméstico etc. Eles estão te conduzindo a um futuro financeiro mais tranquilo? Ou eles estão tirando a sua liberdade e, por conseguinte, escravizando seu futuro junto, por exemplo, a bancos e construtoras, tal como no caso do financiamento imobiliário de Richard Fuscone, que arcava com uma prestação mensal de inacreditáveis 66 mil dólares?Adquirir conhecimento financeiro de boa qualidade é um pré-requisito fundamental para ter finanças pessoais mais saudáveis, mas ela fica incompleta se não houver o exercício diário, contínuo, consciente e progressivo de adotar comportamentos que estejam alinhados a esse conhecimento financeiro.Como a história de Grace deixa bem claro, não é preciso ter renda alta para desfrutar de uma boa vida e cumulativamente formar patrimônio.E, como a história de Richard também deixa evidente, de nada adianta ganhar milhões de dólares de salário todo mês se a mente não for devidamente orientada para evitar dívidas e construir ativos.A escolha é integralmente sua, pois dela depende seu futuro. E, é claro, seu presente.
By Guilherme on 6 de agosto de 2018 in Educação financeiraFonte: http://www.valoresreais.com/Riqueza não é o que você gasta. É o que você acumula.Eu não imaginava frase melhor para começar esse texto do que a que está estampada aí em cima.Renda alta não é sinônimo de alto patrimônio. Nunca foi. Deixe-me contar duas histórias diametralmente opostas sobre finanças pessoais. Uma tinha tudo para dar errado, mas… não deu. E outra tinha tudo para dar certo, mas… você já deve pensar o que deve ter acontecido (isso mesmo, não deu também).Antes de mais nada, registro o agradecimento ao leitor Anderson, que me enviou a matéria base para esse artigo. A história de Grace GronerVou inverter a ordem natural das coisas, e começar pela antítese: a história da norte-americana Grace Groner.Grace ficou órfã aos 12 anos. Ela nunca casou. Nunca teve filhos. Nunca dirigiu um carro. Ela passou a maior parte da vida dela morando em um apartamento de um dormitório, e durante sua vida só teve um emprego: secretária.Amigos próximos relatam que ela era uma pessoa adorável, e humilde ao mesmo tempo.Ela viveu bastante: morreu aos 100 anos de idade, em janeiro de 2010.Apesar de ter vivido uma vida simples, quando morreu ela deixou uma fortuna de 7 milhões de dólares (~ R$ 28 milhões de reais, arredondando pra cima) para a caridade. USD 7 milhões? Trabalhando como secretária, ou seja, como uma assalariada? Como assim?O que ela fez foi basicamente investir as sobras do salário no mercado de ações, reinvestir os dividendos recebidos, e deixar os juros compostos fazerem seu trabalho – durante mais de 80 anos. Dá pra imaginar o poder dos juros compostos trabalhando a seu favor durante mais de 50 anos de investimentos?Dá. Grace Groner não apenas aprendeu sobre como investir no longo prazo: ela efetivamente fez valer o longo prazo.A história de Richard FusconeSemanas depois da morte de Grace, uma outra história envolvendo finanças pessoais chegou à mídia americana. Era a história de Richard Fuscone.Richard graduou-se em Harvard e completou seus estudos na Universidade de Chicago.Ele alcançou o topo do universo corporativo ao se tornar um executivo de alto escalão do poderoso banco Merrill Lynch. Certamente ganhava seus milhões de dólares por mês de trabalho assalariado.Richard tornou-se tão bem-sucedido na indústria de investimentos que se aposentou – alcançou a tão sonhada independência financeira – aos 40 anos, para “buscar interesses pessoais e caridosos”.Mas ele torrou tudo o que tinha acumulado com empréstimos pesados e investimentos ilíquidos – e mal sucedidos.No final das contas, ele teve que declarar falência pessoal, lutando contra a execução hipotecária de duas casas, uma das quais tinha quase 2 mil metros quadrados, e que lhe tirava USD 66 mil por mês de prestação de financiamento imobiliário (!!!). Por que as finanças pessoais