Com a alta da bolsa nos últimos tempos, tem aumentado o número de IPOs na Bolsa de Valores brasileira pela facilidade de captação nos momentos de otimismo, aumentando também os rumores sobre possíveis IPOs das mais diversas empresas.
Aos que conhecem a filosofia bastter.com, a regra é sempre clara: IGNORE OS IPOs, o melhor é esperar a empresa ter um tempo de bolsa perto dos 5 anos, pois o IPO distorce os balanços e muitas vezes ocorrem maquiagens contábeis antes da abertura de capital.
Mesmo assim, na Bastter.com é recorrente que investidores iniciantes perguntem sobre esses IPOs recentes e os provaveis futuros, sobretudo no setor bancário, na tentativa de se antecipar aos mercados(como se isso fosse possível) ou procurar uma grande oportunidade de retornos extraordinários(que horror escrever oportunidade e retorno numa mesma sentença, rs). São comuns tópicos como "O que acha do baquinho XPTO que pode abrir capital?" ou Pedido de "rapidinha" para banco digital com 1 ano de bolsa... Talvez pela linguagem e apelo dos bancos digitais, esse tipo de empresa comove o investidor sardinha que gosta de caçar oportunidade.
Ocorre é que no Brasil temos os 3 melhores e mais rentáveis bancos do mundo(BB, Bradesco e Itaú) listados na B3, razão pela o pequeno investidor deveria se sentir agradecido pela possibilidade de poder ser sócio com apenas alguns cliques e pouco capital. Mas o investidor sardinha não quer #pas, o sardinha acha que vai conseguir retornos extraordinários com fintechs e banquinhos pq se acha o escolhido.
Diante disso, faço algumas considerações sobre os 3 bancões para que que seja útil aos próximos tópicos sobre o assunto, na tentativa de fazer o sardinha se afastar do bullshit e de rolos com banquinhos:
- BBSA3, BBDC3 e ITUB3 tem lucros consistentes há décadas, margens bancárias elevadas, PDD controlado, indicadores de e basiléia dentro de padrões internacionais e boa governança(até mesmo o BB sendo estatal nunca apareceu em coisas como lava jato).
- Ao comprar um desses 3 bancos, está comprando também (indiretamente) suas subsidiárias.
Por exemplo:
BB é dono de:
-28% da Cielo(CIEL3)
-66% da BB seguridade(que por sua vez é dona de 15% do IRBR3),
-49% da ELOPAR(que por sua vez tem 66% do cartão ELO)
-50% do Banco Votorantim
-80% do Banco Patagonia
Além disso, o BB é dono responsável por muitas contas relacionadas ao estado(folha de pagamento de servidores, depósito judicial, etc)
O Itaú é dono de:
-100% da REDE(meio pagamento concorrente da Cielo)
-49% da XP investimentos
-42% da Controladora que detem 70% da Porto Seguro(PSSA3)
-38% do Itaú CORPBANCA(banco com atuação no Chile e Na Colômbia)
-100% da Credicard
Além de ter adquirido outros bancos como o CITI e outras participações nos últimos anos.
O Bradesco é dono de:
-28% da Cielo(CIEL3)
-17% da Fleury(FLRY3)
-50% da OdontoPrev(ODPV3)
-75% da BRADESPAR(BRAP3, que por sua vez detem 6% da VALE3)
-51% da ELOPAR(que por sua vez tem 66% do cartão ELO)
O Bradesco recenemente lançou o Banco NEXT, com apelo de banco jovem/digital para fazer frente as fintechs concorrentes.
Essa relação é apenas para exemplificar o poder desses 3 bancos, pois eles tem muitas outras participações minoritáirias, parcerias e subsidiarias que não caberia listar aqui.
Esses banquinhos e fintechs podem até dar um grande retorno no futuro, mas dificilmente o investidor amador vai conseguir capturar essa oportunidade e ter o emocional para segurar uma aposta por tanto tempo. Portanto, se uma dessas empresas se mostrarem boas, o investidor poderá comprá-las a qualquer preço, pois se o ativo tiver valor, o preço de aquisição não tem a menor importância no longo prazo.