são um campo tão interessante?O propósito desse texto não é que você deva agir como Grace e evitar ser como Richard, mas sim realçar que não há nenhuma outra área da vida em que essas histórias sejam mesmo possíveis.Como diz brilhantemente o texto original (traduzido):“Em que outro campo alguém sem educação, sem experiência relevante, sem recursos e sem conexões supera em muito alguém com a melhor educação, as experiências mais relevantes, os melhores recursos e as melhores conexões? Nunca haverá uma história de Grace Groner realizando cirurgia cardíaca melhor do que um cardiologista treinado em Harvard. Ou construir um chip mais rápido que os engenheiros da Apple. Impensável. Mas essas histórias acontecem nos investimentos.Isso porque investir não é o estudo das finanças. É o estudo de como as pessoas se comportam com dinheiro. E o comportamento é difícil de ensinar, mesmo para pessoas realmente inteligentes. Você não pode resumir o comportamento com fórmulas para memorizar ou modelos de planilhas a serem seguidos. O comportamento é inato, varia de pessoa para pessoa, é difícil de medir, muda com o tempo, e as pessoas tendem a negar sua existência, especialmente quando se descrevem”.Esse é o ponto. A mensagem que eu quero transmitir aqui é que você não precisa ser rico para construir riqueza. Construção de riqueza depende muito mais daquilo que você faz com sua mente do que aquilo que está no seu bolso.Para ter as finanças equilibradas, ou para ter uma aposentadoria confortável, não basta intelectualizar o conhecimento: é preciso praticar o conhecimento. Taí a Grace que não nos deixa mentir. ??E disso tudo decorre outra lição bastante interessante: talvez nenhum outro campo do conhecimento gere benefícios tão evidentes para os autodidatas quanto o campo financeiro. Isso porque aqui aprendizado e vivência prática se entrelaçam e se combinam a tal ponto que vivência prática acaba sendo mais importante que o aprendizado. Você pode saber tudo sobre o mercado de ações, derivativos e instrumentos financeiros de alta complexidade, mas esse conhecimento todo só terá alguma utilidade se você, além de colocá-lo em prática na montagem de sua carteira de ações, conseguir também ter a disciplina necessária para formar patrimônio, evitando que atos de consumo excessivo torrem essas sobras para investimentos. Dá pra melhorar o comportamento no âmbito das finanças pessoais? É evidente que sim. Um pouco de conhecimento oriundo de livros, blogs, vídeos, cursos e palestras, associado a ações práticas e efetivas direcionadas à formação de hábitos positivos nas finanças, fazem milagres financeiros na casa de qualquer família que esteja disposta a dar uma guinada em sua situação financeira particular.Conclusão Preste atenção nos seus comportamentos relacionados às finanças: consumo, investimentos, controle de orçamento doméstico etc. Eles estão te conduzindo a um futuro financeiro mais tranquilo? Ou eles estão tirando a sua liberdade e, por conseguinte, escravizando seu futuro junto, por exemplo, a bancos e construtoras, tal como no caso do financiamento imobiliário de Richard Fuscone, que arcava com uma prestação mensal de inacreditáveis 66 mil dólares?Adquirir conhecimento financeiro de boa qualidade é um pré-requisito fundamental para ter finanças pessoais mais saudáveis, mas ela fica incompleta se não houver o exercício diário, contínuo, consciente e progressivo de adotar comportamentos que estejam alinhados a esse conhecimento financeiro.Como a história de Grace deixa bem claro, não é preciso ter renda alta para desfrutar de uma boa vida e cumulativamente formar patrimônio.E, como a história de Richard também deixa evidente, de nada adianta ganhar milhões de dólares de salário todo mês se a mente não for devidamente orientada para evitar dívidas e construir ativos.A escolha é integralmente sua, pois dela depende seu futuro. E, é claro, seu presente.